Ceticismo ficou para trás? Roubini, o Dr. Doom, vê 2 anos de alta para bolsas

Conhecido pelas suas projeções pessimistas, economista muda o tom e acredita que retirada moderada do Quantitative Easing manterá os ganhos na bolsa dos EUA

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O economista Nouriel Roubini, conhecido como “Dr. Doom” por suas previsões bastante pessimistas sobre a economia, mudou o tom desta vez em entrevista à rede norte-americana CNBC, ao afirmar que a bolsa norte-americana continuará subindo nos próximos dois anos. Entretanto ele aponta algumas ressalvas.

Durante a entrevista, Roubini destacou que os índices do país continuarão a subir, mas até que a disparidade de riqueza entre Wall Street e a “Main Street” (economia real) fique muito grande. 

Para ele, a preocupação recente dos mercados de que o Federal Reserve diminua o ritmo dos programas de estímulo financeiro é prematura, uma vez que o crescimento econômico dos EUA ainda não é animador e que o mercado ainda está muito dependente das compras mensais de ativos pela autoridade monetária, totalizando US$ 85 bilhões.

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“O crescimento [econômico] não está vigoroso e a inflação está caindo”, aponta Roubini, o que indica que a redução gradual dos programas de compra deve ocorrer mais tarde. Com isso, avalia, o mercado continuará em alta.

Disparidade
Desta forma, o economista destaca que grande parte dos ganhos obtidas em Wall Street, coração financeiro dos EUA, está associado ao programa do Federal Reserve, fazendo com que as bolsas locais atinjam máximas históricas, enquanto o crescimento econômico continua lento. 

“Haverá uma lacuna crescente entre Wall Street e Main Street, entre o que está acontecendo com os preços dos ativos e crescimento econômico real”, disse ele.

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Assim, ressalta, com o tempo, o Fed e os seus programas de flexibilização monetária não poderão suportar os fundamentos econômicos. Enquanto isso, o Fed continua tentando achar uma saída não muito perturbadora para os mercados. Dessa forma, a autoridade monetária terá que sair de uma forma extremamente lenta, “uma vez que a econômica está fraca e o mercado de ações não quer uma correção”, conclui o Dr. Doom.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.