CEO do Magalu (MGLU3): Supostas irregularidades não podem atrapalhar “brilho do resultado”

“Fizemos um trabalho árduo e tem indicadores claros e concretos de que a empresa fez um bom trabalho no período”, destacou Frederico Trajano

Vitor Azevedo

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Na abertura da teleconferência com analistas, o CEO do Magazine Luiza (MGLU3), Frederico Trajano, disse que as supostas irregularidades, que foram objeto de fato relevante nesta manhã, junto com o balanço do 4º trimestre, não podem atrapalhar “brilho do resultado”.

Em comunicado separado dos resultados, a varejista afirmou que seu comitê de conduta e ética “tomou conhecimento de uma denúncia anônima” que cita irregularidades envolvendo operações de bonificação relativas a compras de fornecedores e distribuidores e que iniciou a apuração dos fatos.

Segundo Trajano, a denúncia anônima aconteceu poucos dias antes da publicação dos resultados, em um momento no qual o mercado está sensível a essas questões [com fornecedores] – em referência ao caso Americanas (MGLU3).

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Trajano acrescentou que a empresa pode falar pouco sobre a investigação, por enquanto, fora o que está no fato relevante.

“Uma denúncia anônima ainda não investigada não deveria tirar o brilho do resultado apresentado no quarto trimestre”, diz o executivo.

“Fizemos um trabalho árduo e tem indicadores claros e concretos de que a empresa fez um bom trabalho no período”.

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As ações do Magalu chegaram a cair 11,5%, a R$ 3, na sessão desta sexta-feira, apesar dos números do quarto trimestre considerados positivos, justamente por conta das denúncias. Contudo, às 12h30 (horário de Brasília), as ações caíam 2,36%, a R$ 3,31, atenuando fortemente as baixas.

A companhia registrou prejuízo de R$ 35,9 milhões nos três últimos meses do ano passado, mas com alta na receita total e avanço na margem Ebitda.

Para analistas do Itaú BBA, o Magalu divulgou números positivos para o quarto trimestre, destacando dados sólidos de vendas e a expansão da margem Ebitda. “Apesar dos resultados positivos, o Magalu também anunciou uma denúncia anônima destacando irregularidades nas operações dos fornecedores ontem à noite, e tememos que os investidores possam se concentrar nessas notícias negativas, criando alguns ventos contrários para as ações hoje.”

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Marketplace vira foco para o Magazine Luiza

Na teleconferência, para além da polêmica, os executivos do Magazine Luiza ainda deram suas perspectivas para o mercado e os próximos passos que a companhia provavelmente adotará.

Trajano disse ver que o e-commerce teve pequeno decréscimo no fim de 2022, mas que acredita em recuperação. “E-commerce teve pequeno decréscimo, mas acreditamos que neste ano deve voltar a crescer mais do que lojas físicas neste ano”, apontou.

O CEO destacou que, com um cenário competitivo mais racional, a companhia vem, mesmo com o recuo do setor, ganhando fatia de mercado de forma considerável.

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“Nunca presenciei no e-commerce, em 22 anos, um mercado tão racional. Está todo mundo repassando preços, seja de imposto, seja de alta de gasolina. Nesse cenário, devemos ainda mais ganhar share. Independente de como está o mercado agora, iremos manter, contudo, nossa mentalidade de aumentar margem operacional. Temos avançado, mas mantendo margem”, completou o diretor.

Uma das formas que o Magazine Luiza foca para ganhar margem é aumentando sua diversificação de produtos – com foco, principalmente, na participação do marketplace (3P).

” O 3P é o nosso motor de diversificação e 51% do volume total de vendas (GMV) é de novas categorias. Em tickets baixos, nossa grande aposta é focar em vendas locais, com menos gastos de logística. Em sellers medios, queremos focar no fulfillment. Temos overshare em categorias acima de R$ 1000, participação média entre o intervalo de R$ 300 a R$ 1000 e pouco na faixa abaixo da R$ 300. Queremos continuar dominando onde já estamos bem e crescer nos demais”, mencionou Trajano.

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De acordo com o executivo, o Magazine Luiza tem espaço para avançar no 3P pois os custos dos serviços que oferecem aos seus parceiros são marginais. A companhia, em 2022, abriu espaço nos seus estoques, focando melhorar o seu operacional, e, com isso, não está usando parte do potencial dos seus centros de distribuição.

Fulfillment está crescendo em números de sellers. Temos ociosidade de 30%. Por enquanto estamos cobrando pouco, para incentivar o uso da plataforma, mas o custo marginal é baixo. Quando começamos a cobrar o fulfillment, deve trazer um destaque em margens”, explicou o CEO. “Ainda temos oportunidade de repassar preços no 3P, estamos abaixo dos líderes do mercado em preços”.

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