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A CBA (CBAV3) mirou o mercado internacional com o preço em alta do alumínio e a demanda fraca no mercado interno ao longo do primeiro trimestre, segundo os executivos destacaram durante teleconferência nesta segunda-feira (9) para comentar os resultados do período.
No balanço do primeiro trimestre, a CBA reportou que reverteu prejuízo de um ano antes em lucro de R$ 426 milhões.
Após a divulgação dos resultados, as ações da empresa desabaram 14,3%, cotadas a R$ 12,49, mesmo com analistas avaliando positivamente o resultado.
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Assim, a CBA acompanhou o movimento das ações de commodities, como petróleo e mineração, além de siderúrgicas, que fecharam com fortes perdas, enquanto o Ibovespa se desvalorizou 1,79%.
Mais mercado externo
Sobre as vendas para o mercado doméstico, o CFO da CBA, Luciano Alves, disse a analistas ser “muito difícil prever” o que vem pela frente, porque existia um estoque de produto maior no mercado.
“A gente sente que houve uma reduzida”, disse. “No primeiro trimestre, a CBA virou para exportação quando sentiu que o mercado doméstico não estava respondendo na construção civil e alguma coisa do setor automotivo”, disse o CFO.
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“Daqui pra frente, vai depender muito do comportamento dessas variáveis. Mas a gente segue com a produção nas salas-fornos em plena capacidade e vai dividindo a produção com base nos mercados com demanda maior. Podemos ver esse ano alguma mudança de mix, mas não tanta mudança no volume total de produção”, ressaltou.
O segmento de primários da CBA registrou vendas de 52 mil toneladas no 1T22, uma queda de 15% em relação ao mesmo trimestre de 2021, devido à menor demanda de tarugos e lingotes liga dos segmentos de construção civil e automotivo, respectivamente, de acordo com relato da empresa.
Por outro lado, houve aumento nas vendas de vergalhões para o mercado de energia. Como forma de mitigar a queda de demanda no mercado interno, a CBA aumentou significativamente as exportações de tarugo, passando de 0,9 kt (quilotonelada) no 1T21 para 9,9 kt no 1T22.
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Oferta de alumínio
Luciano Alves, CFO da CBA (CBAV3) comentou que este “é um momento de muita incerteza”. Segundo o executivo, a indústria já está há algum tempo em déficit, principalmente ocasionado na China. “Já estava com cenário de mercado em déficit e com consequência do conflito (Rússia-Ucrânia), intensificou-se a volatilidade”, disse.
No primeiro trimestre de 2022, o mercado global apresentou mais um déficit no total de 95 kt, comparado com déficit de 574 kt no 4T21 e um superávit de 254 no 1T21. Com o resultado do balanço desse trimestre, de acordo com relato da CBA, o mercado de alumínio teve 6 dos últimos 7 trimestres em déficit, evidenciando o desabastecimento de metal.
“Mais recentemente, o impacto maior foi na questão demanda. Não dá para prever muita coisa. Mesmo com uma queda da China, o que vai definir o balanço do mercado e, em consequência, os preços é como a oferta se comporta”, comentou Alves.
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“A curto prazo, a maior preocupação é o que tem acontecido na China, que é o maior consumidor e maior produtor de alumínio do mundo, maios ou menos 55% a 60% da oferta e da demanda”, disse o executivo sobre o papel chinês no mercado.
Volatilidade
Na apresentação a analistas a companhia destacou que grande volatilidade no setor. Luciano Alves, CFO da CBA, explicou que a inflação na indústria já vem sendo impactada há algum tempo com aumento de preços do gás natural, soda cáustica e coque, que são componentes importantes de custos para a companhia.
“Em muitos desses insumos, você vê crescimento (de preço). Ainda teremos impacto se esses custos continuarem crescendo daqui para a frente”, ressaltou.
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No balanço da CBA, o aumento no custo médio de produção do alumínio líquido foi de 26% no 1T22 em relação ao 1T21, tendo sido impulsionado pelo aumento do custo de produção de alumina (+30%), influenciado pelo aumento de preços de soda em 95% e de gás em 105%.
Além disso, o mesmo demonstrativo de resultado, apontou que o aumento do custo de produção da pasta anódica foi de 64%, influenciado pela elevação dos preços de coque em 84% e piche em 21%
O executivo ainda lembrou que quando se compra matéria-prima a um preço mais caro, tem se alguns meses de intervalo porque ainda tem o processo de produção e a venda. “Então, alguma matéria-prima que estamos comprando agora pode impactar em nossos custos em alguns meses”, ressaltou.
Luciana Alves comentou ainda do futuro do preço da soda cáustica e do coque, insumos importados em dólar: “Isso vai depender da variação do câmbio”.
Pressão de custos segue
O Ebitda ajustado consolidado da CBA no 1T22 atingiu recorde trimestral, com expressivo aumento de R$192 milhões, decorrente da elevação dos preços de venda praticados, com o aumento do preço do alumínio na LME (London Metal Exchange) e dos prêmios praticados pela CBA em todas as linhas de produtos.
Luciano Alves disse que a alta dos preços do alumínio beneficia margens, mas pressão de custos de insumos continua, em função de um mercado global mais volátil e com cadeias de suprimentos sob pressão.
Segundo a consultoria de análise de mercado CRU, o custo médio da indústria aumentou 10% em relação ao trimestre anterior, puxado principalmente pelos custos de energia e produtos de carbono.
A CBA, no entanto, vê caminho de normalidade nos próximos meses do prêmio do alumínio primário.
Análise do balanço da CBA
Para o Bradesco BBI, os resultados da CBA no 1º trimestre foram ligeiramente melhores do que o esperado devido aos custos mais baixos.
Custos de energia mais baixos e custos de pasta anódica achatada estão entre os que beneficiaram os resultado, “o que foi uma surpresa devido aos preços mais altos de coque e alcatrão de carvão”, segundo o BBI.
“O desempenho do volume ficou em linha, pois já esperávamos uma desaceleração na demanda, pois os clientes estocaram no final de 2021”, ressalta a análise, que sublinha o fato de haver muitos lados negativos.
“A partir do segundo trimestre, esperamos a normalização do volume de alumínio primário e uma sólida realização de preços, enquanto o impacto do hedge desaparece. Por outro lado, as pressões de custo devem permanecer elevadas, pois não esperamos uma pausa relevante nos preços das matérias-primas”, projeta.
O BBI mantém rating outperform (desempenho acima da média de mercado) e preço-alvo de R$ 25,00.
Resultados sólidos
Itaú BBA ressalta que os “sólidos resultados” do 1T22 da CBA ([ativo=CABV3]) vêm dos altos preços do alumínio
A CBA reportou um forte aumento do Ebitda no 1T22, com R$ 552 milhões, contra os R$ 360 milhões no 1T21. O Ebitda no segmento de alumínio totalizou R$ 616 milhões, com preços globais de alumínio mais altos, com 56% a mais ano a ano, que foram apenas parcialmente compensados por menores volumes (queda de 9% A/A).
A classificação da ação é outperform (desempenho acima da média de mercado), com preço-alvo de R$ 17,00.
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