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O Carrefour Brasil (CRFB3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 766 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), o que representa uma redução de 13,5% em relação ao mesmo período de 2020.
Já a margem líquida atingiu 3,7% no 4T21, baixa de 0,7 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2020. No ano, o varejista lucrou R$ 2,399 bilhões, recuo de 13% na comparação com 2020.
Dentre as razões para a queda do lucro líquido, a companhia elenca o “impacto do aumento das despesas financeiras (maior nível de endividamento e taxas de juros)”.
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O resultado financeiro líquido foi uma despesa financeira de R$ 266 milhões entre outubro e dezembro de 2021, pior de 89,7% em relação às perdas financeiras de igual etapa de 2020.
O lucro antes do juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 1,4% na comparação com igual etapa de 2020, totalizando R$ 1,757 bilhão.
Já a margem Ebitda alcançou 8,5% no 4º trimestre de 2021, baixa de 0,2 p.p. na comparação com igual trimestre de 2020.
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Receitas do Carrefour
A receita líquida consolidada somou R$ 20,661 bilhões no 4T21, alta de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o lucro bruto somou R$ 4,262 bilhões, alta de 8,2%, com margem de 20,6% (+0,8 p.p.).
“O Grupo Carrefour Brasil apresentou um desempenho muito resiliente no 4T e no ano de 2021, com crescimento nas vendas brutas e EBITDA ajustado, mesmo diante de uma base de comparação muito difícil”, destacou Stéphane Maquaire, CEO da empresa.
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Segundo ele, “a expansão do Atacadão acelerou e o Banco Carrefour continuou sua forte recuperação, enquanto as vendas de alimentos do Carrefour Varejo voltaram a crescer e a recuperação da Unidade de Negócios está a caminho”.
Em relação às despesas com vendas, gerais e administrativas, estas somaram R$ 2,5 bilhões, cifra 13,4% acima e representando 12,2% da receita líquida no 4T21.
Isso representou um aumento de 1,0 p.p. a/a, principalmente devido à aceleração da expansão. “Em uma base sequencial as despesas VG&A como percentual da receita líquida mantiveram-se estáveis”, destacou.
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Atacadão
As vendas brutas do Atacadão somaram R$ 16,7 bilhões, uma alta de 6,6% na comparação anual, porém representou uma queda de 5% nas vendas mesmas lojas sobre o mesmo período de 2020.
Conforme a varejista, as vendas mesmas lojas enfrentaram uma maior base de comparação frente 2020, e prevê uma normalização gradual ao longo de 2022.
Entretanto, frente ao quarto trimestre de 2019, antes da pandemia, houve alta de 20,6%.
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Carrefour varejo
Em relação às vendas brutas do Carrefour Varejo, incluindo gasolina, somaram R$ 6,1 bilhões, sendo que em mesmas lojas houve queda de 3,4% (alimentar, +1,4%; não alimentar, -23,0%; e gasolina, +49,6%).
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Vendas digitais
O volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) total no 4T21 atingiu R$ 1.012 bilhão, um aumento de 6,6% a/a, impulsionado pelas vendas digitais de alimentos.
“O GMV Alimentar multiplicou 2,5x (+146,5%) no 4T21 em relação ao mesmo período do ano anterior e já representa 46,6% do GMV total”, destacou.
Sinergias do Carrefour Brasil com BIG
A empresa divulgou ainda atualizações das sinergias com o Grupo BIG, cuja efetivação da aquisição depende, dentre outras condições precedentes, da aprovação do CADE.
Assim, a empresa informou que foram identificadas sinergias adicionais, em patamar superior àquele inicialmente estimado na data de assinatura da operação.
Inicialmente, a empresa estimou um aumento anual no Ebitda ajustadopor três anos contados do fechamento da Operação, de R$ 1,7 bilhão.
Mas, ao longo das análises e estudos para a integração das atividades, foram identificadas sinergias adicionais, de ao menos 15% no valor, levando o montante a R$ 2 bilhões.
Entre as melhores oportunidades identificadas estiveram: maiores ganhos relacionados à densidade de vendas e conversão de lojas; sinergias de compras; otimização de despesas gerais e maior eficiência da cadeia de suprimentos.
Já a projeção de atingir R$ 100 bilhões em vendas brutas no exercício social que se encerrará em 31 de dezembro de 2024, exclusivamente relacionados à unidade de negócios de atacarejo, conduzida sob a marca “Atacadão”, foi mantida.
Sobre a projeção de vendas de R$ 60 bilhões em 2021, exclusivamente relacionada à Unidade Atacadão, o resultado final ficou em R$ 58,993 bilhões.
Análises
Segundo o Itaú BBA, o Carrefour Brasil registrou rentabilidade acima do esperado, principalmente em Cash & Carry.
O Itaú BBA comentou que os números do Carrefour Brasil no 4T21 ficaram em linha com as projeções de receita, mas superaram as estimativas de rentabilidade, principalmente devido a uma margem Ebitda de 7,9% acima do esperado na divisão C&C (aumento de 0,4 pp A/A). A empresa também anunciou uma revisão para cima de pelo menos 15% do reconhecimento potencial de sinergia – para R$ 2 bilhões, de R$ 1,7 bilhão – da integração com Big até 2025, mas não deu detalhes sobre a economia das lojas.
O banco mantém avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado) para Carrefour Brasil, e preço-alvo de R$ 24,00, frente a cotação de terça-feira (15) de R$ 16,00.
O Bradesco BBI aponta que os resultados mostram que o principal motor de crescimento e lucro da empresa – Atacadão – continua resiliente.
O Carrefour reportou resultados no 4T21 que estão acima de as estimativas 4% no Ebitda e 7% no lucro líquido, com a maior parte dessa superação impulsionada por um resultado mais forte do que o esperado no Banco Carrefour. Além dos bons resultados financeiros, a empresa também aumentou seu guidance de sinergias relacionadas à aquisição planejada do Grupo BIG (aprovação até junho) de R$ 1,7 bilhão (Ebitda adicional ao final do terceiro ano) para R$ 2,0 bilhões, um aumento de 18%.
As vendas mesmas lojas (SSS) recuaram 5% no Atacadão, um pouco abaixo da estimativa de -3%, mas o Ebitda ficou 1% acima, crescendo mais de 40% em 2 anos. O varejo foi fraco, como esperado, com SSS -9%, enquanto o Ebitda foi 1% menor que a estimativa do BBI. O banco mantém avaliação outperform para Carrefour Brasil e preço-alvo de R$ 24,00.
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