Brookfield deve mostrar queda de 23% na geração de caixa do quarto trimestre

SÃO PAULO – Os números da Brookfield (BISA3) referentes ao quarto trimestre do ano passado devem vir negativos, apontaram as projeções da Ágora, Banco Fator Corretora e Banif. A companhia vai reportar seu balanço na próxima terça-feira (13), após o fechamento do mercado. Segundo a média compilada pela InfoMoney, a receita líquida deve cair 16,47% no período, enquanto a projeção do Ebitda (geração operacional de caixa) é de R$ 177 milhões, 29,59% inferior ao terceiro trimestre de 2011.

Também estão no vermelho as expectativas para a margem Ebitda (relação percentual entre receita líquida e geração operacional de caixa). O patamar esperado de 18,77% no quarto trimestre configura queda de 4,53 pontos percentuais frente aos mesmos três meses do ano anterior. Já o lucro líquido deve cair 9%, chegando aos R$ 77 milhões.

Para o analista José Francisco Cataldo, da Ágora, os ganhos menores serão explicados pela falta de projetos importantes, uma vez que BCP e Torre Sigma adicionaram sozinhos R$ 221 milhões em receitas no terceiro trimestre. Já a queda da receita líquida e da margem líquida devem ser motivadas pela alta alavancagem da empresa, que pode alcançar 79% no final de 2012. 

Nesse mesmo sentido, os analistas Iago Whately e René Brandt, da Fator, acrescentam que as maiores despesas financeiras decorrentes da alavancagem tendem a pressionar a margem líquida. A queima de caixa do trimestre, estimada em R$ 230 milhões, elevou ainda mais o endividamento da companhia, argumentaram os analistas.

Segundo as estimativas do analista Flávio Conde, do Banif, além da Brookfield, mais duas empresas irão registrar queda na receita líquida, entre elas a Gafisa (GFSA3) e a Viver (VIVR3). No setor, praticamente todas as empresas tendem a ser afetadas por maiores despesas com vendas e administrativas. 

Recomendação para BISA3
Embora a Ágora espera que os resultados da Brookfield sejam neutros, uma vez que as ações já mostraram um repique no início do ano, registrando alta de 37,6% no acumulado de 2012, a corretora reduziu o preço-alvo para as ações de R$ 9,90 para R$ 7,90.

Cataldo mostra-se pessimista com as ações da companhia no médio prazo. Para ele, o elevado endividamento deve enfraquecer os resultados da empresa e qualquer aumento do fluxo de caixa livre deve ser usado para a desalavangem da companhia.  

*Upside: potencial de valorização em relação ao fechamento desta segunda-feira (12)

Confira as projeções para a companhia:

* Geração operacional de caixa
** Relação percentual entre receita líquida e geração operacional de caixa