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SÃO PAULO – O conflito entre dois ícones do mercado financeiro parece cada vez maior. Bill Gross, co-fundador e diretor de investimentos da Pimco, acusou o ex-CEO (Chief Executive Officer) de tentar sabotá-lo, conforme ressaltou em entrevista à agência de notícias Reuters.
Durante a entrevista, ele afirmou ter provas de que El-Erian escreveu um artigo em 24 de fevereiro ao Wall Street Journal, que descreveu a piora da relação entre os dois conforme o desempenho da Pimco foi piorando. Gross, que supervisionou mais de US$ 1,91 trilhão em ativos no final do ano passado e que é o conhecido como o “rei dos títulos” disse que “está cansado das tentativas de Mohamed para me prejudicar”.
Ele destacou saber que El-Erian tinha entrado em contato com a Reuters, assim como também entrou em contato com o Wall Street Journal e indicou que estaria “espionando” os telefonemas do seu antigo colega. Além disso, destacou que a própria Reuters estaria do lado de El-Erian, quando a agência perguntou se Gross poderia mostrar as evidências sobre El-Erian e a alegação de que ele estaria envolvido no artigo do jornal, Gross disse: “Vocês estão do lado dele. Que ótimo, ele fisgou vocês também”.
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Porém, um porta-voz da Pimco negou categoricamente em comunicado por e-mail, que o “rei dos títulos” teria feito essas declarações: “Gross não fez essas declarações à Reuters atribuídas a ele. Ele nega categoricamente ter ouvido telefonemas de El-Erian”. Contudo, a gestora destacou que, “como uma empresa regulada, é necessário que a Pimco mantenha os registros de comunicação de seus funcionários conforme as políticas da empresa”.
Proprietária da Pimco, a empresa de serviços financeiros alemã Allianz SE, não foi encontrada para comentar o assunto, assim como El-Erian, que fora nomeado para um cargo em tempo parcial como principal assessor econômico da Allianz.
Já o porta-voz da Dow Jones, do Wall Street Journal, destacou que a alegação de que El-Erian teria escrito o artigo “é uma reivindicação espantosamente incorreta sobre um artigo feito na melhor tradição do The Wall Street Journal”. Ao sair da Pimco, El-Erian assinou um acordo de confidencialidade.
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Pimco passa por crise de liderança
A gestora de US$ 2 trilhões teve um ano de 2013 bastante difícil, conforme destacou a matéria do Wall Street Journal. Com isso, as tensões estavam bastante elevadas na gestora, a ponto de que Gross e El-Erian brigassem em público – algo que os funcionários raramente viram durante os anos que El-Erian permaneceu por lá.
No centro da briga, o comportamento, muitas vezes destrutivo, de Bill Gross com os próprios funcionários. Um chefe exigente, Gross disse a El-Erian que concordava com as mudanças, depois de uma longa briga. “Eu tenho 41 anos de histórico de excelência em investimentos. O que você tem?”, disse Gross. “Eu estou cansado de limpar a sua m*”, retrucou o egípcio.
Um mês depois da briga, El-Erian disse que deixaria a Pimco em março, que surpreendeu tanto os funcionários quanto investidores. Mesmo com a briga, era claro que Gross possuía grande afeto por El-Erian, a ponto de considerá-lo o seu sucessor.
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Para justificar a saída de seu principal executivo, Gross disse que El-Erian queria passar mais tempo com sua família e escrever um segundo livro.
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