BRF (BRFS3): JPMorgan mantém compra, revisa projeções e eleva preço-alvo; ação avança 3,85%

Analistas do JPMorgan elevaram estimativas de Ebitda para 2024 e mantiveram recomendaçãopor melhora nas margens

Camille Bocanegra

Frigorífico da BRF (Divulgação)
Frigorífico da BRF (Divulgação)

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Mais ganhos no horizonte, movidos por recuperação nas margens domésticas de aves e pelo menor custo de ração. Para o JPMorgan, esses fatores serão responsáveis por aumentar o Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização, na sigla em inglês) da BRF (BRFS3) em 5% para 2024. O banco aumentou as estimativas para o nome, considerando ainda a classificação overweight (exposição acima da média, similar à compra) e preço-alvo elevado de R$ 12 para R$ 13,00, ou potencial de alta de 25% em relação ao fechamento da véspera.

Na sessão desta sexta-feira (20), as ações BRFS3 subiram 3,85%, a R$ 10,79, enquanto o Ibovespa teve queda de 0,74%. Em 2023, os papéis têm alta de cerca de 29%, ainda que, na variação de 12 meses, passem por queda de cerca de 28%.

“No geral, a BRF ainda não saiu completamente da tempestade e o terceiro trimestre deve continuar a sentir o impacto do in-natura e do fraco segmento internacional. No entanto, parece que estamos em um ponto de virada e as tendências positivas no mercado interno, combinadas com a redução dos custos de ração e o foco no programa de eficiência”, considera a análise.

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Margens de in-natura ainda em recuperação

Na análise do banco, apesar dos efeitos de ressaca do excesso de oferta global de aves pesando fortemente sobre os preços internacionais de in natura, há luz no fim do túnel, considerando os ajustes graduais de oferta que estão ocorrendo. Esse fator ainda é combinado à redução favorável de 35-45% nos custos dos grãos.

No cenário doméstico, a recuperação dos preços das aves também se apresenta como positiva, com alta de quase 30% no trimestre.

” Esse cenário resulta da elevada demanda externa, que reduziu a disponibilidade interna de produtos de aves e permitiu aos vendedores aumentar os preços, o que sustenta as margens dos produtores”, explica o JPMorgan, que considera que a tendência também reflete nos números da categoria de alimentos preparados.

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Para a recuperação das margens in-natura, alguns fatores se destacam como a grande disponibilidade do milho no curto prazo, o programa de eficiência desenvolvido pela companhia, o BRF Mais, e o reflexo da mencionada recuperação no preço do frango, estimada em 30%.

Em relação aos Alimentos Processados, o banco destaca que mesmo com contrações, a categoria segue forte para o nome e corresponde a cerca de 80% do Ebitda no Brasil. Apesar disso, a recuperação lenta dos alimentos in-natura, mesmo considerando as tendências positivas, deve impactar nos resultados do terceiro trimestre.

Estimativas elevadas

As estimativas para o nome foram revisadas para acima, com aumento do Ebitda em 5% para R$ 6,281 bilhões em 2024, considerando margem de 11,3% em 2024. O lucro liquido teve projeção elevada para R$ 681 milhões.

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O banco também destaca a BRF com tendência de melhora na geração de caixa até o final de 2023 e, para 2024, revisou a previsão do fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) para R$ 1,269 bilhão, com yield do fluxo de caixa livre (FCF) de 8%.

“As mudanças destacadas aqui nos levam a aumentar nosso preço-alvo para dezembro de 2024 para R$ 13 por ação (em relação a R$12, anteriormente),”, considerou o JPMorgan.

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