BRF (BRFS3): BofA eleva recomendação de ações para “neutro” após compromisso de aporte bilionário

Aporte deve reduzir despesas financeiras e alavancagem da companhia, esta considerada, até então, um entrave para as ações

Equipe InfoMoney

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Analistas do Bank of America elevaram nesta quinta-feira (1) a recomendação das ações da BRF (BRFS3) de underperform (abaixo da média do mercado, equivalente à venda) para neutra, após, na véspera, a empresa ter informado o mercado de que a Marfrig (MRFG3) e a companhia saudita de investimentos SALIC se comprometerem a realizar um aporte de R$ 4,5 bilhões na companhia. Na véspera, as ações BRFS3 subiram quase 12% em reação à notícia. 

“A movimentação é positiva para a BRF”, avaliou o banco, que elevou o preço-alvo de R$ 6,30 para R$ 8,50, upside de 4,5% frente ao preço de fechamento de ontem, que foi de R$ 8,13. “Além disso, a operação reduziria as despesas financeiras em cerca de R$ 600 milhões e a relação entre dívida líquida e Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês] em 0,9 vez”. Hoje, esse múltiplo está em 3,3 vezes.

Além disso, o BofA também vê que uma redução da alavancagem deve se dar de maneira natural – com a companhia tendo resultados melhores, devido principalmente por conta do recuo dos custos dos grãos, que pesam dos lados dos custos.

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Entre as condições do acordo, a Marfrig, que detém 33,3% da BRF, deve subscrever até as outras 250 milhões de novas ações do total de 500 milhões de ações oferecidas, com as outras 250 milhões ficando para a Salic. Além disso, os acionistas da BRF devem remover a pílula de veneno que exige que qualquer acionista que alcance uma participação de 33,33 deve fazer uma oferta pelas demais ações pagando um prêmio de 40%

“Isso é relevante, uma vez que a Marfrig poderia alcançar uma participação de 38,6% após a oferta. A remoção deve ser aprovada em uma assembleia de acionistas, com quórum de dois terços e 50% mais um voto favorável”, explicam.

Para financiar o acordo, a Marfrig realizará ainda um aumento de capital privado de R$ 240 milhões a R$ 360 milhões de novas ações a R$ 6,25,  totalizando R$2,25 bilhões. A acionista controladora da Marfrig já se comprometeu a subscrever integralmente o negócio.

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