Publicidade
SÃO PAULO – Após visitas recentes a 9 fintechs brasileiras, analistas do Morgan Stanley reforçaram um posicionamento que já vinham divulgando há alguns meses: o Brasil está entre os países mais avançados em tecnologia disruptiva para o setor financeiro.
Alguns dos ingredientes que possibilitam o crescimento do bolo das fintechs, segundo o Morgan, são os problemas das empresas tradicionais do país; a velocidade da adoção das startups pela população; a expansão que já se inicia; e, finalmente, os esforços do regulador para aumentar a competição e diminuir o spread bancário.
O boom das fintechs no Brasil é, “de longe, o mais avançado da América Latina”, escreveram os analistas. “A tecnologia está desafiando o modelo bancário tradicional em ritmo sem precedentes; os bancos mais rápidos estão mudando seus modelos de negócios para competir com fintechs”, complementam.
Continua depois da publicidade
Até tu, varejo?
Outro setor que reparou no avanço da tecnologia financeira foi o de varejo. Além das grandes instituições financeiras, as grandes varejistas já buscam formas de oferecer soluções de fintech para não sucumbir aos novos tempos de disrupção. A solução encontrada pela maioria dessas empresas aparece em uma frente específica: meios de pagamento. Nomes como Mercado Livre, Magazine Luiza, B2W, GPA e Via Varejo já estrearam nessa passarela.
Graças à penetração do comércio eletrônico, as grandes varejistas encontraram no marketplace (disponibilização de plataformas para vendas de terceiros) uma forma de aumentar o sortimento de produtos, agilizar o crescimento das vendas, e, consequentemente, melhorar a experiência do consumidor e gerar fidelização.
“Com isso, os marketplaces buscam oferecer também soluções aos sellers (vendedores em sua plataforma), como serviços de gestão, marketing, logística, e atualmente, a solução em destaque: meios de pagamentos”, diz a analista Betina Roxo, da XP Investimentos, no relatório “Meios de pagamento: por que todos estão de olho?”
Continua depois da publicidade
Quer investir melhor seu dinheiro? Abra uma conta na XP.
Roxo lembra que o cartão de crédito é uma modalidade de crescimento constante no país, mas ainda representa 34% do consumo das famílias – o que abre espaço para um incremento relevante. Considerando uma população ainda consideravelmente desbancarizada (39,5%), soluções como pagamento via celular e acesso a crediário digital são vistas como “grande oportunidade neste segmento”.
Também está na mira o segmento de antecipação de recebíveis, operação pela qual o lojista escolhe receber antecipadamente os valores que entrariam na sua conta ao final do mês. O BC anunciou nesta semana o fim da trava bancária, que obriga lojistas a realizarem a antecipação com apenas uma instituição. Essa norma vale a partir de janeiro e tende a abrir novas possibilidades no varejo.
Continua depois da publicidade
“Seria uma registradora de ativos, que ofereceria maior garantia aos participantes, operação de crédito mais segura e, portanto, custo mais baixo”, explica a analista. “Com isso, o lojista poderia antecipar seus recebíveis não só através da empresa adquirente utilizada e teria outras opções para fazer a operação, sendo negativo principalmente para adquirentes que tem receita de antecipação relevante nos resultados”.
Neste mês, ainda, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) anunciou que lançará uma modalidade de pagamento a prazo semelhante a um crediário, disponibilizado nas próprias máquinas de cartão. Trata-se de outra frente com potencial exploratório pelas varejistas, já que o setor é um dos que oferecem crediário através de cartão de loja.
Newsletter
Infomorning
Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.