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SÃO PAULO – As notícias da Vale após a tragédia de Brumadinho (MG), com até perspectivas de mudanças de direção na mineradora, o resultado do Bradesco e a venda de Pasadena pela Petrobras são alguns dos destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (31), no último pregão de janeiro. Confira:
Bradesco (BBDC3;BBDC4)
O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 5,830 bilhões no quarto trimestre de 2018, cifra 19,9% maior que a registrada um ano antes, de R$ 4,862 bilhões. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, de R$ 5,471 bilhões, o aumento foi de 6,6%.
O banco destaca, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras, que as evoluções do lucro, tanto no comparativo trimestral como no anual, refletem o desempenho do resultado operacional, impulsionado pela performance da margem financeira e as despesas com provisões (PDD expandida). O Bradesco cita ainda o “desempenho positivo” das receitas de prestação de serviços e resultados com operações de seguros, previdência e capitalização.
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Em todo o ano de 2018, o lucro líquido recorrente do Bradesco alcançou R$ 21,564 bilhões, aumento de 13,4% na comparação com o exercício de 2017, quando o resultado foi de R$ 19,024 bilhões.
A carteira de crédito expandida do Bradesco totalizou R$ 531,615 bilhões no quarto trimestre do ano passado, aumento de 1,6% ante os três meses anteriores. Em um ano, os empréstimos tiveram incremento de 7,8%. O destaque ficou por conta da pessoa física, com crescimentos de 4,6% e 11,0%, respectivamente. Já o crédito à pessoa jurídica encolheu 0,1% no quarto trimestre ante o terceiro e 6,1% em um ano.
O Bradesco fechou dezembro com R$ 1,386 trilhão em ativos totais, cifra 2,2% superior à vista no fim de setembro, de R$ 1,357 trilhão. Em um ano, quando estava em R$ 1,298 trilhão, o crescimento foi de 6,8%.
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O patrimônio líquido do banco foi a R$ 121,121 bilhões no quarto trimestre, cifra 9,7% maior em um ano. Ante o terceiro, foi registrada elevação de 4,7%. O retorno sobre o patrimônio líquido da instituição (ROE, na sigla em inglês) ficou em 19,7% no quarto trimestre, melhora de 0,7 ponto porcentual ante o terceiro, de 19,0%. Em um ano, subiu 1,7 p.p. No ano de 2018, o retorno do Bradesco ficou em 19,0% contra 18,1% em 2017.
“O Bradesco encerrou 2018 com um forte desempenho e pronto para mais em 2019. As novas projeções estão alinhadas com a maioria de nossas estimativas para o ano, mas vemos margem para revisões para cima do consenso. Reiteramos a ação como nosso nome favorito entre os bancos privados e nossa recomendação de compra com um preço alvo de R$ 49,00”, destaca a XP Research. Veja análise clicando aqui.
O banco ainda nomeou Leandro de Miranda Araujo como diretor de relações de investidores.
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Vale (VALE3)
O noticiário foi movimentado para a Vale, que abriu em alta seguindo o movimento de recuperação após a derrocada de 24% da ação na segunda-feira em meio aos novos ganhos do minério. Contudo, o papel virou para queda após a notícia de que a Justiça do Trabalho autorizou um novo bloqueio de R$ 800 milhões da mineradora, responsável pela barragem que se rompeu em Brumadinho. Com isso, a mineradora já teve R$ 12,6 bilhões bloqueados.
De acordo com o órgão, também foram impostas à mineradora obrigações como arcar com custos de sepultamento e a manutenção de pagamentos de salários a trabalhadores vivos e familiares de mortos e desaparecidos, além da entrega de documentos considerados fundamentais para a instrução do inquérito e apuração das condições de segurança na mina.
No noticiário da companhia, uma possível troca do comando da Vale depois da tragédia de Brumadinho entrou no radar dos acionistas da mineradora. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o afastamento de Fábio Schvartsman, que assumiu a presidência da mineradora há pouco mais de dois anos, é visto por alguns acionistas como necessário para dar uma satisfação à opinião pública. Por outro lado, a mudança não pode ser tão rápida que atrapalhe a condução da crise nesse momento.
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No final do ano passado, o contrato de Schvartsman na Vale foi renovado por mais dois anos. O novo mandato tem início em maio, e vai até 2021. O presidente do conselho de administração da Vale, Gueitiro Genso, afirmou, no entanto, que essa discussão de troca de comando não está na mesa. “Como presidente do conselho, quero dizer que não existe em absoluto nenhum processo de substituição do atual presidente da Vale”, disse.
Sobre as medidas para minimizar os danos ambientes causados pelo rompimento da barragem, a Vale apresentou ontem ao Ministério Público e aos órgãos ambientais o plano para conter os rejeitos que vazaram. A área impactada foi dividida em três trechos, onde serão feitas diferentes medidas de contenção e recuperação.
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Sobre a compensação financeira, os R$ 11 bilhões bloqueados das contas da Vale até agora superam o dobro do que foi gasto pelas mineradoras para atender vítimas e recuperar o meio ambiente após o rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), há mais de três anos. Cerca de R$ 5,26 bilhões tiveram essa destinação até o mês passado.
A mineradora ainda adiou a divulgação de resultado do quarto trimestre. A empresa informou que vai divulgar o relatório de produção e vendas no dia 26 de março antes da abertura dos mercados, segundo comunicado ao mercado. O desempenho financeiro será divulgado no dia seguinte, 27 de março, após o fechamento dos mercados. As teleconferências e webcasts serão realizados em 28 de março. A companhia também adiou a assembleia geral extraordinária para 30 de abril.
A Vale diz que decisão decorre de “foco total da companhia nas ações de suporte aos atingidos pelo acidente com Barragem I da Mina Córrego de Feijão em Brumadinho”. A divulgação dos resultados estava marcada para 13 de fevereiro.
Bradespar (BRAP4)
O Itaú BBA decidiu retirar a Bradespar de seu portfólio de small caps “por enquanto”, em meio à expectativa de que a suspensão de dividendos da Vale poderia levar a uma possível redução na base de acionistas da Bradespar.
Petrobras (PETR3;PETR4)
Em um dia de leve alta para o petróleo de olho nas negociações entre China e EUA e na oferta da commodity, a Petrobras ficou entre perdas e ganhos de olho na venda de ativos.
A estatal, através de sua subsidiária americana, assinou com a Chevron nesta quarta-feira (30) um acordo de venda da polêmica refinaria de Pasadena, nos EUA. O valor da transação é de US$ 562 milhões, sendo US$ 350 milhões pelo valor das ações e US$ 212 milhões de capital de giro. O valor final da operação está sujeito a ajustes de capital de giro até a data de fechamento da transação.
Estão sendo vendidas as sociedades Pasadena Refining System, responsável pelo processamento de petróleo e produção de derivados, e PRSI Trading LLC, que atua como braço comercial exclusivo da PRSI, ambas detidas integralmente pela Petrobras America Inc.
A companhia informa que a PRSI possui capacidade de processamento de 110 mil bpd e está localizada na cidade de Pasadena, no Golfo do México, Texas. A refinaria é independente do Sistema Petrobras, que pode operar com correntes de petróleos médios e leves e produz derivados que são comercializados tipicamente no mercado doméstico americano.
A Petrobras destacou no comunicado que a conclusão da transação está sujeita ao cumprimento de condições precedentes usuais, tais como a obtenção das aprovações pelos órgãos antitruste dos Estados Unidos e do Brasil. “A operação faz parte do Programa de Parcerias e Desinvestimentos da Petrobras, estando alinhada ao Plano de Negócios e Gestão 2019-2023, que prevê a otimização do portfólio da companhia”, informou a estatal.
A refinaria gerou polêmica em 2014 em meio a denúncias que atingiram a ex-presidente Dilma Rousseff, que na época da negociação era presidente do conselho de administração da Petrobras. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o conselho da petroleira aprovou a compra da refinaria com base em critérios “antieconômicos” que causaram prejuízo empresa. Em 2014, quando questionada sobre os problemas na aquisição de Pasadena, a então presidente afirmou que recebeu informações incompletas das diretorias da Petrobras responsáveis pela negociação, o que a induziu a aprovar o negócio.
“A transação encerra um capítulo difícil na história da Petrobras desde a compra do ativo. O valor da transação representa 2,1% do plano de venda de ativos de US$ 26,9 bilhões. Vemos o compromisso com a continuidade de venda de ativos que não são o foco da empresa como positiva, e mantemos nossa recomendação de compra nas ações da Petrobras”, destaca a XP Research. A estatal pagou US$ 360 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) por metade da empresa, quase oito vezes mais do que os US$ 42 milhões (R$ 155 milhões) desembolsados um ano antes pela suíça Astra por 100% do capital.
A companhia ainda anunciou que as suas reservas provadas caíram para 11,96 bilhões de barris de óleo equivalente em 2018. Por fim, a estatal depositou cerca de R$ 2,5 bilhões em uma conta vinculada à Justiça Federal do Paraná, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF). Os valores fazem parte de um acordo firmado entre a estatal e a força-tarefa da Lava Jato, já homologado pelo Judiciário.
JBS (JBSS3)
Segundo análise do Bradesco BBI, o crescente problemas de peste suína na China provavelmente resultarão em aumento na demanda por importações de proteína, o que poderia beneficiar a JBS, já que o país representava 22% das exportações da empresa no terceiro trimestre de 2018. O cenário também poderia fornecer alívio para o excesso de oferta de carne suína nos EUA. A China pode autorizar novas plantas brasileiras a exportar para o país asiático em fevereiro de 2019.
“Para cada 10 novas plantas brasileiras aprovadas para exportar para a China (assumindo cinco plantas de carne bovina e cinco plantas de frango) elevaríamos nossos preços-alvo em cerca de 3% para a BRF, cerca de 1% para a JBS e cerca 4% para a Marfrig”.
Eletrobras (ELET3;ELET6)
A Eletrobras teve a recomendação elevada a ’outperform’ pelo Safra, com preço-alvo de R$ 44,90.
Porto Seguro (PSSA3)
A Porto Seguro aprovou a recompra de até 5 milhões de ações ordinárias.
Localiza (RENT3)
A Localiza deve precificar nesta quinta-feira follow-on que pode levantar até R$ 1,7 bilhão.
Sanepar (SAPR11)
A Sanepar elegeu Abel Demetrio para diretor financeiro.
(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)
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