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Em teleconferência com jornalistas sobre os resultados do Bradesco (BBDC4) no segundo trimestre de 2023, o CEO do banco, Octavio de Lazari, afirma que ainda é precipitado dizer que a inadimplência chegou ao seu pico, ainda que tenha havido desaceleração no período.
“É difícil, e acho que até por prudência, a gente dizer que a inadimplência atingiu o pico. A gente não deveria falar, mas estamos bem próximos disso ou já atingimos esse pico. E certamente após esse pico, a tendência que a gente tem é de uma redução nos índices de inadimplência”, afirmou.
A inadimplência para empréstimos com mais de 90 dias de atraso ficou em 5,9%, ante 5,1% registrada no primeiro trimestre. Já o índice de atrasos de 15 a 90 dias registrou uma leve melhora no mesmo intervalo de tempo, passando de 4,6% para 4,4%.
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“Esse índice, ele se mantém um pouco mais alto por conta de uma originação menor de crédito”, destacou Lazari. A carteira de crédito do Bradesco terminou o segundo trimestre em R$ 868,69 bilhões, um redução de 1,2% em relação aos três primeiros meses do ano, refletindo o reposicionamento da política de crédito voltada para modalidades de menor risco.
“O segundo semestre tem bons sinalizadores, a própria redução dos juros pelo Banco Central em meio ponto percentual traz um novo ânimo. Já percebemos no mês de julho uma maior disposição das empresas em tomar crédito”, diz o CEO.
Junto com a divulgação de resultados, o Bradesco revisou para baixo suas projeções para o ano de 2023. Com um crescimento de 1,6% na carteira de crédito acumulado no primeiro semestre, o banco prevê uma expansão de 1% a 5% no ano cheio em relação a 2022. Antes, o guidance era de crescimento entre 6,5% e 9,5%.
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“Se a gente imaginar o meio do guidance, que é 3%, ele nos parece bastante razoável, por uma série de motivos. Primeiro porque a gente já vem observando um crescimento da tomada de crédito nas produções de crédito em julho. Temos pipeline robusto para crescimento de crédito”, afirmou Lazari.
“A gente verifica, nas novas produções, que a gente vem fazendo carteiras com melhor margem de crédito. Existe espaço pra crescermos em carteira com maior rentabilidade”.
Segundo o executivo, a redução da taxa de juros ainda que pequena, comparando com a Selic total, gera um novo ânimo nos agentes econômicos.
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Para a margem com mercado, que segue negativa, mas melhorou no segundo trimestre, Lazari prevê um inversão de sinal para o positivo na segunda metade do ano.
Recuperação de rentabilidade será gradual
Ainda na teleconferência, o CEO do Bradesco afirmou que a volta do retorno sobre patrimônio (ROE) ao patamar histórico será gradual. No segundo trimestre, a rentabilidade do banco foi de 11,1%. Houve uma melhora de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, mas o indicador segue distante dos 18,1% registrados um ano antes.
“O nosso compromisso é, a cada trimestre, entregar o melhor resultado, com o melhor ROE. Mas, por uma questão de cautela, dado o cenário todo, entendemos que o retorno será gradual”, afirmou Lazari.
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“Obviamente ainda não estamos entregando os resultados que nós gostaríamos, mas há um caminho bem definido para dar os resultados do passado”.
Lazari evitou dizer se a retomada do patamar histórico ocorrerá no ano que vem, mas mostrou enxergar um cenário propício para que isso possa acontecer.
“Começamos 2023 com economistas falando em crescimento de PIB de 0,8%. Agora falamos em mais de 2%. Certamente isso terá uma cauda pra 2024 que se mostra um cenário um pouco melhor. A queda da Selic já está contratada em um nível maior que esperávamos”, afirmou.
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De acordo com o executivo, o Bradesco possui equilíbrio para continuar acelerando crédito sem aumento de despesa com provisões para empréstimos inadimplentes (PDD).
“A originação de uma carteira melhor, com colaterização e clientes com ratings e scores melhores nos dá uma boa dimensão do trabalho que procuramos fazer para crescer a carteira de crédito e privilegiar operações que tenham spreads maiores, que aguentem um pouco mais de inadimplência e tragam receitas maiores”, afirmou.
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