Bradesco (BBDC4) é preferido do Morgan Stanley entre bancos; BB Seguridade (BBSE3) fica com destaque negativo

PagSeguro e Stone tem recomendação neutra para Morgan Stanley, por conta de discussões sobre taxas rotativas de cartão de crédito

Camille Bocanegra

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Com a possibilidade de quedas de juros até o fim de 2024 e melhoria da qualidade dos ativos, as perspectivas para os bancos tornam-se mais otimistas, de acordo com relatório do Morgan Stanley sobre empresas do setor financeiro brasileiro.

Para o Morgan, a melhor escolha do setor é Bradesco (BBDC4) porque, assim como o Santander, é um dos nomes que se coloca bem posicionado para se beneficiar de taxas mais baixas de juros.

O nome é classificado como overweight (exposição acima da média). As ações do Bradesco fecharam a sessão com queda de 0,07%, cotadas a R$ 14,91.

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A expectativa da Casa para os grandes bancos, segundo o relatório, é de queda das taxas de juros para 9,0/9,5% até o fim do ano de 2024.

De acordo com a análise, como o Itaú teria mais sucesso na abertura de funil de crédito à frente dos pares, sua sensibilidade às taxas também seria menor no momento. Outros negócios do banco que se beneficiam de taxas mais baixas poderão ser impulsionados com a queda também.

“Todos concordam que a qualidade dos ativos está melhorando, particularmente nos segmentos de consumidores afluentes e PMEs de grande porte, mas os desafios entre os consumidores de baixa renda e PMEs de pequeno porte estão fazendo muitos deles recuarem”, aponta o relatório.

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Entre os nomes analisados pelo Morgan Stanley, em comum, há continuidade nos avanços em digitalização, centralidade do cliente e disciplina de custos, sendo pontos comuns entre todos os bancos. Isso garante, de acordo com a análise, ganhos de eficiência com níveis mais atraentes de ROE nos próximos tempos.

Regulamentação para cartão de crédito

Visto como um fator de risco tanto para bancos quanto para instituições financeiras não-bancárias, como setor de adquirência, a nova regulamentação para juros de cartão de crédito poderá impactar menos do que o esperado.

Para os bancos, há confiança de que um acordo poderá ser elaborado para correção de possíveis desequilíbrios. As instituições entendem, de acordo com o relatório, que uma combinação de medidas poderá ser eficaz para dirimir perdas, como aumento do tempo de acréscimo de juros para o momento da compra e substituição de parcelamentos sem juros por parcelamentos com juros, a longo prazo.

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Para os adquirentes, o entendimento é que a discussão sobre taxas rotativas de cartão de crédito não trará impactos para seus negócios, em especial para pré-pagamento.

No relatório, o Morgan Stanley destaca que considera “justificada uma visão mais reservada”, sobre o tema e mantém como equalweight (em linha com o mercado, equivalente à netro) seu posicionamento para dois nomes do setor, PagSeguro (PAGS34) e Stone (STOC31).

Nesta segunda (18), a Stone fechou a sessão com queda de 1,9%, a R$ 54,44 enquanto a PagSeguro caiu 0,68%, a R$ 8,68.

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Visão negativa para BB Seguridade

Apesar de ter considerado o tom de conversas com o BB Seguridade (BBSE3) positivo, o Morgan Stanley analisa que há mais cautela em comparação a meses atrás. E, por isso, mantém a visão de underweight para BB Seguridade. As ações da empresa fecharam em alta nesta segunda, cotadas a R$ 31,84, com valorização de 0,63%.

“A empresa está trabalhando para melhorar as reivindicações fora dos canais do Banco do Brasil, mas estas permanecem elevadas, e ela precisa de tempo para melhorar suas capacidades de dados e análises”, afirma o relatório.

Entre as maiores preocupações de investidores, está a concorrência na área de previdência, ainda que o segmento rural apresente ambiente competitivo e com espaço para penetração de produtos da companhia.

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Na análise do Morgan Stanley, a concorrência poderá se acirrar com a queda das taxas de juros. Outro ponto de preocupação é com a clareza sobre o impacto da reforma tributária, ainda que a administração da companhia entenda que será possível compensar impactos com IVA e potencial imposto sobre dividendos.

“Vemos formas mais atraentes de jogar seguros no Brasil”, conclui a análise.

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