Bolsonaro promete a Biden zerar desmatamento ilegal até 2030

A meta é semelhante àquela que havia sido prometida pelo governo de Dilma Rousseff na assinatura do Acordo de Paris sobre o clima

ANSA Brasil

O presidente da República, Jair Bolsonaro (crédito: Marcos Corrêa/PR/Fotos Públicas)
O presidente da República, Jair Bolsonaro (crédito: Marcos Corrêa/PR/Fotos Públicas)

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(ANSA) – Em busca de dinheiro dos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro enviou uma carta a seu homólogo Joe Biden se comprometendo pela primeira vez a zerar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030.

A meta é semelhante àquela que havia sido prometida pelo governo de Dilma Rousseff na assinatura do Acordo de Paris sobre o clima, em 2015, mas que vinha sendo ignorada pela gestão Bolsonaro.

“Queremos reafirmar, nesse ato, em inequívoco apoio aos esforços empreendidos por V. Excelência, o nosso compromisso de eliminar o desmatamento ilegal no Brasil até 2030”, escreveu Bolsonaro, segundo trecho da carta divulgado pela Folha de S. Paulo.

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O governo federal tenta obter financiamento dos Estados Unidos para a preservação da Amazônia, mas a Casa Branca exige metas concretas de combate ao desmatamento ilegal para liberar o dinheiro.

Ainda durante a campanha eleitoral de 2020, Biden já havia indicado que estava disposto a dar recursos ao Brasil para acabar com a devastação da floresta. A carta de Bolsonaro, segundo a Folha, foi enviada na última quarta-feira (14), pouco mais de uma semana antes de uma cúpula climática virtual organizada pelos EUA.

“Reitero o compromisso do Brasil e do meu governo com os esforços internacionais de proteção do meio ambiente, combate à mudança do clima e promoção do desenvolvimento sustentável. Teremos enorme satisfação em trabalhar com V. Excelência em todos esses objetivos comuns”, escreveu Bolsonaro.

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Em setembro passado, o presidente havia afirmado que não aceitaria “subornos” para controlar a destruição da maior floresta tropical do planeta. Bolsonaro recuou até mesmo em seu discurso agressivo contra ONGs ambientalistas, a quem chegou a culpar, sem provas, pelas queimadas na Amazônia.

“Queremos ouvir as entidades do terceiro setor, indígenas, comunidades tradicionais e todos aqueles que estejam dispostos a contribuir para um debate construtivo e realmente comprometido com a solução dos problemas”, destacou o presidente, de acordo com a Folha.

A cúpula ambiental de Biden será realizada entre os dias 22 e 23 de abril.

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Plano Amazônia

Também na última quarta, saiu no Diário Oficial da União o Plano Amazônia 2021/2022, que pela primeira vez no governo Bolsonaro oficializa uma meta de combate ao desmatamento na floresta.

Elaborado pelo vice-presidente da República e presidente do Conselho da Amazônia Legal, Hamilton Mourão, o documento estabelece como objetivo reduzir, até o fim de 2022, o desmatamento ilegal e as queimadas para os níveis da média histórica entre 2016 e 2020.

De acordo com o Observatório do Clima, a média de desmatamento nesse quinquênio é de 8,7 mil quilômetros quadrados, índice 16% maior do que antes de Bolsonaro assumir o poder (7,5 mil quilômetros quadrados).

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Ou seja, se o governo cumprir a meta à risca, o desmatamento em 2022 ainda será 16% maior do que no período pré-Bolsonaro. (ANSA)

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