Bolsas mundiais caem, em início de semana marcada por dados de inflação nos EUA e no Brasil

Dados de atividade na Zona do Euro e falas de membros do Fed e BCE também são destaque da semana

Felipe Moreira

(Getty Images)
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A sessão desta segunda-feira (27) é majoritariamente de perdas para as principais bolsas mundiais, no início da última semana de novembro. Ela será marcada por dados de inflação e do mercado de trabalho nos Estados Unidos, enquanto o Brasil contará com Caged e prévia da inflação, além da produção industrial.

Wall Street está saindo da quarta semana consecutiva de ganhos para os três principais índices, com as ações subindo desde que o rendimento do Tesouro de 10 anos recuou da marca de 5% que superou brevemente no final de outubro.

O principal indicador econômico da semana será divulgado na quinta-feira (30), o PCE, índice de preços de gastos com consumo nos EUA – indicador de inflação favorito do Federal Reserve (Fed). O consenso LSEG projeta alta de 0,2% na comparação mensal.

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Por aqui, agenda tem como destaque a divulgação, na terça-feira, do IPCA-15 de novembro. O dado tem previsão de 0,35% de aumento na comparação mensal pelo Bradesco enquanto o Itaú considera que a alta poderá ser de 0,29%, com queda da taxa anual para 4,8% dos 5,0% observados em outubro.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa, em semana movimentada em termos de indicadores econômicos e comentários do Fed. Na segunda-feira, serão divulgadas as vendas de casas novas e a última Pesquisa de Manufatura do Fed de Dallas.

As leituras da confiança do consumidor e da inflação serão divulgadas no final da semana.

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Os investidores ainda ficam de olho em atualizações sobre o início da temporada de compras natalinas após a Black Friday. Dados fracos sobre despesas podem sugerir que os aumentos das taxas do Fed estão finalmente a começar a pesar sobre a economia em geral.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam no vermelho, com a queda do mercado chinês devido ao declínio nas empresas imobiliárias, enquanto a inflação de serviços do Japão atingiu o maior nível em 45 meses.

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Os dados mostraram que o PPI de serviços do Japão subiu 2,3% em outubro, para seu nível mais alto desde janeiro de 2020 e mais do que a leitura do mês anterior de 2%.

Na segunda-feira, dados mostraram que os lucros industriais da China continuaram a diminuir em novembro, mas ao ritmo mais lento em quase um ano, de acordo com dados divulgados pelo governo .

A segunda maior economia do mundo divulgará na quinta-feira os números oficiais da atividade fabril de novembro, enquanto a pesquisa Caixin para a mesma métrica será divulgada na sexta-feira.

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Europa

Os mercados europeus iniciaram a semana no campo negativo, dias depois do índice Stoxx 600 da região ter atingido o seu nível mais alto desde 20 de setembro.

As ações de petróleo e gás caíram 0,7% com os futuros do petróleo negociado em baixa antes da reunião adiada da OPEP+, agora marcada para ser realizada virtualmente na quinta-feira.

Commodities

Os preços do petróleo operam em queda, enquanto os investidores aguardam a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) no final desta semana para um acordo para reduzir a oferta até 2024.

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As cotações do minério de ferro na China fecharam com alta, apesar da cautela depois que o maior consumidor mundial, a China, emitiu alertas sobre o aumento da supervisão do mercado, e enquanto os investidores aguardavam detalhes do governo sobre estímulos relacionados ao setor imobiliário.

O minério de ferro de referência para dezembro, SZZFZ3, na Bolsa de Cingapura, caiu 1,17%, para US$ 132,3 a tonelada.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda da semana tem como destaque o IPCA-15 de novembro, com previsão de aumento 0,35% na comparação mensal pelo Bradesco enquanto o Itaú considera que a alta poderá ser de 0,29%, com queda da taxa anual para 4,8% dos 5,0% observados em outubro.

Na quarta-feira, a FGV apresentará o IGP-M e as sondagens de serviços e do comércio do mês de novembro. O dia será marcado pela apresentação dos dados de geração de emprego formal, pelo Caged, e os dados sobre mercado de trabalho são complementados, na quinta-feira, pela taxa de desemprego (PNAD Contínua).

Nos EUA, os próximos dias serão marcados pela apresentação da Conference Board com os dados da confiança do consumidor, na terça-feira. A semana toma força na quarta, com a divulgação da segunda leitura do PIB do 3º trimestre, com projeção LSEG de avanço de 5,0% na comparação trimestral, a Balança Comercial e do Livro Bege do Federal Reserve.

Na Zona do Euro, o primeiro dado de destaque a ser divulgado será o indicador de confiança na economia, com dados de novembro, na quarta-feira, assim como o índice de preços ao consumidor da Alemanha. O país divulgará sua taxa de desemprego de novembro na quinta-feira e o dia será marcado também pelo índice de preços ao consumidor e taxa de desemprego da Zona do Euro.

Na sexta, será a vez da apresentação do índice PMI S&P Global da indústria de transformação de novembro pela Zona do Euro, pelo Reino Unido e pela Alemanha.

Brasil

8h: INCC-M de novembro

8h: Sondagem da construção de novembro

8h25: Boletim Focus semanal

10h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, tem reunião com Bjorn Lomborg, President of the Copenhagen Consensus Center (fechado à imprensa)

11h: Campos Neto tem reunião com representantes da AZ Quest (fechado à imprensa)

14h30: Dívida pública de outubro

15h30: Campos Neto tem reunião, por videoconferência, com representantes da Cervejaria Ambev (fechado à imprensa)

17h: Campos Neto tem reunião, por videoconferência, com Arlindo Raggio Vergaças Junior, Sócio Fundador e Diretor Executivo da JGP Gestão de Recursos (fechado à imprensa)

EUA

12h: Novas Moradias de outubro

3. Noticiário econômico

Pacheco defende manter desoneração da folha e diz que sentimento geral é de justiça tributária

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a desoneração da folha de pagamento, durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band, na noite do último domingo. Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto de desoneração da folha de 17 setores da economia a pedido de sua equipe econômica.

Pacheco afirmou que o sentimento é de justiça tributária quando se fala na desoneração da folha. Quando questionado sobre uma proposta em substituição que será apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Pacheco disse que não tomou conhecimento do teor da proposta alternativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Se for apresentada, sentaremos e vamos avaliar a substituição. O importante é que seja até 31 de dezembro”, disse o presidente do Senado.

4. Noticiário político

STF julga PEC dos precatórios nesta segunda

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, marcou para esta segunda o julgamento sobre uma possível mudança nos cálculos dos precatórios (dívidas decorrentes de decisões judiciais sobre as quais o governo não pode recorrer). A análise ocorrerá no plenário virtual da Corte, durante 24 horas.

O julgamento é de grande interesse do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que busca abrir caminho para o atual governo quitar o estoque de precatórios por meio de créditos extraordinários, ou seja, fora do novo limite de gastos, além de alterar a forma como essas despesas são contabilizadas.

5. Radar Corporativo

Eneva (ENEV3) e Vibra Energia (VBBR3)

A Eneva (ENEV3) informou na noite de domingo que submeteu uma proposta não-vinculante de combinação de negócios ao conselho de administração da Vibra Energia (VBBR3).

Segundo a proposta, inicialmente válida por 15 dias, a companhia combinada seria a maior distribuidora de combustíveis do Brasil, a maior plataforma de geração termoelétrica e seria a terceira maior empresa listada de energia do Brasil com valor de mercado, potencialmente levando a um crescimento significativo da liquidez de ações, com a expectativa de que seja superior a R$ 300 milhões por dia.

A proposta contempla a incorporação de ações da sociedade Eneva pela Vibra ou outra estrutura a ser estabelecida de comum acordo pelas companhias, de forma que o conjunto de acionistas de cada companhia, ao término do processo, passe a deter 50% do total das ações da companhia combinada.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil (BBAS3) aprovou no último dia 13 a distribuição de R$ 976,866 milhões a título de remuneração antecipada aos acionistas sob a forma de Juros sobre o Capital Próprio (JCP), relativos ao quarto trimestre de 2023. O valor é equivalente a R$ 0,34230647023 por ação.

Os JCP serão pagos em 28 de dezembro de 2023 e terão como base a posição acionária de 11 de dezembro, sendo que os papéis serão negociados “ex JCP”  a partir de 12 de dezembro.

Itaú Unibanco (ITUB4)

O Itaú Unibanco (ITUB4) informou na sexta que seu conselho de administração aprovou o pagamento de R$ 0,24724 por ação sob a forma de juros sobre capital próprio (JCP).

A distribuição será feita até 30 de abril de 2024, com base na posição acionária registrada no dia 6 de dezembro deste ano.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)

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