Bolsas mundiais caem, em início de semana marcada por ata do Copom, CMN e dados de inflação; os destaques do mercado hoje

Falas do Presidente do Fed, Jerome Powell, durante um painel com outros presidentes de Bancos Centrais também são destaque na semana

Felipe Moreira

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A sessão desta segunda-feira (26) é majoritariamente de perdas para as principais bolsas mundiais, no início da última semana de junho. Ela será marcada por dados de inflação nos Estados Unidos e na Europa de maio, enquanto o Brasil contará com indicadores do mercado de trabalho e prévia da inflação, além da ata do Copom.

Os mercados iniciam a semana no negativo após tentativa de golpe do grupo Wagner na Rússia, com as bolsas sentindo a perspectiva de recessão global, após decepção com os PMIs e subida de tom dos BCs da semana passada, além do índice Ifo frustrante hoje.

O principal indicador econômico da semana será divulgado na sexta-feira (30), o PCE, índice de preços de gastos com consumo nos EUA. O indicador é visto como importante para definir os próximos passos do Federal Reserve em sua próxima reunião de política monetária. O consenso Refinitiv prevê uma variação mensal de 0,4% no núcleo do indicador de maio, na comparação com abril, levando a taxa de 12 meses a 4,7%.

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Por aqui, agenda tem como destaque a divulgação, na terça-feira, da ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual a taxa Selic foi mantida em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. A ata poderá trazer a visão do Copom sobre a persistência de incertezas em relação ao arcabouço fiscal, a evolução do cenário externo, a dinâmica do crédito doméstico e como tudo isso pode impactar a calibragem da política monetária.

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Na quarta-feira (29), o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai estipular a meta de inflação para o Brasil em 2026 e deve reafirmar a dos anos de 2024 e 2025.

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1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos Estados Unidos operam com baixa no começo da última semana de negociação de junho.

Os rendimentos do Tesouro dos EUA também recuam nesta manhã de segunda-feira, com investidores aguardando lançamentos de novos dados econômicos que podem fornecer informações sobre o estado de saúde da economia americana.

Os investidores também estão esperando os comentários dos palestrantes do Fed, incluindo o presidente Jerome Powell, para novos detalhes sobre novos aumentos de juros que os formuladores de políticas indicaram que provavelmente serão necessários para reduzir a inflação.

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Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia e Pacífico

Os mercados asiáticos iniciaram a semana no vermelho, com exceção do Kospi, da Coreia do Sul, acompanhando o desempenho negativo dos mercados americanos da última sexta-feira, quando quebraram uma seqüência de altas de várias semanas.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, ampliou as perdas da semana passada para cair 0,4% na sessão de hoje. As ações da China continental também caíram após o retorno de um feriado de dois dias, com o índice de Shanghai fechando em queda de 1,48%, para 3.150 pontos, na quarta perda diária consecutiva.

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No Japão, o Nikkei reverteu os ganhos anteriores para fechar em queda de 0,25%, aos 32.698 pontos, em uma terceira perda diária consecutiva.

Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 0,29% e fechou em 7.078 pontos, puxado pelas ações de energia e marcando seu quarto dia consecutivo de perdas.

O Kospi, da Coréia do Sul, por sua vez, resistiu à venda mais ampla, subindo 0,47% para fechar em 2.582 pontos.

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Europa

Os mercados europeus operam com baixa após abertura positiva, com a maioria dos setores registrando perdas. As ações de produtos químicos lideraram os ganhos marginais com uma alta de 0,7%, enquanto os bancos registram as maiores perdas com uma queda de 1,2%.

O índice de referência, SOTXX 600 caiu em cinco sessões consecutivas na semana passada, refletindo o sentimento global negativo.

No fim de semana, a Europa também viu uma breve rebelião do grupo militar privado Wagner na Rússia, elevando os preços do petróleo na segunda-feira.

Commodities

Os preços do petróleo operam com leve alta, à medida que investidores observam com cautela se haverá mais consequências de uma tentativa de insurreição na Rússia que poderia interromper o fornecimento de energia de uma das maiores nações produtoras de petróleo do mundo.

Mercenários liderados por Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner de milícia privada, marcharam em direção a Moscou no sábado, no que foi visto como a maior ameaça aos 23 anos de poder de Vladimir Putin.

Eles, contudo, interromperam o movimento, aliviando um grande desafio ao controle do presidente Vladimir Putin no poder, em um recuo que seu líder disse que evitaria derramamento de sangue.

As cotações do minério de ferro na China recuaram na sessão de hoje.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda da semana tem como destaque a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na terça-feira (27).

Na quarta-feira (29), o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai estipular a meta de inflação para o Brasil em 2026 e deve reafirmar a dos anos de 2024 e 2025. “A decisão ganha relevância em um ambiente de debate sobre as expectativas de inflação de longo prazo e suas consequências para a autoridade monetária”, ressalta a equipe de análise do Bradesco.

Também na quarta, o BC vai divulgar as estatísticas de crédito de maio e seu relatório trimestral de inflação, referente ao segundo trimestre.

A prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), referente à junho, vai ser divulgada na terça-feira. O consenso Refinitiv prevê estabilidade na comparação mensal, levando a taxa anual a 3,39%.

Ata do Copom, IPCA-15, inflação nos EUA e Europa: o que acompanhar na semana

Para o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quinta, a expectativa do Itaú é que 185 mil empregos formais líquidos tenham sido criados em maio. Já a PNAD Contínua, a ser divulgada na sexta, deve apresentar uma queda na taxa de desemprego, de 8,5% para 8,3%.

Nos EUA, o PCE, índice de preços de gastos com consumo nos Estados Unidos, será divulgado na sexta-feira (30). O  consenso Refinitiv prevê uma variação mensal de 0,4% no núcleo do indicador de maio, na comparação com abril, levando a taxa de 12 meses a 4,7%.

Na quarta-feira (28), o presidente do Fed, Jerome Powell, participa de um painel com outros presidentes de Bancos Centrais.

Na sexta-feira, o índice harmonizado de preços ao consumidor da zona do euro (HICP) vai ser divulgado. O consenso Refinitiv prevê inflação de 5,6% no acumulado de 12 meses.

Brasil

8h: Confiança do consumidor de junho

8h25: Boletim Focus

8h30: Transações correntes de maio

15h30: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem reunião com Parlamentares da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA)

18h30: Haddad se reúne com Secretário Marcos Pinto – SRE

3. Noticiário econômico

‘Não tem como uma reforma tributária complexa ser unanimidade’, afirma ministro

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), afirmou que não tem como uma reforma complexa como a tributária ser unanimidade. Disse também que a reforma é uma necessidade do Brasil e que esse otimismo está dentro do Congresso.

“Será desastroso para algum município ou estado? Não. O Congresso tem responsabilidade e o Executivo tem responsabilidade da proteção”, afirmou Dias entrevista ao programa à Band. Questionado sobre a insatisfação do setor de serviços, o ministro disse que haverá “uma transição e um entendimento”.

4. Noticiário político

Lula recebe presidente da Argentina nesta segunda-feira (26)

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, faz visita oficial ao Brasil nesta segunda-feira (26). Fernández se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto, e almoço no Palácio Itamaraty.

O presidente argentino também encontrará Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).

CPMI de 8 de janeiro ouvirá ex-chefe da PMDF e coronel do Exército

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro tomará nesta segunda-feira (26), às 14h, o depoimento do ex-chefe do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Jorge Eduardo Naime, sobre a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, em Brasília, em 12 de dezembro de 2022 – data em que Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin foram diplomados como presidente e vice-presidente da República, respectivamente, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Naime será ouvido pelos deputados e senadores da CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro como testemunha, a pedido da relatora da comissão mista, senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

O coronel Jorge Eduardo Naime está preso no Complexo Penitenciário da Papuda (DF) desde fevereiro, acusado de omissão no 8 de janeiro, quando ocorreram os atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes, na capital federal.

5. Radar Corporativo

Qualicorp (QUAL3)

A Qualicorp (QUAL3), maior administradora de planos de saúde por adesão do País, informou na noite deste domingo (25) a troca de seu comando, decidida pelo conselho. O atual presidente (CEO) Elton Carluci deixa o cargo e, no lugar, o conselho escolheu Mauricio Lopes. Ele assume em 31 de julho.

Para a troca de CEO, o conselho da empresa fez um mapeamento em busca de um nome técnico, com experiência e “reconhecida reputação”, além de interlocução no setor da saúde suplementar, em todos os seus diferentes agentes, incluindo operadoras de saúde, para o cargo de CEO, de acordo com o comunicado.

Hypera (HYPE3)

A Hypera (HYPE3) aprovou na sexta-feira a distribuição de 194,8 milhões de reais na forma de juros sobre capital próprio (JCP), o equivalente a 0,30793 real por ação ordinária.

Terão direito ao recebimento os acionistas presentes nos registros da companhia ao final de 3 de julho deste ano, sendo as ações negociadas como “ex-juros sobre capital próprio” a partir de 4 de julho. 

Aegea

A Aegea, empresa de saneamento investida pela Itausa (ITSA4) informou que irá realizar duas emissões de debêntures simples que vão somar R$ 5,5 bilhões. Os recursos serão destinados à operação Águas do Rio, empresa da Aegea que venceu o leilão de dois blocos de privatização da operação da estatal fluminense Cedae, em 2021.

As emissões foram feitas pelas sociedades de propósito específico (SPE) Águas do Rio 1, que levantou R$ 3,49 bilhões, e Águas do Rio 4, que captou R$ 2,06 bilhões. Elas serão dividas em duas tranches: a primeira com vencimento em 10 anos e meio e outra com 18 anos e seis meses de vencimento.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)

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