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Analistas do Bank of America reiteraram recomendação de “compra” para as ações da Raízen (RAIZ4) e elevaram o preço-alvo de R$ 5,0 para R$ 5,90 (upside de 49% frente o fechamento da véspera), estimando crescimento da ordem de 25% ao ano dos lucros da companhias de 2024 a 2026, conforme relatório a clientes assinado por Isabella Simonato e Guilherme Palhares. Nesta terça-feira (20), os ativos RAIZ4 subiram 4,53%, a R$ 4,15.
Eles afirmaram enxergar um forte potencial de crescimento de lucros, como uma taxa de crescimento anual composto para o lucro no período 2024-2026 de 25%, impulsionada pela recuperação da moagem de cana-de-açúcar e execução do pipeline de usinas de etanol de segunda geração (E2G).
“Nós acreditamos que ambos os fatores não estão no preço e esperamos que conquistas sejam alcançadas na temporada 23/24”, escreveram, reiterando a companhia como “Top Pick” no setor de Agronegócios da América Latina. Eles preveem que a empresa deve inaugurar em agosto sua segunda planta de E2G.
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A equipe do BofA afirma ver um momentum sólido para os resultados da Raízen por causa da combinação de maior moagem, preços recordes de açúcar e custos mais baixos.
Eles destacaram que os preços do açúcar com hedge na safra 2023/24 subiram 18% no comparativo anual, enquanto veem a empresa acelerando os hedges para a próxima safra. Também aumentaram as estimativas de preços realizados em 5%-17% para 2023 e 2024, respectivamente.
Além disso, os analistas afirmaram que a Raízen se beneficia da queda de juros no Brasil devido ao prazos dos projetos. No mercado, a previsão é de que o Banco Central comece a reduzir em agosto a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
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Visão positiva para Cosan reiterada
Em outro relatório, o BofA também revisou as suas projeções para as ações da Cosan (CSAN3), holding da Raízen. Ainda que tenham reduzido o preço-alvo dos ativos de R$ 38 para R$ 31, os analistas do banco americano destacaram cinco motivos para comprar as ações.
Cabe ressaltar que o preço-alvo corresponde a um potencial de alta de 76% das ações: “Quando olhamos atentamente a estrutura da holding, temos confiança a respeito das fortalezas do grupo”, avaliam os analistas.
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O primeiro motivo para a compra é a alavancagem está sob controle. “A Cosan tem um balanço forte, apesar da dívida líquida de R$ 30 bilhões da holding. A proporção média entre dividendos recebidos e juros pagos em 2023-2027 (esperados) em 2,7 vezes é superior ao nível histórico de 2 vezes. Acreditamos que isso permite que a empresa refinancie antes da amortização de 2025 a dívida emitida para adquirir sua participação na Vale VALE3“, avaliam os analistas.
Em segundo lugar, a queda da Selic também deve liberar recursos para investir em novas oportunidades, reduzir a alavancagem financeira e reduzir o custo de capital de suas subsidiárias. Cálculos do banco apontam que a redução da Selic dos atuais 13,75% para 9,5% até 2025 deve ajudar a companhia a poupar R$ 1,2 bilhão.
Na sequência, as ofertas de ações também podem ajudar a desbloquear valor, cita o BofA. A Cosan já havia declarado que planeja ter as subsidiárias listadas em Bolsa. “Como foi o caso da Raízen em 2021, uma potencial listagem de empresas poderia trazer valor para a Cosan, em nossa visão. Além disso, em termos de liquidez, entendemos que a Cosan não precisaria se desfazer parcialmente de nenhum dos ativos para cumprir suas obrigações de dívida”, avalia.
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Os dois motivos seguintes são relacionados às recentes aquisições feitas pela companhia. O quarto lugar trata sobre a a fatia que a Cosan detém na Vale. Para os analistas, a compra pode uma das avenidas de crescimento da Cosan para os próximos anos, mesmo que no momento ela seja neutra em termos de criação de valor.
Além de ser uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale tem uma oportunidade de destravar valor com a separação da unidade de metais básicos, junto com uma série de melhorias operacionais e a resolução do passivo relacionado à Samarco.
O relatório aponta ainda que Luis Henrique Guimarães, CEO da Cosan, foi recentemente eleito para o conselho de administração e está à frente do comitê que trata de alocação de capital na Vale, tema em que possui tem bastante experiência.
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Na sequência, está a unidade de gestão de terras. A companhia desembolsou cerca de R$ 1,5 bilhão por mais 47% da gestora Radar em 2021 e, no final do ano passado, firmou a compra de uma fatia adicional na Tellus Brasil e na Janus Brasil, por R$ 1 bilhão.
Além de deter terras produtivas, a Cosan quer utilizar essa área para atuar no mercado de crédito de carbono, segundo informaram seus executivos em evento com investidores no ano passado. E para os analistas do BofA, o mercado está subestimando o valor desse ativo, ao ver a companhia e a Raízen investindo nessas terras, elevando a sua produtividade, sem se preocupar com contratos de arrendamento.
(com Reuters)
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