BoA Merrill Lynch enxerga mudança na correlação entre ativos e índice S&P 500

Antes negativa em grande parte dos casos, relação torna-se positiva neste ano; Treasuries de longo prazo permanecem intactos

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SÃO PAULO – “Quando a realidade econômica muda, minha convicção acadêmica também muda”, afirmou John Maynard Keynes. Se a crise financeira alterou a forma pela qual Wall Street enxerga a renda variável, outra transformação também merece relevância: a mudança da correlação entre ativos e ações.

Inserido no debate, o Bank of America Merrill Lynch divulgou relatório sobre o tema, no qual ressalta as principais mudanças das correlações observadas durante esta década e desenha perspectivas das relações futuras.

Títulos corporativos despertam olhares

Como ponto de partida, o banco afirma que a correlação entre o índice S&P 500 e diversas classes de ativos era negativa no alvorecer dos anos 2000. “Enquanto a teoria era verdadeira há nove anos atrás, nossas análises mostram que ativos não correlacionados em 2000 agora estão frequentemente correlacionados com o S&P 500”, observam os analistas, ao listarem a principal mudança observada.

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Conforme a instituição financeira, os ativos que tiveram a correlação mais elevada como índice S&P no decorrer desses anos foram os seguintes: ações de small caps, títulos corporativos com alto grau de investimento, hedge funds, papéis de empresas estrangeiras, commodities e o índice Nareit – acerca do setor imobiliário. “Até mesmo o ouro viu sua correlação subir de 57% negativos a 15% positivos”, completa o banco.

Dentre todos os exemplos, desperta a atenção o caso dos títulos corporativos, dado que a forte correlação negativa entre 2001 e 2007 (com pico de -72% em 2004) tornou-se positiva em 57% – maior nível desde 1999. Para a instituição, grande parte dos investidores ainda não notou a mudança desta relação. “Aqueles descrentes com as ações em bolsa devem tomar cuidado com os títulos”, aconselham os analistas.

Quer variar? Procure os Treasuries

Em contrapartida, o Bank of America Merrill Lynch ressalta que os Treasuries de longo prazo ainda detêm correlação negativa com o S&P 500 e, dentre as opções existentes no mercado financeiro, “deverá apresentar a melhor diversificação potencial”. Vale ressaltar que a correlação atual entre essas duas variáveis é -50%, levemente inalterada quando comparada ao patamar de -52% em 2005.

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Por último e, ao procurar algum setor da economia com baixa correlação frente ao índice S&P 500, os analistas do banco ficaram em parte frustrados: “com poucas exceções, virtualmente todo setor se tornou mais correlativo com o S&P desde 2005”, concluem os analistas. Para elucidar a tese com exemplos, a menor correlação observada foi a do setor elétrico, na casa dos 78%.

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