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Enquanto alguns esperam que o Bitcoin (BTC) acompanhe a recente recuperação das ações, a QCP Capital, empresa de trading de opções de criptomoedas com sede em Cingapura, sugere justamente o contrário.
“Dizemos isso porque o rendimento do Tesouro de dois anos (dos Estados Unidos), que tem sido um indicador confiável da direção do mercado durante todo o ano, está, de fato, se movendo em linha com o BTC e o Ethereum (ETH), enquanto o S&P 500 e o Nasdaq se recuperaram”, disse a firma em uma atualização do mercado divulgada na segunda-feira (5).
Ao longo de 2022, os ativos de risco, incluindo criptomoedas, moveram-se principalmente na direção oposta ao rendimento do Tesouro dos EUA de dois anos no momento em que o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) embarcou em seu ciclo de aumento de juros, o mais agressivo em décadas. Esse rendimento segue de perto a taxa de juros de curto prazo e as expectativas de inflação.
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Embora o BTC e o ETH continuaram a respeitar a correlação negativa com o rendimento de dois anos, as ações se separaram em meados de outubro.
O S&P 500 e o Nasdaq registraram ganhos superiores a 10% desde meados de outubro, afastando-se do rendimento de dois anos. O Bitcoin, a criptomoeda líder em valor de mercado, caiu 6%.
Se os mercados de títulos, considerados mais racionais e menos sentimentais do que o de ações, acreditassem na narrativa, o rendimento de dois anos teria sofrido uma queda acentuada.
Portanto, as ações parecem ter se adiantado ao precificar a mudança de política monetária do Fed.
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Olhando para frente
O rendimento de dois anos pode subir para 5%, pressionando para baixo os ativos de risco.
“Assumindo que o rendimento de dois anos ainda é a forma do mercado de precificar a taxa terminal do Fed (nível no qual se espera que o banco central pare de aumentar as taxas de juros) no próximo ano, então potencialmente ainda temos mais desvantagens, já que o Fed avisa que agora aumentará as taxas acima de 5%”, disse a QCP.
Isso porque as novas projeções dos 19 formuladores de políticas públicas do Fed, programadas para serem divulgadas na próxima semana, provavelmente mostrarão que as taxas continuarão subindo em 2023 e atingirão um pico acima de 5%, contradizendo as esperanças de cortes.
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