BC vai mudar regras de depósitos compulsórios nesta semana, diz Agência Estado

A autoridade monetário deve unificar diversas alíquotas e prazos para depois reduzir gradualmente o nível dos depósitos compulsórios, deixando mais recursos disponíveis para empréstimos

Mário Braga

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SÃO PAULO – O BC (Banco Central) deve anunciar ainda nesta semana uma reformulação nos depósitos compulsórios com o objetivo de reduzir o custo do crédito no Brasil. Uma fonte disse à Agência Estado que, em um primeiro momento, a autoridade monetário deve unificar diversas alíquotas e prazos e, posteriormente, fará a redução gradual do nível dos compulsórios, deixando mais recursos disponíveis para os bancos liberarem na forma de empréstimos a pessoas e empresas.

De acordo com a Bloomberg, a diminuição no nível dos depósitos compulsórios não seria feita agora para que a injeção adicional de moeda circulando na economia não resulte em pressão inflacionária e atrapalhe a dinâmica de controle dos preços por meio da Selic. Esta etapa, segundo a reportagem, seria equivalente a redução de impostos em uma reforma tributária

Ao reduzir as exigências do montante de dinheiro que bancos devem deixar “guardados” junto ao Banco Central, a autoridade monetária estaria diminuindo também os custos financeiros das instituições e incentivando a diminuição das taxas e dos spreads bancários.

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Segundo a reportagem, estas propostas fazem parte do pacote de “medidas estruturantes” anunciadas pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn, no fim do ano passado com o objetivo de implementar uma legislação mais moderna, incentivar a educação financeira e fomentar um sistema financeiro e créditos mais baratos.

Última mudança
A última vez que o BC alterou as regras dos compulsórios foi em agosto de 2014, quando passou a permitir que até 60% do recolhimento compulsório relativo a depósitos a prazo fossem cumpridos com operações de crédito. Na época, a instituição afirmou que a mudança dava “continuidade às medidas de distribuição da liquidez na economia” e era esperado que os ajustes tivessem impacto estimado em R$ 10 bilhões.

Na prática, as mudanças permitiam que 60% dos valores recolhidos pudessem ser utilizados na contratação de novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas. Também permitiu a dedução de compulsórios a partir de operações com veículos e motocicletas.

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