[BB] Comentário da Semana: mercado se mostra cada vez mais otimista

ÃO PAULO – A terceira semana de setembro foi bastante positiva para o mercado brasileiro, com os investidores acompanhando o cenário favorável para a economia interna, além da forte participação dos estrangeiros. No cenário internacional, a reunião do Fed e a ameaça de mais um furacão à costa dos EUA foram os destaques.

Neste contexto, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou a semana em forte alta de 4,96%, tendo atingido o seu maior patamar histórico, enquanto o dólar comercial registrou leve recuo de 0,96%. Os juros futuros, por sua vez, encerraram a semana em queda, assim como o risco país.

Cenário interno: mercado otimista

A semana foi marcada pelo otimismo dos investidores, tanto domésticos quanto estrangeiros, em relação à economia brasileira. A expectativa de retomada do crescimento econômico, a queda do risco país e percepção de uma evolução controlada dos preços têm animado o mercado.

A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) confirmou as expectativas dos analistas, apontando para a condução de uma política monetária mais expansionista por parte do Banco Central. Entre os índices de preços, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15) e o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) mostraram desaceleração, por outro lado, a projeção para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ao final do ano, trazida pelo boletim Focus, avançou após 17 semanas de queda, atingindo 5,21%.

No cenário internacional, as perspectivas para a economia brasileira também são otimistas. Além do baixo patamar do risco país e da forte entrada de recursos estrangeiros, a conclusão da primeira emissão em reais do Tesouro Nacional comprova o bom momento. Nem mesmo a revisão para baixo da recomendação para os títulos da dívida externa brasileira pelo JP Morgan, na sexta-feira, conteve o otimismo.

Cenário externo: temporada de furacões preocupa

No cenário externo, a passagem de mais um furacão pela região do Golfo do México, dessa vez o Rita, voltou a influenciar os preços do petróleo nas bolsas internacionais. O temor dos agentes é de que o fenômeno prejudique ainda mais a capacidade de extração e refino da região, que é a maior dos EUA.

O Fomc, comitê norte-americano de política monetária, no entanto, demonstrou não estar tão preocupado com os efeitos da temporada de furacões sobre a economia dos Estados Unidos. No comentário que acompanhou mais uma elevação da taxa básica de juro do país, a autoridade monetária revelou que os efeitos do Katrina são transitórios e sinalizou para novas altas dos juros nas próximas reuniões.

Ibovespa bate recorde

O dólar comercial encerrou a semana em queda de 0,96%, sendo cotado a R$ 2,2670 no fechamento de sexta-feira, quando acabou encerrando em leve valorização de 0,35%. A percepção de forte entrada de recursos pressionou a moeda durante a semana.

No mercado de juros futuros, o contrato futuro com vencimento em janeiro de 2007, que apresenta maior liquidez, projetou taxa de 17,65% na sexta-feira, frente a uma taxa de 17,67% no encerramento da semana anterior. Já a taxa anual do CDB pré-fixado de 30 dias fechou a 19,42%, pouco abaixo da taxa de 19,45% da semana anterior.

Finalmente, o Ibovespa encerrou a semana em forte alta de 4,96%, sendo cotado a 31.294 pontos. O índice bateu três recordes de pontos durante a semana, com a melhora das perspectivas para a economia e para os ganhos das empresas nos próximos trimestres.

Próxima semana: PIB do Brasil e dos EUA

A última semana de setembro terá a divulgação das Contas Nacionais Trimestrais, que trarão a revisão dos dados sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no segundo trimestre. O indicador é compilado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e sai na quinta-feira.

No cenário externo, o destaque também fica com a divulgação do PIB, só que dos EUA, que será publicado também na quinta-feira. Vale citar ainda o Durable Good Orders de agosto, que mede o volume de pedidos entregues de bens duráveis e sai na quarta-feira.