Barclays compra ABN Amro: consumidor pode ganhar

SÃO PAULO – Na última segunda-feira (23), o presidente do banco britânico Barclays, John Varley, anunciou a aquisição do ABN Amro por cerca de US$ 91 bilhões. Em um primeiro momento, o executivo afirmou que não deve vender o Banco Real, instituição responsável pelas operações do ABN Amro no Brasil.

Apesar disso, fica sempre aquele medo por parte do consumidor que possui conta-corrente. Caso as negociações tomem outro rumo, os clientes podem perder regalias ou sofrer algum tipo de prejuízo? De acordo com Renata Reis, técnica da Fundação Procon de São Paulo, não.

“Em casos desse tipo deve haver manutenção das condições de conta-corrente, empréstimo pessoal, financiamento, e outros produtos. A aquisição pelo grupo não pode impactar de maneira nenhuma o consumidor”, afirmou. Em algumas situações, ele pode até ganhar.

Juros

No que diz respeito a taxas e tarifas, Renata não acredita que haverá uma queda no valor das cobranças. “Nada sinaliza nesse sentido, é política de mercado, não existe nenhuma promessa”, disse.

O último levantamento do Procon sobre incidência de juros mostrou que o Real cobra 6,5% mensais pelo empréstimo pessoal e 8,4% mensais pelo cheque especial. A média encontrada entre instituições financeiras para o mês foi de 5,38% e 8,3%, respectivamente.

Atendimento

Por outro lado, a técnica acredita que o consumidor ganhará no que diz respeito a atendimento. “Se for analisar o banco, dá para perceber que ele não é muito reclamado. Mas de qualquer maneira, esperamos que haja melhora, principalmente no sentido de incremento do atendimento”, previu.

O cadastro de reclamações fundamentadas de 2006, divulgado recentemente pela fundação, apontou que o grupo “assuntos financeiros” foi o quarto com mais problemas dentre os sete pesquisados.

Ao todo, foram quase 3,8 mil reclamações, agregando 18,15% do total. No que diz respeito às relativas ao ABN Amro Real, foram 57 ocorrências no período, sendo 21 atendidas e 36 não atendidas.