Banco faz modelagem da Copa e aposta em mesma final de 2002 e Brasil hexa

SÃO PAULO – Às vésperas de qualquer Copa do Mundo, todos gostam de palpitar: sejam meros torcedores, comentaristas especializados ou até mesmo bancos internacionais.

Seguindo a linha de outros bancos de investimentos que utilizaram modelos econométricos para prever os vencedores da 19ª edição da competição, o Danske Bank publicou relatório nesta sexta-feira (28) desenhando os possíveis cruzamentos do torneio, bem como seus resultados.

Se depender dos economistas do banco alemão, pode-se começar a comemoração. “Esperamos que o Brasil mais uma vez se torne campeão do mundo”, diz o banco, ao ver uma repetição da final da Copa de 2002, quando o Brasil chegou ao pentacampeonato após vencer a Alemanha.

Parâmetros para calcular o campeão
Inicialmente, o Danske Bank lista os determinantes utilizados em seu modelo: nível de renda; tamanho da população; história e tradição no futebol; forma atual da seleção; presença de estrelas no elenco; vantagem por jogar em seus domínios.

As duas primeiras variáveis, embora econômicas, podem influenciar o desempenho, vide que rendas maiores permitem investimentos superiores em equipes, e com uma amostra maior, facilita-se o encontro de jogadores qualificados.

Por sua vez, “se uma nação tiver história e tradição no futebol, eles encorajarão pessoas a jogarem o esporte”, o que eleva a probabilidade de melhores jogadores. Além disso, a trajetória recente dos times, vencendo partidas e jogando bem, exerce influência relevante, dada a confiança elevada.

Encerrando a explicação dos parâmetros, claramente pode-se ver que a presença de um craque na equipe, como Pelé, Maradona ou Zidane (para evitar polêmicas: os três foram os exemplos citados pelo Danske, nesta ordem), é um fator preponderante para vencer uma partida, pois os gênios da bola possuem a capacidade de desequilibrar.

Classificados
Dado o modelo e os parâmetros, os economistas projetam que a tradição se manterá: a anfitriã África do Sul passará para a segunda fase, embora a chance de se despedir logo na primeira fase seja alta. Com um grupo difícil pela frente, formado pelo bicampeão do mundo Uruguai, pela potência França e o rápido México, será difícil para a África do Sul manter a escrita. O Danske Bank acredita que a França acompanhará os sul-africanos nas oitavas de final, ambos se classificando com cinco pontos e deixando para trás os uruguaiosi, que também teriam 5 pontos, através do desempate por saldo de gols.

No grupo B, a Grécia deverá ser eliminada, com classificações da até então invicta Argentina e também da Nigéria, com a Coreia do Sul na lanterna do grupo sem pontuar. Por sua vez, os grupos C e D deverão vivenciar lideranças respectivas de Inglaterra e Alemanha – ambas com 100% de aproveitamento na primeira fase -, que deverão ser acompanhadas para a chave das oitavas de final por Eslovênia e Sérvia.

Passando à análise do Grupo E, o Danske vê Dinamarca e Japão deixando a África na primeira fase, com classificações de Holanda e Camarões, com 7 e 5 pontos respectivamente. Na chave F, as classificadas para as oitavas, dentro do modelo do banco alemão, são a líder do grupo Itália (com 9 pontos) e Eslováquia (4 pontos), deixando para trás Paraguai e Nova Zelândia.

A chave G teria como classificados o Brasil, também com 3 vitórias em 3 partidas, e Portugal (com 6 pontos). Finalmente, o último grupo levaria à segunda fase da Copa do Mundo a invicta Espanha e Suíça (que somaria 4 pontos nos três jogos disputados).

Déjà vu de 2002
O banco prevê uma repetição da final de 2002: Brasil e Alemanha disputando o título, com vitória brasileira.

Para chegar às finais, o Brasil deixaria para trás a Suíça nas oitavas de final, a Holanda (que vence a Eslováquia nas oitavas) nas quartas e a Inglaterra (vencedora dos confrontos com Sérvia e França na segunda fase) na semifinal. Por sua vez, a Alemanha venceria, nesta mesma sequência, Eslovênia, Argentina (que enfrenta os donos da casa nas oitavas) e Itália.

O terceiro lugar, no modelo do banco, mostra vitória da Itália sobre os ingleses. Para chegar até a disputa do bronze, os italianos deixarão pelo caminho Camarões nas oitavas de final e a Espanha – uma das preteridas pelo público ao título e vencedora do confronto com Portugal nas oitavas – nas quartas de final. Na mesma ordem, e de acordo com o Danske Bank, Inglaterra elimina a Sérvia e França (que chega às quartas-de-final eliminando a Nigéria).