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Na teleconferência sobre os resultados do Banco do Brasil (BBAS3) no primeiro trimestre de 2023, o CFO Marco Geovanne Tobias mostrou incômodo com a forma que o mercado precifica a ação da instituição financeira e fez um desabafo. “Sem dúvida alguma, o mercado penaliza bastante o Banco do Brasil”, disparou, reforçando a visão da gestão passada do banco, de que o BB é negociado com desconto elevado.
“Eu acho que não é por uma questão de desempenho operacional do Banco do Brasil e de capacidade do management de executar estratégias, mas sim por outras questões que não cabe a nós discutirmos aqui”, afirmou Tobias. Na avaliação do executivo, o mercado “carregou muito na tinta” ao descontar o banco no ambiente de mudança de governo.
“A gente acredita que um retorno sobre patrimônio líquido de 21% não justifica a precificação que o mercado dá hoje para o Banco do Brasil”, disse.
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Tobias assumiu a cadeira de CFO no lugar de José Ricardo Forni, voltando ao banco onde trabalhou durante 23 anos até 2010. “Era um sonho que nós tínhamos lá em 2010 chegar ao nível de eficiência que o Banco do Brasil hoje está”, disse o executivo. “E lembro que uma das grandes cobranças do mercado era a pouca exposição que o Banco do Brasil tinha ao crédito pessoa física, que o que traz mais margem”.
O CFO explica que hoje, o crédito pessoa física corresponde a um terço do mix do banco, mas ainda assim o mercado continua a penalizar o BB.
“O mercado tem que parar com essa bobagem, saber diferenciar questões políticas, de governo, das questões empresariais, negociais”, acrescentou Tobias. “É a melhor parceria público-privada que se tem. Desde que seja bem gerida, desde que tenha eficiência. Nós temos mostrando que somos, sim, capazes de gerar eficiência, gerando valor ao acionista e à sociedade”.
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Questionada por analistas sobre os riscos de interferência do governo no BB, a presidente do banco, Tarciana Medeiros, afirmou não haver qualquer pressão para que a instituição financeira atue em linhas que não tragam resultado adequado. Ela acrescentou não ver espaço para que o banco atue com política de crédito sem amparo técnico.
“Estamos seguros da autonomia de gerir BB e vamos levar isso adiante, desenvolvendo negócios e concedendo crédito, tomando decisões com base em nossa governança”, afirmou Tarciana.
O resultado do Banco do Brasil no 1º trimestre de 2023
O Banco do Brasil reportou lucro líquido ajustado de R$ 8,55 bilhões no primeiro trimestre de 2023. A cifra é 28,9% maior que a registrada no 1T22, ainda que em queda de 5,4% frente o 4T22.
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O consenso Refinitiv previa lucro líquido de R$ 8,688 bilhões no período, abaixo dos R$ 9,04 bilhões do quarto trimestre de 2022, mas bem acima dos R$ 6,613 bilhões registrados um ano antes.
No período, o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL, ou ROE, na sigla em inglês) ajustado foi a 20,8%, alta de 2,9 pontos percentuais (p.p.) em base anual, e baixa de 1,8 p.p. em três meses.
O BB registrou em março de 2023, o saldo de R$ 1,0 trilhão na Carteira de Crédito Ampliada (que inclui, além da Carteira Classificada, TVM privados e garantias), uma alta anual de 16,8%.
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A receita financeira com operações de crédito totalizou R$ 32,304 bilhões, 4,6% maior em três meses. O resultado da tesouraria, por sua vez, foi de R$ 10,086 bilhões, baixa de 7,8% em um trimestre. Ao contrário dos pares do setor privado, o BB tem carteira de aplicações majoritariamente pós-fixada, o que tem garantido ganhos expressivos na tesouraria. As despesas de captação comercial do banco público, por sua vez, somaram R$ 18,073 bilhões, alta de 3,1% em um trimestre.
O BB ainda aprovou, em 11 de maio, a distribuição de R$ 351.037.065,11 a título de remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos e R$ 1.867.567.877,05 sob a forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP), ambos relativos ao primeiro trimestre de 2023. Com isso, a estatal aprovou mais de R$ 2,2 bilhões em dividendos e JCP.
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