B3 (B3SA3): guidance e recompra ficam em linha com o esperado e não devem ser catalisadores para ações

Bancos enxergam anúncios como neutros para a companhia e, em sua maioria, mantêm visão conservadora para a ação

Felipe Moreira

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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A B3 (B3SA3) anunciou na noite de quinta-feira (8) a renovação de seu programa de recompra de até 250 milhões de ações ordinárias de sua emissão.

Além disso, a companhia anunciou suas projeções de desempenho financeiro para 2023, período no qual prevê desembolsos totais de R$ 2,435 bilhões a R$ 2,775 bilhões.

Do montante total, as despesas ajustadas no negócio principal devem consumir de R$ 1,4 bilhão a R$ 1,5 bilhão, além de R$ 180 milhões a R$ 230 milhões em investimentos.

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De forma geral, o guidance para o próximo ano ficou mais ou menos em linha com as estimativas feita pela XP Investimentos. Com isso, a XP vê os anúncios como neutros para a companhia e mantém sua visão conservadora para a ação (recomendação Neutra e preço-alvo R$ 14,0).

“Vemos a estimativa de desembolsos como saudável, levando em consideração o ambiente macroeconômico desafiador esperado para o próximo ano”, comenta a XP, em relatório.

O Credit Suisse também avaliou os anúncios como neutros para ações da B3 e destaca a orientação de despesas ajustadas como um pouco pior do que o esperado, ficando 3,7% acima das projeções do banco. Ao mesmo tempo, também ressalta o investimentos (Capex) abaixo do esperado em comparação com o guidance de 2022, resultando em uma relação entre capex e receita líquida de aproximadamente 2,4%, um nível reduzido em comparação com a média de 5 anos de 4%. Dessa forma, o Credit Suisse diz precisar de mais informações para entender a recorrência desses níveis de capex/receita Líquida menores para os próximos anos.

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“A alavancagem financeira e o Payout não apresentaram alterações em relação ao guidance de 2022, indicando um cenário ainda benigno para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da B3 em relação às suas despesas com juros, ao mesmo tempo em que mantém um elevado nível de recursos distribuídos aos acionistas”, diz relatório do Credit Suisse.

Com relação ao novo programa de recompra de ações, analistas do banco suíço comentaram que a renovação da compra de 250 milhões de ações ordinárias por mais um ano, implica novamente em uma compra máxima de 4% do atual free float da B3.

O JP Morgan diz que o guidance para 2023 da B3 está em linha com suas estimativas. As despesas ajustadas (core + novas iniciativas) ficaram entre R$ 1,995-2.165 bilhões, 13% superior as projeções do banco de R$ 1,848 bilhão. No entanto, compensado por capex principal entre R$ 200-290 milhões, cerca de 50% abaixo das estimativas do JP Morgan de R$ 478 milhões.

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Combinados, opex + capex estiveram em linha com as expectativas do JP Morgan no ponto médio de R$ 2,325 bilhões. Em outras linhas, a B3 espera (i) depreciação e amortização entre R$ 975 milhões -1,055 bilhão (5% abaixo da estimativa do JP Morgan R$ 1,066 bilhão), (ii) despesas vinculadas à receita de R$ 240-320 milhões (6% acima da projeção do JP de R$ 264 milhões), (iii) payout de 110-140% (versus 100% do JP Morgan) com meta de alavancagem de 1,9 vez a dívida bruta/Ebitda.

O Bradesco BBI apontou que se esperava um crescimento de custo acima da inflação, já que a empresa continua a intensificar suas recentes aquisições – que ainda estão abaixo dos níveis de equilíbrio. “O guidance pode ter uma pequena pressão adicional sobre os custos, já que a Neurotech (a aquisição mais recente) ainda não está incorporada nessas expectativas. Observamos, no entanto, que as discussões sobre custos devem ficar em segundo plano no atual ambiente volátil, pois no curto/médio prazo a B3 deve continuar sendo uma história macro, com foco principal nas perspectivas de volumes e seus impactos na receita”, avalia.

O Goldman mantém classificação neutra para B3, pois o guidance veio amplamente em linha com as expectativas, e continua preocupado com o crescimento do volume, dado o ambiente de juros ainda elevados. O preço-alvo é de R$ 12,80, o que representa potencial de valorização de 9% frente a cotação de fechamento de quinta-feira (8) de R$ 11,74. Credit também mantém classificação neutra e preço-alvo de R$ 14, ou potencial de alta de 19% frente o fechamento da véspera.

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A XP tem mesmo preço-alvo de R$ 14 e recomendação neutra, mantendo visão conservadora para a ação e vendo os anúncios também como não sendo um catalisador para a companhia.

O JP Morgan, por sua vez, é mais otimista em relação as ações da B3 e reitera avaliação overweight (equivalente à compra), com preço-alvo de R$ 16,00. Já o Bradesco BBI tem recomendação equivalente à compra (outperform), com preço-alvo de R$ 14.

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