B3 (B3SA3): BofA reforça otimismo com a Bolsa em cenário de corte de juros e eleva preço-alvo da ação da empresa

Alívio monetário provocaria mudança de perspectiva sobre a empresa, vista como bem posicionada para uma queda de juros

Mitchel Diniz

B3  Bovespa  Bolsa de Valores de São Paulo  (Germano Lüders/InfoMoney)
B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Bank of America (BofA) elevou o preço-alvo para as ações da B3 (B3SA3) de R$ 13 para R$ 18 ao final de 2023. O potencial de valorização é de 35% em relação ao fechamento do papel no pregão de ontem (30). O banco também reiterou sua recomendação de compra da ação.

O novo preço-alvo foi calculado com base em estimativas revisadas para a empresa. Agora, o BofA espera que a B3 entregue lucro por ação de R$ 0,88 em 2024 (ante previsão de R$ 0,86), com uma perspectiva de que a Bolsa consiga maiores volumes financeiros diários (ADTV).

Na avaliação do banco, por ser a única Bolsa completamente integrada e diversificada no Brasil, a B3 está posicionada para se beneficiar por um ciclo de alívio monetário no segundo semestre deste ano. O banco projeta um total de cortes de 4 pontos percentuais da Selic (hoje em 13,75% ao ano) até meados de 2024, movimento que abre espaço para um “re-rating” da ação.

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Ou seja, o alívio monetário provocaria uma mudança de expectativa em relação a B3SA3.”Os ganhos da B3 e a performance da ação tem correlação inversa aos movimentos nas taxas de juros”, explicam os analistas Mario Pierry e Antonio Ruette.

A relação entre valor de mercado e lucro da B3, atualmente, é de 15 vezes, segundo cálculos do BofA. Nos últimos dez anos, esse múltiplo foi de 22 vezes durante ciclos de alívio monetário.

“Nós esperamos que os ganhos da empresa cresçam 13% em 2024 após um 2023 de estagnação, movimento suportado por uma geração de receita mais forte e margens operacionais relativamente estáveis”, escreveram os analistas.

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Para o BofA, o ADTV (volume médio de negociações diárias) da B3 que deve fechar 2023 em R$ 26 bilhões, aumentará para R$ 30 bilhões no ano que vem. O turnover, relação entre volumes e capitalização média de mercado, deve ficar próximo de 140%.

Os principais riscos desse cenário mais otimista para a B3, na visão do BofA, são basicamente dois. O primeiro, um aumento de competição no mercado de ações, com a potencial entrada de novos concorrentes ou mudanças na regulação de tecnologias. O segundo, ações judiciais contra  empresa, que somam mais de R$ 56 bilhões, o equivalente a 70% do valor de mercado da companhia. Contudo, o BofA ressalta que as perdas são classificadas como possíveis e não requerem provisões.

A B3 vem dizendo que segue trabalhando na identificação de produtos não explorados, para evitar que os gargalos sejam preenchidos por novos competidores. “A gente já lida com competição em todos os segmentos que atuamos, mesmo em ações, com a concorrência dos mercados globais”, disse Andre Milanez, CFO da companhia, na teleconferência de resultados do primeiro trimestre deste ano.

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Estrategistas do Itaú BBA veem estrangeiros mais otimistas do que o esperado com Brasil, à espera de juros mais baixos. Para eles, os preços são atrativos em relação a outros mercados emergentes e a Bolsa brasileira provavelmente terá um bom desempenho quando houver  maior visibilidade sobre cortes na Selic.

“Nós também sentimos um melhor humor entre os investidores brasileiros, que estavam muito pessimistas antes de nossa conferência”, afirma o BBA. “Olhando para o desempenho do mercado de ações brasileiro, essa rotação já começou, mas acreditamos que ela está apenas começando e que essa tendência continuará”. O banco destacou ter visto maior demanda pelos ativos da B3, entre outras ações do setor financeiro que ganham com cenário de queda de juros.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados