B3 (B3SA3): analistas elevam projeções e veem ação como uma das principais beneficiárias com queda de juros

Ação da operadora da Bolsa brasileira é vista como uma forma atraente de aumentar a exposição a uma possível recuperação dos mercados de capitais

Felipe Moreira

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O rali do mercado brasileiro em meio à perspectiva de queda de juros pelo Banco Central também tem levado a uma melhora das perspectivas para a operadora da Bolsa, a B3 (B3SA3), que registra ganhos acumulados de cerca de 10% apenas em junho, mas com analistas destacando que mais altas estão por vir. Diversas casas têm revisado suas perspectivas para a ação B3SA3.

Em relatório da última quarta-feira (7), o Bradesco BBI atualizou suas estimativas para a B3 e também para BB Seguridade (BBSE3) e Caixa Seguridade (CXSE3), incorporando os resultados do primeiro trimestre de 2023 (1T23) e suas expectativas para o restante do ano. O banco acredita que a operadora da Bolsa brasileira oferece o melhor risco-retorno entre as empresas financeiras não-bancárias sob sua cobertura, embora as as seguradoras ainda ofereçam uma boa cobertura neste momento, tornando-as boas opções defensivas.

O BBI manteve recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para ações da B3, com preço-alvo sendo elevado de R$ 14 para R$ 17, o que implica em um potencial de alta de 15%.

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Na avaliação do BBI, a B3 é uma forma atraente de aumentar a exposição a uma possível recuperação dos mercados de capitais, pois acredita que a empresa deva ser uma das principais beneficiárias dos prováveis cortes nas taxas de juros que podem ocorrer, principalmente devido ao cenário de volumes mais fortes (tanto em ações à vista quanto em derivativos) apoiado por maior apetite por risco dos investidores e aumento da capitalização de mercado, impulsionando as receitas e, consequentemente, beneficiando os lucros.

Em termos de múltiplos, os papéis da B3 negociam a Preço/Lucro de 17,6 vezes, com projeção de lucro líquido de R$ 4,9 bilhões para 2023 (com uma média de R$ 26,2 bilhões de ADTV para o ano).

Os analistas pontuam que a B3 é altamente sensível às condições de mercado, o que torna a companhia uma boa maneira de aumentar a exposição à melhora da atividade do mercado de capitais, não apenas devido a revisões positivas nos ganhos, mas também devido a uma potencial reavaliação das múltiplos.

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O Itaú BBA, por sua vez, comentou que o humor do mercado no Brasil melhorou e a B3 é uma ótima escolha para se ter em uma carteira investimentos, com espaço para uma revisão das estimativas de múltiplos e lucros para cima.

Segundo estimativas do BBA, o crescimento do lucro recorrente da B3 deve acelerar em 4% em 2023 e 15% em 2024.

O BBA mantém rating outperform para B3, com novo preço-alvo sendo elevado de R$ 15 para R$ 17 por ação, ainda deixando upside de 15% frente ao preço de fechamento de quarta-feira.

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Na semana passada, o Bank of America (BofA) elevou o preço-alvo para as ações da B3 de R$ 13 para R$ 18 ao final de 2023 e reiterou sua recomendação de compra da ação.

O novo preço-alvo foi calculado com base em estimativas revisadas para a empresa. Agora, o BofA espera que a B3 entregue lucro por ação de R$ 0,88 em 2024 (ante previsão de R$ 0,86), com uma perspectiva de que a Bolsa consiga maiores volumes financeiros diários (ADTV).

Na avaliação do banco, por ser a única Bolsa completamente integrada e diversificada no Brasil, a B3 está posicionada para se beneficiar por um ciclo de alívio monetário no segundo semestre deste ano. O banco projeta um total de cortes de 4 pontos percentuais da Selic (hoje em 13,75% ao ano) até meados de 2024, movimento que abre espaço para um “re-rating” da ação.

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Ou seja, o alívio monetário provocaria uma mudança de expectativa em relação a B3SA3.”Os ganhos da B3 e a performance da ação tem correlação inversa aos movimentos nas taxas de juros”, explicam os analistas Mario Pierry e Antonio Ruette.

A relação entre valor de mercado e lucro da B3, atualmente, é de 15 vezes, segundo cálculos do BofA. Nos últimos dez anos, esse múltiplo foi de 22 vezes durante ciclos de alívio monetário. “Nós esperamos que os ganhos da empresa cresçam 13% em 2024 após um 2023 de estagnação, movimento suportado por uma geração de receita mais forte e margens operacionais relativamente estáveis”, escreveram os analistas.

Para o BofA, o ADTV (volume médio de negociações diárias) da B3 que deve fechar 2023 em R$ 26 bilhões, aumentará para R$ 30 bilhões no ano que vem. O turnover, relação entre volumes e capitalização média de mercado, deve ficar próximo de 140%.

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Os principais riscos desse cenário mais otimista para a B3, na visão do BofA, são basicamente dois. O primeiro, um aumento de competição no mercado de ações, com a potencial entrada de novos concorrentes ou mudanças na regulação de tecnologias. O segundo, ações judiciais contra  empresa, que somam mais de R$ 56 bilhões, o equivalente a 70% do valor de mercado da companhia. Contudo, o BofA ressalta que as perdas são classificadas como possíveis e não requerem provisões.

De acordo com compilação feita pela Refinitiv, os analistas de mercado têm se mostrado divididos sobre as ações B3SA3. De 14 casas que cobrem os ativos, 7 possuem recomendação de compra e 7 recomendam manutenção, com preço-alvo médio de R$ 15,14 (upside de 3% frente o fechamento de quarta).

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