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A Natura (NTCO3) informou nesta segunda-feira (19) que sua controlada, Avon Products, foi condenada a pagar US$ 36 milhões em danos compensatórios à Rita Chapman pela Justiça da Califórnia. Além destes, a companhia terá que pagar US$ 10,3 milhões em danos punitivos.
O júri entendeu que os produtos da Avon que continham talco contaminado com amianto contribuíram para o mesotelioma, câncer na membrana que cobre o interior das paredes torácica e abdominal, em uma cliente chamada Rita Chapman. A cifra de US$ 36 milhões destina-se a cobrir custo médicos de Chapman.
Ela teria usado os produtos em pó contendo talco vendidos pela Avon a partir da década de 1950.
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Segundo o comunicado da Natura, Rita-Ann Chapman e seu marido, Gary Chapman, alegaram que, apesar da Avon nunca ter usado amianto em suas fórmulas de produtos, certos produtos em pó teriam sido contaminados com amianto durante processo de formação e mineração do talco que estava presente nessa mercadorias. Assim, o uso desses produtos teria contribuído para o desenvolvimento do câncer de Rita-Ann.
A Avon diz “ter fortes fundamentos para tentar anular o veredicto neste caso e buscará, de forma imediata, todas as medidas disponíveis para sua defesa e, se necessário, ingressará com recurso de apelação”.
A companhia afirma que parou de vender os produtos nos EUA em 2016. O julgamento foi realizado em duas fases e a Avon foi incluída como réu em fevereiro de 2022. O processo de danos pessoais foi movido em Los Angeles, na Califórnia.
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“Os produtos da API (Avon Products, Inc) passam por rigorosa avaliação de segurança para uso do consumidor. A API acredita ter fortes fundamentos para tentar anular o veredicto neste caso e buscará, de forma imediata, todas as medidas disponíveis para sua defesa e, se necessário, ingressará com recurso de apelação. Entre outras possíveis bases para os recursos, a API acredita que o tribunal excluiu indevidamente todas suas testemunhas factuais no julgamento e errou ao negar os pedidos de anulação do julgamento”, disse Guilherme Castellan, diretor-executivo financeiro da empresa.
Em breve nota, o JPMorgan apontou que, apesar do processo contencioso levantar ruídos em torno da Avon e, consequentemente, da Natura, do ponto de vista ESG (melhores práticas ambientais, sociais e de governança), os valores das multas são relativamente pequenos, em 8% do caixa do 3T22 e 2% do valor de mercado atual. A decisão também não é definitiva. Vendo os múltiplos como baratos, os analistas têm recomendação overweight (exposição acima da média, equivalente à compra) para a ação NTCO3.
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