Auren (AURE3) reverte prejuízo e registra lucro líquido de R$ 230 milhões no 1º trimestre

O resultado também reflete os benefícios do acordo acertado no trimestre passado com a União a respeito da indenização de Três Irmãos.

Estadão Conteúdo

Publicidade

Em meio ao aumento da geração eólica e à melhora do cenário hidrológico, que permitiu maior produção hidrelétrica, a Auren Energia (AURE3) registrou um lucro líquido de R$ 230 milhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 5,5 milhões reportados um ano antes. O resultado também reflete os benefícios do acordo acertado no trimestre passado com a União a respeito da indenização de Três Irmãos.

A receita líquida cresceu 2,2% nos três primeiros meses do ano, ante igual etapa de 2022, e somou R$ 1,414 bilhão. Já o Lucro antes de Juros, Impostos, Amortizações e Indenizações (Ebitda) chegou a R$ 451,9 milhões entre janeiro e março, alta de 49,5%. Excluindo eventos não recorrentes, como a marcação a mercado de contratos de energia e a reversão da provisão para litígios e baixa de depósitos judiciais, o Ebitda somou R$ 396,2 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 12% na comparação anual. A margem Ebitda ajustado cresceu 2,4 pontos porcentuais no mesmo período, chegando a 28%.

O desempenho positivo reflete a boa performance operacional dos segmentos de geração e comercialização dos ativos hidrelétricos e eólicos, influenciada também pela entrada em operação de novos parques eólicos.

Continua depois da publicidade

Na composição do Ebitda ajustado, destaque para a evolução da atividade de comercialização, que registrou um aumento de R$ 65,3 milhões ante o Ebitda ajustado negativo de R$ 2,6 milhões anotado no primeiro trimestre de 2022, refletindo a migração dos contratos entre os segmentos de Geração Hidrelétrica e Comercialização e o resultado positivo das operações de trading de energia, a despeito do cenário de baixos preços no mercado de energia.

Destaque também para o segmento de geração eólica, com aumento de 69,7% – ou R$ 65,3 milhões -, no Ebitda ajustado, impulsionado pela entrada em operação dos complexos eólicos Ventos do Piauí II e III e da melhor performance de geração nos parques, além de reajustes dos contratos por inflação.

A Auren registrou um crescimento de 118,5% na geração eólica, para 288,7 MW médios em razão da entrada em operação de Ventos do Piauí II e III ao final de 2022, bem como do melhor recurso eólico no período, e da normalização da geração no parque Ventos do Araripe III desde o ano passado. Em bases comparáveis, a alta foi de 18%.

Continua depois da publicidade

Leia Mais:

A empresa destacou que os parques geraram, de forma consolidada, 0,5% acima do P50, no qual as usinas são certificadas, e 10,6% acima do P90, utilizado como referência da garantia física dos empreendimentos.

“Foi um trimestre extraordinário do ponto de vista de geração eólica também”, disse o presidente da companhia, Fabio Zanfelice, após comentar o desempenho da geração hidrelétrica, favorecido pela melhora da condição hidrológica em relação aos primeiros meses de 2022, quando ainda se sentia os efeitos da crise hídrica do ano anterior.

Continua depois da publicidade

A geradora registrou um aumento de 17,5% na geração hidrelétrica, em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para 939 MW médios, em decorrência da melhora do nível dos reservatórios da hidrelétrica Porto Primavera, que chegou a operar com vertimento não turbinável. A produção da usina foi 4,6% superior à garantia física sazonalizada no período.

Resultado financeiro

Além do bom resultado operacional, a companhia também registrou no primeiro trimestre do ano um bom resultado financeiro, que ficou negativo em R$ 17,2 milhões, ante despesa líquida de R$ 166,4 milhões. Uma das principais razões para o resultado foi o efeito positivo da atualização monetária mensal do saldo a receber da indenização da hidrelétrica Três Irmãos, que totalizou R$ 134,7 milhões no último trimestre.

Continua depois da publicidade

A Auren encerrou março com uma dívida bruta de R$ 6,1 bilhões, alta de R$ 1,3 bilhão em um ano. O aumento do endividamento foi contrabalançado por uma maior posição de caixa e equivalentes e aplicações financeiras, na mesma base de comparação, de R$ 1,2 bilhão, para R$ 3,4 bilhões no encerramento do trimestre. Com isso, a dívida líquida consolidada da companhia era de R$ 2,6 bilhões, com prazo médio de 7,2 anos e custo médio pré-fixado da carteira de 11,4% ao ano. A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda Ajustado, estava 1,6 vez versus 1,5 vez um ano antes.

“Foi um fluxo de caixa bastante forte no trimestre, de R$ 300 milhões, com índice de conversão de 75%, que também é bastante alto, e a alavancagem baixa, de 1,6 vez, num cenário de taxa de juros alta e liquidez mais restrita. Essa é uma fortaleza da companhia neste trimestre, os R$ 3,4 bilhões em caixa”, disse Zanfelice.

A companhia deve realizar no próximo dia 15 o pagamento de R$ 1,5 bilhão em dividendos, anunciados em fevereiro.

Newsletter

Infomorning

Receba no seu e-mail logo pela manhã as notícias que vão mexer com os mercados, com os seus investimentos e o seu bolso durante o dia

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.