Aumentam especulações de quem irá suceder Strauss-Kahn na presidência do FMI

Francesa é favorita, mas candidatos de países emergentes também entram na disputa; escolhido deve ser europeu

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – Após a renúncia de Dominique Strauss-Kahn à diretoria do FMI (Fundo Monetário Internacional) vários nomes estão sendo cogitados para o processo de sucessão – muitos, inclusive, ligados as economias emergentes. Porém, o candidato não pode ter mais do que 65 anos, o que elimina as possibilidades de alguns nomes, como o presidente do Banco Central Israelense, Stanley Fischer, o conselheiro governamental indiano, Montek Singh Ahluwlia, e o presidente do ECB (Banco Central Europeu), o francês Jean-Claude Trichet. 

Europa
Até agora, a grande favorita para o cargo é a ministra de Finanças francesa Christine Lagarde, tendo a seu favor o predomínio do continente no posto. A francesa ganhou o respeito dos mercados durante a crise financeira e foi eleita a melhor ministra de finanças da Zona do Euro pela Financial Times. Todavia, Christine pode vir a ter que responder por seu envolvimento no pagamento de bônus para o empresário francês Bernard Tapie. 

Outro possível candidato europeu é o alemão Axel Weber, ex-presidente do Bundesbank (Banco Central Germânico) e outrora membro do conselho governante do ECB. Weber recentemente começou a lecionar nos Estados Unidos. 

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Já o turco Kemal Dervis, é mais um dos candidatos-chave caso o posto vá para alguém que não faça parte da União Europeia. Dervis é amplamente creditado por retirar a Turquia da crise de 2001 e pode ajudar a conciliar as vontades de um candidato europeu com um candidato emergente. Dervis, que já foi vice presidente do Banco Mundia e, agora trabalha no Brookings Institution, em Washington. 

África
Outro potencial candidato é o sul-africano Trevor Manuel, que ocupou o cargo de ministro de finanças de seu país por 13 anos, até 1999. Manuel é respeitado nos círculos financeiros e vem sido cotado por anos como um possível candidato ao FMI e ao Banco Mundial – embora acredite-se que seu perfil é melhor cotado para a segunda instituição. 

Manuel ainda exerce influência sobre seu país natal, fazendo parte da comissão nacional de planejamento. 

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Américas
O mexicano Agustín Carstens é outro dos possíveis candidatos, após passar a maior parte de sua carreira dentro de seu país natal, sendo apontado presidente do Banco Central Mexicano em janeiro de 2010. O mexicano, que possui PhD pela universidade de Chicago, havia sido número dois do FMI entre 2003 a 2006 – sem sucesso. 

Já o brasileiro Armínio Fraga, um dos presidentes do Banco Central com maior prestígio, também tem sido considerado um dos favoritos. Embora seja difícil o atual governo apoiar um ex-ministro do governo anterior, os investidores acreditam que foi sua intervenção que impediu o Brasil de ter problemas relacionados a desvalorização da moeda em janeiro de 1999. 

Fraga, porém, já admitiu “estar muito feliz com a lembrança”, mas que sua eleição é muito difícil por causa de sua nacionalidade. 

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Por sua vez, a mídia canadense tem apontado Mark Carney, presidente do Banco Central do país, como um possível candidato, após Carney afirmar que o futuro diretor tem de ser escolhido por mérito e não por nacionalidade. Essa ideia parece contraditória com o principal argumento de seus apoiadores – de que um canadense seria um líder neutro o suficiente. 

Ásia
A Ásia também tem seus candidatos, como Grigory Marchenko, presidente do Banco Central Cazaquistanês, formado em uma das principais instituições de ensino da União Soviética e conta apoio de vários países da antiga ditadura socialista, que atualmente formam a CIS (Comunidade dos Estados Independentes), como a Rússia. 

Por fim, a China também tem dois nomes sendo especulados. Zhu Min, outrora vice-presidente do Banco Central Chinês e membro do Banco Mundial por seis anos antes de assumir a posição de conselheiro do FMI. De acordo com a mídia local, Zhu tem doutorado em economia pela Universidade Johns Hopkins. 

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Outro candidato do gigante asiático seria o presidente do Banco da China, Zhou Xiaochuan, que ainda teria de renunciar ao seu importante cargo para assumir uma posição no FMI.

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