Às 6h da manhã, a Grécia estava fora da zona do euro; tudo mudou graças a Donald Tusk

"Desculpem, mas vocês não vão sair dessa sala de maneira alguma", disse o presidente do Conselho Europeu aos líderes reunidos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Às 6h da manhã (horário de Bruxelas) desta segunda-feira (13), na Bélgica, a Grécia não era mais um país membro da zona do euro, segundo informações do Financial Times. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e a chanceler alemã, Angela Merkel, decidiram depois de 14 horas de discussões que haviam chegado a um impasse e não havia mais motivo para continuar as negociações. O país deixaria a zona de moeda única e todos os agentes envolvidos seriam obrigados a arcar com as consequências desta decisão. 

Os dois se encaminhavam para a porta de saída quando o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, interveio. “Desculpem, mas vocês não vão sair dessa sala de maneira nenhuma”, disse imperiosamente o polonês. 

O grande motivo para a discórdia até então tinha sido o tamanho e o propósito de um fundo de privatização assegurado por ativos gregos sequestrados. Merkel queria 50 bilhões de euros das vendas destinadas ao repagamento de dívidas. Tsipras disse que aquilo era uma humilhação nacional que cederia o controle de ativos que valiam quase um terço da renda nacional grega.

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Depois de mais algumas horas de discussões com os ânimos exaltados por conta de políticos e diplomatas que estavam há dias sem dormir, o presidente da França, François Hollande, guiou Merkel e Tsipras ao escritório de Tusk para finalizar um acordo sobre o fundo de privatização. “Houve na Alemanha uma forte pressão para o ‘Grexit’. Eu recusei esta solução”, disse Hollande a repórteres após o acordo ser alcançado.

O francês ajudou Tsipras dizendo que a questão do fundo era de soberania nacional e que nada seria pior do que humilhar a Grécia, quando o país buscava solidariedade de seus pares na zona do euro. Ele também exigiu que a possibilidade de uma saída grega do grupo temporária – medida defendida pelo ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble – fosse removida da versão final do documento. 

Depois da reunião, um oficial senior da zona do euro deu seu ultimato sobre quem sofreu mais naquelas 17 horas. “Eles crucificaram Tsipras ali. Crucificaram”, concluiu de maneira enfática. 

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