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O mercado argentino teve forte reação nesta segunda-feira (23) ao resultado do primeiro turno da eleição presidencial no país, com o esperado sell-off se concretizando em alguns segmentos.
O ministro da Economia, Sergio Massa, teve um desempenho melhor do que o previsto na votação presidencial de domingo, frustrando as esperanças de desempenho mais positivo de um candidato mais favorável ao mercado.
Massa surpreendeu os especialistas no domingo à noite ao obter quase 37% dos votos, forçando uma votação no segundo turno no mês que vem com o segundo colocado Javier Milei, o outsider libertário incendiário que obteve 30% de apoio com 97% dos votos contados. A maior questão para os investidores é para onde migrarão os apoiadores da candidata em terceiro lugar, Patricia Bullrich (que era vista como a candidata mais favorável ao mercado), no segundo turno em 19 de novembro.
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Na cotação de hoje, segundo informa o jornal argentino “La Nación”, um único dólar equivale a 365,50 pesos argentinos no câmbio oficial e 1.100 pesos argentinos na venda no câmbio paralelo, o chamado dólar blue, mostrando uma desvalorização da moeda argentina. Na última sexta-feira pré primeiro turno, houve poucas negociações no mercado informal e o dólar era vendido entre 980 e 1010 pesos.
Os títulos em dólares do país – negociados entre 20 e 27 centavos por dólar – tiveram o pior desempenho nos mercados emergentes na segunda-feira. Os papéis caíram ao longo da curva, com os títulos com vencimento em 2030 caindo até 3,3 centavos antes de reduzir as perdas.
As ações argentinas tiveram forte baixa, com os papéis da petrolífera YPF listadas nos EUA despencando 6,51%, enquanto as ações da Cresud caíram 6,54%. As ações do Banco BBVA Argentina, Grupo Financiero Galicia e Grupo Supervielle, que registravam baixa durante a manhã, fecharam com movimentos mistos%.
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Em Buenos Aires, o índice Merval caiu 12,44%.
Apesar da queda, as ações cotadas em pesos argentinos que compõem o Merval ainda subiam mais de 260% este ano, apoiadas por uma visão de valuations pouco esticados (ou seja, ações baratas) em antecipação a uma mudança na trajetória política. Os investidores locais também têm investido nos mercados acionários para se protegerem contra a inflação, que disparou para os três dígitos pela primeira vez desde 1991.
“Massa e Milei prenunciam maior incerteza”, disse Graham Stock, estrategista sênior soberano de mercados emergentes da RBC BlueBay Asset Management, baseado em Londres.
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“No caso de Massa, a questão chave é qual vertente da ampla coligação peronista dominaria o seu governo. No caso de Milei, a questão chave é até qual ponto da sua agenda econômica e social radical ele seria capaz de implementar”, acrescentou Stock.
A força surpreendente dos peronistas, apesar da pior crise econômica do país em duas décadas, com uma recessão iminente após uma seca dolorosa, trouxe um segundo turno polarizado.
Embora os investidores esperassem que Milei chegasse ao segundo turno, o forte desempenho de Massa é negativo para as avaliações de ativos, pois significa que a candidata favorável ao mercado, Patricia Bullrich, está fora da corrida, destacou Bruno Gennari, estrategista de mercados emergentes e vendas da KNG Securities LLP.
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“Seguiremos de perto o que os diferentes líderes da coligação que ficou em terceiro lugar têm a dizer sobre os candidatos na disputa, já que alguns membros da coligação da oposição podem não ficar tão felizes em abraçar Milei”, disse Gennari.
“Para vencer, Massa e Milei precisam conquistar os eleitores de Bullrich”, acrescentou Kimberley Sperrfechter, economista de mercados emergentes da Capital Economics.
A Levante Corp destaca que a votação de Massa surpreendeu na Província de Buenos Aires, campo de disputa essencial, por conta do alto número de eleitores, para o desfecho das eleições.
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Para os analistas da Levante, há um pouco positivo a ser considerado. “Agora, a tendência é que ambos os candidatos acenem para o centro político, podendo moderar seus discursos e trazer alguma sinalização positiva para os mercados. No curto prazo, entretanto, o resultado deste primeiro turno deve ser negativo, já que a liderança do kirchnerista era inesperada e até se falava em vitória de Javier Milei neste domingo. Os últimos governos peronistas e, principalmente, sob o comando dos Kirchner são apontados por investidores e economistas como responsáveis pela delicadíssima situação da economia argentina”, avalia.
(com Reuters)
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