Arcabouço e dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Vitor Azevedo

Edifício Sede Caixa Econômica Federal e Banco Central em Brasília
Edifício Sede Caixa Econômica Federal e Banco Central em Brasília

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Após a Semana Santa mais curta e com pouca liquidez por causa dos feriados, investidores encararão, entre o dia nove e 15 de abril, um período com certa agitação, com a divulgação, por exemplo, de dados econômicos importantes no Brasil e nos Estados Unidos, além de questões políticas, como a ida do Arcabouço Fiscal para o Congresso.

Por aqui, o Banco Central, como sempre, divulga o Relatório Focus na segunda-feira (10), que vem sendo acompanhado mais de perto – por conta de toda a incerteza que ronda tanto o cenário brasileiro, principalmente no que tange à política, quanto o externo, as expectativas dos economistas estão tendo mais peso.

Mas os destaques, no que tange publicações macroeconômicas, ficam para a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, principal dado do inflação brasileiro, marcado para a terça-feira (11), e para o CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na sigla em inglês), um dos principais indicadores da inflação americana, na quarta (12).

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Com os atuais níveis das taxas de juros, em patamares considerados elevados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, esses números acabam tendo grande peso nas decisões das autoridades monetárias. O consenso Refinitiv para o IPCA brasileiro é de uma alta de 0,77% na base mensal, ou de 4,7% no ano. Nos Estados Unidos, a projeção é de avanço de 0,3%, acumulando 5,2% no ano.

Além desses dois indicadores, outros números também são relevantes. No Brasil, investidores devem monitorar as vendas do varejo, na quarta, e a pesquisa de serviços, na sexta-feira (14) – ambas referentes ao mês de março. Nos Estados Unidos, há a publicação dos níveis de estoques do atacado de fevereiro, na segunda, da inflação ao produtor em março, na quinta, e das vendas do varejo e produção industrial, esses dois dados referentes ao terceiro mês do ano e divulgados na sexta.

“No Brasil, a atenção estará voltada para dados de inflação e de atividade. Na terça, o IBGE divulgará o IPCA referente a março, que deve mostrar um processo de desinflação gradual. A Pesquisa Mensal do Comércio e a Pesquisa Mensal de Serviços de janeiro serão apresentadas na quarta e sexta, respectivamente, e vale lembrar que ambas passaram por uma extensa revisão metodológica”, lembram os analistas do Bradesco BBI.

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A casa, fugindo dos dados macroeconômicos, lembra que nos Estados Unidos, na quarta, há a publicação da ata da reunião do último Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). O documento, contudo, é divulgado de forma um pouco defasada, por sair logo após um dado de inflação relevante. “Será importante acompanhar a visão dos membros do Fed sobre os problemas recentes no sistema bancário do país”, acrescentam.

No âmbito político local, especialistas chamam a atenção para o desenrolar da proposta do novo Arcabouço Fiscal. Qualquer nova sinalização tende a fazer peso nos ativos de risco e também na renda fixa.

“Depois de uma semana vazia devido ao feriado da Páscoa, os participantes do mercado aguardam os próximos dias para que o governo finalmente envie a proposta oficial de estrutura fiscal ao Congresso, bem como possivelmente desvende medidas de recuperação de receitas”, comenta o Itaú BBA. “Sobre este último tema, o ministro da Fazenda, Haddad, disse que o conjunto de medidas para reduzir isenções e brechas fiscais pode chegar a 1% do PIB”.

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No âmbito corporativo, o destaque fica para o início da temporada de balanços do primeiro trimestre de 2022 nos Estados Unidos, com os bancos gigantes publicando seus resultados na sexta-feira. JPMorgan, Wells Fargo e Citigroup, como de costume, abrem o período de publicação de resultados.

Outros países importantes, como China, Alemanha e Reino Unido, por fim, também trazem dados macroeconômicos. O gigante asiático divulga sua inflação de março na segunda e a Alemanha publica a variação dos preços no mesmo mês na quarta. O Reino Unido, por fim, tem também na quarta a divulgação dos dados da sua indústria.

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