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SÃO PAULO – A Minerva Foods (BEEF3) celebrou na última quinta-feira suas primeiras iniciativas para investimentos no mercado da Austrália, com a aquisição dos frigoríficos Sharke Lake e Great Eastern Abattoir, ambos especializados em ovinos e localizados na costa oeste do país, informou a empresa em comunicado. Com isso, a companhia passa a ter maior diversificação geográfica e também maior diversificação de proteínas.
Segundo a Minerva, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, os investimentos serão realizados e as plantas exploradas por meio de uma joint venture em fase final de constituição com a SALIC, na qual a empresa brasileira deterá fatia de 65% e a SALIC a participação restante de 35%.
O investimento total da joint venture será de aproximadamente US$ 35 milhões, incluindo a aquisição dos ativos, aportes para melhoria das estruturas das plantas e capital de giro, disse a companhia.
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A Minerva acrescentou que a expectativa é de que os frigoríficos estejam aptos para início de operação no prazo de 60 dias.
Quando em plena operação, as plantas poderão alcançar a capacidade de abate de 1 milhão de cabeças por ano.
“Essa iniciativa… complementa de maneira singular nossas operações na América do Sul, maximizando as oportunidades comerciais e sinergias operacionais, reduzindo os riscos e contribuindo para nossa estratégia de consolidação no mercado de exportação de proteína animal”, concluiu a companhia.
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Atualmente, a Austrália é a maior exportadora global de ovinos processados, com acesso tanto a destinos de alto crescimento como Ásia e Oriente Médio, mas também mercados premium como Estados Unidos, Europa, Japão, Coreia do Sul, entre outros.
O Bank of America avalia que, mesmo sendo um pequeno investimento para a Minerva, de menos de 3% de seu valor de mercado, é um primeiro passo para um novo país e uma nova proteína.
“Embora as métricas de avaliação ainda sejam desconhecidas, acreditamos que a empresa poderia alavancar os ativos australianos em sua plataforma global, já que a maior parte da carne do país é exportada para a China e para os EUA. Ao mesmo tempo, diversifica a concentração regional da empresa, ainda na América do Sul”, afirmam os analistas do banco. Os analistas possuem recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 12,50, ainda que representando uma alta de 51% em relação ao fechamento de quinta-feira.
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A Levante Ideias de Investimentos aponta que o momento da expansão da Minerva e o segmento parece ser bastante oportuno para a companhia, que já vem mirando uma extensão de suas operações de exportação, inclusive com as atenções voltadas para a Austrália.
“A complementaridade das operações já detidas no país, juntamente com a Salic, faz sentido, ainda mais em momento de recuperação do rebanho de cordeiros no país após alguns períodos de clima desfavorável, representando um excelente momento para o crescimento acelerado das operações”, afirmam os analistas da casa de research.
Desta forma, eles enxergam o movimento como positivo para a companhia, apesar dos resultados potenciais serem
ainda pequenos em comparação ao resultado total da companhia (a Minerva gera anualmente cerca de R$ 24 bilhões em receita), com impactos positivos nas ações da companhia no curto prazo.
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Isso porque a aquisição se torna estratégica com alguns pontos importantes como a diversificação geográfica, ampliação de mercado endereçável, com a carne de cordeiro sendo uma importante abertura de relações comerciais para outros tipos de proteínas para países do Oriente Médio e alguns países da Ásia que consomem proteínas de maior valor agregado (Japão e Coreia do Sul, por exemplo).
A Levante ressalta ainda que um dos frigoríficos adquiridos nessa transação possui uma pequena capacidade de abate e
processamento de bovinos, especialidade da Minerva. Isso pode abrir caminho futuramente para uma exportação de bovinos a partir da Austrália. Apesar de a JBS também ser a líder em bovinos por lá, a expertise da Minerva na operação de carne bovina, além de trading de proteínas, pode abrir um novo caminho para os mercados ainda pouco acessados pela companhia, com viés mais premium do que as exportações com origem na América Latina.
Nesta sessão, os ganhos eram modestos na Bolsa: os ativos BEEF3 subiam 0,85%, a R$ 8,35, às 13h50 (horário de Brasília).
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(com Reuters)
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