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SÃO PAULO – Os papéis da Brasil Telecom (BRTO4) foram a principal queda do Ibovespa na semana, com baixa de 13,63%, cotados a R$ 14,89 cada. O movimento negativo reflete a suspensão pela Oi (TNLP3, TNLP4) do processo de incorporação da empresa. As ações ordinárias da Oi tiveram queda 2,75%, enquanto os preferenciais recuam 4,10%. Além do mercado, os analistas não recebem bem as novas informações.
Na noite da última quinta-feira (14), a Oi enviou um comunicado ao mercado no qual informou o adiamento da fase final da fusão com a BRT e pediu para mudar o os termos do acordo. A companhia apresentou o resultado da auditoria feita pela BDO Trevisan, pela qual constatou-se que a provisão das dívidas judiciais da Brasil Telecom, que giravam em torno de R$ 1,3 bilhão, devem ser de R$ 2,5 bilhões.
Em decorrência deste adicional de provisão, as empresas decidiram suspender o processo de incorporação de ações, visto que a relação de substituição proposta não considerava este ajuste contábil. Os investidores repercutem o fato no pregão desta data, onde os papéis da BrT sofrem forte correção diante das informações.
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O que acontece agora?
A Brasil Telecom irá reunir seus acionistas em breve para uma reunião na qual serão decididas novas taxas para o processo de incorporação da empresa com a Oi, que deverão ser votadas pelos minoritários. Em caso de aprovação, a Oi poderá dar continuidade ao procedimento de consolidação. Contudo, se os acionistas minoritários não aprovarem a nova relação de substituição a ser definida, a Oi poderá cancelar o processo.
Cabe lembrar que a Brasil Telecom foi comprada pela Oi por um valor total de R$ 12,9 bilhões em 2008, sendo que R$ 5,4 bilhões foram para os acionistas controladores. Segundo os analistas do Citi, a mudança nos termos do contrato deve representar 10% do total negociado.
De acordo com os analistas da Itaú Corretora, o ajuste nos ativos da BRT já era esperado. Para eles, a companhia deve estabelecer uma nova taxa de substituição para as ações BRTO4 em TMAR5 (ou TMAR7) em torno de 10,7% menor em relação às atuais.
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Mercado em consenso: negativo
O caráter negativo dos desdobramentos parece consenso no mercado. “Com a revisão para cima da provisão de contingências judiciais no balanço da BRT, possivelmente ocorrerá uma redução no número de ações de Telemar que os minoritários da Brasil Telecom irão receber”, avaliaram os analistas, ressaltando que os resultados das companhias devem ser prejudicados no quarto trimestre de 2009.
Segundo a equipe do Citigroup, a Oi está “efetivamente pedindo aos acionistas minoritários da Brasil Telecom que absorvam o custo desta operação”. Na opinião dos analistas, isto deve ser bastante difícil.
A equipe do JP Morgan, por sua vez, acredita que a divulgação dos resultados da auditoria deixa muitas perguntas sem respostas – “O que fez a Telemar apresentar isso agora, e por que nesta altura do processo de incorporação?”. Os analistas do banco também acreditam que o forte ajuste nos papéis da Brasil Telecom é justificável frente ao novos dados informados pela Oi.
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Recomendações
Em meio a muitas incertezas frente à continuidade do processo de fusão entre BRT e Oi, os analistas optam por manter as atuais recomendações e preços-alvo para os papéis envolvidos na operação. O JP Morgan tem recomendação overweight – acima do desempenho do setor – para as ações TMAR5, enquanto a equipe da Ativa Corretora recomenda comprar os ativos da companhia, apesar de apostar em volatilidade no curto prazo.
Outras quedas
Nesta semana, também tiveram uma performance negativa os papéis Fibria ON (FIBR3, R$ 35,50, -10,13%), Redecard ON (RDCD3, R$ 25,72, -7,88%), TAM PN N2 (TAMM4, R$ 38,70, -7,61%), ALL UNT N2 (ALLL11, R$ 16,20, -7,43%) e Eletrobras ON (ELET3, R$ 35,99, -6,52%).