Aperto monetário na China deve continuar, com aumento das taxas de juros

Para analistas, com a inflação em níveis elevados e o crescimento econômico, governo chinês deve promover aperto monetário

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SÃO PAULO – Com a inflação considerada problemática pelo governo e a economia ainda crescendo em ritmo forte, a China atrai atenção dos analistas com a perspectiva de aperto monetário neste fim de semana.

Na manhã desta sexta-feira (10), o governo chinês, através do PBoC (Banco Popular da China), banco central do país asiático, já promoveu medidas de aperto monetário: a autoridade monetária anunciou a elevação em 0,5 ponto percentual das exigências de depósitos das instituições financeiras.

Desta forma, parte das expectativas dos analistas fica confirmada. As atenções agora recaem sobre os dados econômicos que serão divulgados neste sábado e o possível aumento das taxas de juros.

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O aperto monetário será o suficiente?
Para o analista Wei Yao, do banco Société Générale, a grande questão em torno do aperto monetário chinês – que é dado como certo – reside no nível em que será efetuado.

Lembrando que o crescimento da atividade chinesa tem sido moderado nos últimos dois trimestres e também as incertezas no contexto econômico global, o analista avalia que o cenário “provavelmente não justifica uma posição monetária firme na perspectiva no governo”. Entretanto, para Yao, isso pode levar a um aperto monetário insuficiente.

Por fim, o analista cita como provável a combinação de aumento das exigências de depósitos – já efetuado – e aumento das taxas de juros. Sobre o primeiro, Yao afirma que podem ser drenados 350 bilhões de yuan dos bancos. Já as operações em mercado aberto do PBoC não tem obtido efeito. Assim, o aumento dos juros pode ser uma opção melhor a partir de uma perspectiva prática, afirma Yao.

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Necessidade urgente
Para Flemming Nielsen, do Danske, com o crescimento da economia mais uma vez acelerando e a inflação indo para um patamar de 5,5% no começo do próximo ano, a necessidade de uma política monetária “menos acomodada” é urgente.

Na avaliação de Nielsen, a divulgação dos dados da economia referentes ao último mês de novembro no sábado traz a possibilidade de que uma política monetária mais austera seja decidida já neste fim de semana. Segundo o analista, isso deve acontecer particularmente se a inflação do mês passado ficar surpreendentemente elevada – a expectativa é de um pequeno incremento de 0,2 ponto percentual, para 4,6% ao ano.

Por fim, a projeção é de um aumento de 0,27 ponto percentual na taxa de juros em conjunto com o aumento dos depósitos exigíveis. Também é esperada uma apreciação mais rápida da moeda chinesa como parte da reposta do governo chinês.

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