Ant, do bilionário Jack Ma, começa a se tornar pesadelo para investidores globais; veja os cenários para a empresa

No domingo, a China ordenou que a Ant reexamine suas atividades de tecnologia financeira e retorne às suas raízes como um serviço de pagamentos

Bloomberg

Ant Group (Foto: Reuters)
Ant Group (Foto: Reuters)

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(Bloomberg) — Há dois meses, investidores globais como Warburg Pincus, Carlyle, Temasek e GIC se preparavam para embolsar os ganhos do que teria sido a maior oferta pública inicial do mundo.

Agora, o retorno de centenas de milhões de dólares investidos na Ant Group está em risco. No domingo, a China ordenou que a Ant reexamine suas atividades de tecnologia financeira – que incluem gestão de patrimônio, empréstimos ao consumidor e seguros – e retorne às suas raízes como um serviço de pagamentos.

Embora o comunicado do banco central não ofereça muitos detalhes, representa uma séria ameaça ao crescimento e às operações mais lucrativas do império de finanças online do bilionário Jack Ma. Os reguladores já não pedem diretamente o desmembramento da empresa, mas enfatizam que é importante que a Ant “entenda a necessidade de reorganizar seus negócios” e que apresente um plano e um cronograma o mais rápido possível.

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As autoridades também criticaram a Ant por sua governança corporativa abaixo da média, desdém em relação às exigências regulatórias e envolvimento em arbitragem regulatória. O banco central disse que a Ant aproveitou seu domínio para excluir rivais, o que teria prejudicado os interesses de centenas de milhões de consumidores.

A Ant disse em resposta que montará uma equipe especial para atender às demandas dos reguladores. Manterá as operações para usuários e prometeu não aumentar os preços para consumidores e parceiros financeiros, ao mesmo tempo em que intensificará os controles de risco.

A empresa com sede em Hangzhou precisa criar uma holding financeira separada para cumprir as regras e garantir que tem capital suficiente, acrescentaram os reguladores.

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Confira os cenários de investidores e analistas sobre o possível modelo de reestruturação a ser adotado:

Leve

Os otimistas dizem que os reguladores estão meramente reafirmando seu direito de supervisionar o setor financeiro do país ao enviar um alerta às empresas de Internet, sem intenções de mudanças drásticas.

“Não acho que os reguladores pensem em desmembrar a Ant, já que nenhuma empresa de fintech na China tem status de monopólio”, disse Zhang Kai, analista da empresa de pesquisa de mercado Analysys. “A medida não visa apenas a Ant, mas também serve de alerta para outras fintechs chinesas.”

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Ruim

Um resultado mais preocupante seria se os reguladores decidissem desmembrar a Ant. Isso complicaria a estrutura acionária e prejudicaria os negócios de crescimento mais rápido da empresa.

Avaliada em cerca de US$ 315 bilhões antes da suspensão da oferta pública inicial, a Ant capturou investimentos dos maiores fundos do mundo. Entre eles: Warburg Pincus, Carlyle, Silver Lake Management, Temasek e GIC.

Os investidores globais apoiaram a empresa quando o grupo foi avaliado em cerca de US$ 150 bilhões em sua última rodada captação de fundos em 2018. A divisão da empresa tornaria o retorno sobre seus investimentos incerto, e o cronograma do IPO antes previsto para novembro seria adiado para um futuro distante.

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“O potencial de crescimento da Ant será limitado com o foco novamente em seus serviços de pagamentos”, disse Chen Shujin, responsável por pesquisa financeira para China na Jefferies Financial, com sede em Hong Kong. Na China continental, “o setor de pagamentos online está saturado e a participação de mercado da Ant praticamente atingiu o limite”.

Pesadelo

O pior cenário seria a Ant abrir mão da divisão de gestão de patrimônio, crédito e seguros, o que suspenderia as operações nas unidades que atendem meio bilhão de pessoas.

A unidade de gestão de patrimônio, que inclui a plataforma Yu’ebao que vende fundos mútuos e fundos do mercado monetário, respondeu por 15% da receita.

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A tecnologia de crédito, que inclui as unidades Huabei e Jiebei da Ant, puxou a receita do grupo ao responder por 39% do total nos primeiros seis meses deste ano. A unidade concedeu empréstimos para cerca de 500 milhões de pessoas.

O Alibaba anunciou na segunda-feira que aumentará a recompra de ações de US$ 6 bilhões para US$ 10 bilhões. O conselho da empresa autorizou a ampliação, com vigência de dois anos, até o final de 2022. O grupo perdeu mais de US$ 200 bilhões em valor de mercado desde novembro, quando reguladores suspenderam o IPO da Ant.

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