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(Bloomberg) — A Anglo American está ignorando as tensões do comércio global e a agitação política local enquanto avança rumo a uma decisão de muitos bilhões de dólares para a construção da próxima grande mina de cobre do mundo, no Peru.
A empresa com sede em Londres se prepara para apresentar o projeto Quellaveco a seu conselho por volta do meio do ano, e esta é a última etapa para convocar um parceiro para arcar com parte do custo, disse Hennie Faul, chefe da unidade de cobre da Anglo, em entrevista em Santiago no dia 6 de abril.
A autorização está em vigor e a Anglo está analisando um estudo de viabilidade junto com sua atual parceira, o conglomerado japonês Mitsubishi Corp, que detém 18 por cento do projeto. A Mitsubishi afirmou que negocia com a Anglo o aumento de sua participação, e Faul disse que há muito interesse de outros possíveis compradores. A Anglo pretende conservar uma participação de pelo menos 51 por cento e permanecer como operadora, disse ele.
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Faul não quis identificar outras partes interessadas nem o tamanho da participação a ser vendida, mas afirmou que o processo de venda está “acontecendo neste momento” e fará parte da aprovação do projeto.
“A Mitsubishi também faz parte desse processo, mas tem havido muito interesse de outros”, disse ele. “Isso mostra que Quellaveco é um bom recurso, mas também que há muito interesse no cobre.”
Falando na véspera da reunião anual da Cesco Copper Week em Santiago, Faul pintou um quadro positivo das perspectivas de longo prazo do metal.
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Embora os produtores estejam saindo de uma queda acentuada dos preços com balanços mais fortes e margens saudáveis, eles terão dificuldade para acompanhar o ritmo da demanda depois de anos apertando o cinto, porque expandir a produção é um processo muito caro e lento, disse Faul. A economia da China e, portanto, sua demanda pelo metal industrial, continua crescendo, embora a um ritmo mais lento, e a eletrificação ajudará a aumentar o uso da fiação de cobre, disse ele.
Turbulência no Peru
No curto prazo, os estoques em depósitos aumentaram, mas continuam em níveis que sustentam os preços atuais, disse Faul, que previu que o mercado entrará em um leve déficit no próximo ano. A crescente disputa comercial entre os EUA e a China poderia pressionar os preços nos próximos seis a doze meses, disse ele.
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“Continuo achando que haverá demanda; a dúvida está mais na questão da oferta”, disse ele. “Vai ser difícil acompanhar o ritmo mesmo com uma demanda de crescimento lento.”
A Anglo não se desanimou por causa da recente turbulência política no Peru, que culminou em março com a renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski depois de menos de dois anos no cargo.
O novo presidente, Martín Vizcarra, tem histórico de conciliador e desarmou protestos em um país que viu projetos de bilhões de dólares serem bloqueados no passado por oposição da população. O novo ministro de Energia e Minas é Francisco Ísmodes, ex-executivo de mineração.
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As instituições do Peru atravessam relativamente incólumes as mudanças políticas, e a Anglo não prevê nenhuma agitação civil. A diretoria compreende o país e o projeto Quellaveco, disse Faul.
“Temos que enfrentar essas incertezas políticas, mas não vemos isso como um grande risco para o Peru”, disse ele. “Não é a Venezuela nem de longe.”
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