Aliansce Sonae (ALSO3) negocia venda de ativos que vão gerar sobreposição com brMalls (BRML3)

Assembleias de acionistas para decidir a combinação entre as duas empresas estão marcadas para 8 de junho

Mitchel Diniz

Santana Parque Shopping, da Aliansce Sonae (Foto: Divulgação)
Santana Parque Shopping, da Aliansce Sonae (Foto: Divulgação)

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Sem entrar em detalhes, já que a combinação dos negócios ainda depende da aprovação dos acionistas, o CEO da Aliansce Sonae (ALSO3) afirma que já foram identificados ativos que vão gerar sobreposição com o portfólio de brMalls (BRML3) e confirmou que está trabalhando na venda deles.

“Acho pouco provável ter um fechamento do negócio antes da assembleia de acionistas, mas se algo avançar, vamos divulgar ao mercado”, afirmou Rafael Sales, em teleconferência de resultados da empresa. Ele explicou que esses ativos em negociação não fazem parte do portfólio central da Aliansce Sonae, mas que tiveram bons resultados.

No próximo dia 8 de junho, acionistas da Aliansce Sonae e brMalls se reúnem para aprovar a combinação das duas empresas. A operação teve parecer favorável do conselho de administração da brMalls, da qual a Aliansce é acionista.

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“Estamos trabalhando dedicação para que no dia 8, as duas assembleias aprovem a transação. Estamos otimistas, mas seguimos conversando com acionistas para esclarecer o potencial do negócio e ter uma alta adesão em ambas”, afirmou Rafael Sales, CEO da Aliansce Sonae, em teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre.

Ele acredita que, no âmbito do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a fusão leve até seis meses para ser aprovada, mas pode ser maior, conforme prazos estabelecidos por lei. “Vamos trabalhar para tomar providências que o Cade achar necessárias, o mais rápido possível, e criar essa nova empresa”, afirmou Sales.

Redução de descontos e revisão de guidance

A Aliansce Sonae registrou lucro líquido de R$ 55,9 milhões no primeiro trimestre de 2022 (1T22), um desempenho 33,6% superior ao reportado no mesmo trimestre de 2021.

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O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da Aliansce Sonae cresceu 27,8% no 1T22, totalizando R$ 184,9 milhões.

A companhia atribui o desempenho à redução de descontos, eficiência na gestão de custos e despesas e captura de sinergias.

Os descontos foram reduzidos em praticamente todo o portfólio, com exceção de casas de entretenimento, diz o CEO. A empresa pretende zerá-los em todo o portfólio no segundo semestre. A retirada desses descontos, segundo Rafael Sales, implicou em crescimento da inadimplência líquida da empresa (em relação à receita) para 6,2%, um aumento significativo na comparação com o 4T21, quando estava negativa em 0,3%.

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“Estamos com inadimplência um pouco maior, então a gente vai ser cauteloso na revisão de guidance, um pouco mais para frente, se for o caso de revisar”. afirmou.

Por outro lado, Sales destacou que a alta taxa de ocupação dos shoppings, que chegou a 96,6% no trimestre, joga a favor desse cenário. “A ocupação esta boa, se tiver de substituir lojista, não vai ser problema”, afirmou.

Repercussão do balanço

A Aliansce Sonae manteve tendência positiva, com recuperação das vendas e maior taxa de ocupação, pontua a Eleven. Os analistas da casa também destacam que a companhia conseguiu manter a baixa alavancagem financeira em 0,8x dívida líquida/Ebitda.

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A Eleven reiterou a recomendação de compra para Aliansce Sonae, com preço-alvo de R$ 28.

Para o Bradesco BBI, a empresa seguiu os pares Multiplan (MULT3) e Iguatemi ([ativo=IGTA3]) e apresentou um impressionante SSR (aluguel mesmas lojas) de 39% na comparação com 2019. Os custos de ocupação acima dos níveis históricos para todos os players indicam que os aluguéis, impulsionados pela inflação galopante do IGP-DI, cresceu acima das vendas, o que só os analistas só veem como sustentável se as vendas dos lojistas se recuperarem nos trimestres seguintes – uma tendência provável, mas que é preciso ficar de olho.

A recomendação do BBI para ALSO3 é outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 36.

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Às 16h13 (horário de Brasília), o papel subia 1,68%, a R$ 19,36.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados