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O agronegócio precisa decidir se é parte do problema ou da solução em se tratando das mudanças climáticas. Quem propõe a indagação é Marcelo Furtado, ex-diretor-executivo do Greenpeace [2008 a 2013], e hoje representante da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento multissetorial, que reúne entidades ligadas ao agronegócio, ONGs, empresas, entre outros públicos, para discutir a agenda que envolve as mudanças climáticas e o setor produtivo.
De acordo com Furtado, existe uma janela de oportunidades na economia de baixo carbono incrível para o agronegócio brasileiro. Isso porque, segundo ele, a eficiência e competitividade do agronegócio se beneficiam de um planeta mais resiliente no tocante à proteção e conservação dos recursos naturais, entre terra, água, florestas, biodiversidade, etc.. “O setor está num momento de escolha para onde quer ir e engajar”, assinala Furtado, acrescentando que “há uma oportunidade de o setor engajar, por exemplo, a sociedade, os consumidores de que é verdadeiramente possível ser um agronegócio sustentável e inclusivo”.
Neste desafio, Furtado pontua que o jovem terá papel preponderante, e que o agronegócio precisa melhorar seu relacionamento com a juventude. “Quem é que vai fazer o agronegócio daqui dez, vinte anos?”, questiona Furtado. Segundo ele, se não houver esforço para atrair e engajar o jovem à agenda do agronegócio, ele migrará para áreas urbanas, integrando outros segmentos.
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“Se nós vamos produzir alimentos, com sustentabilidade, respondendo aos desafios climáticos, plantando árvores, recuperando áreas degradadas, será preciso engajar os jovens”, acentua Furtado, complementando que neste aspecto “engajar o jovem é levar informação onde ele está e do jeito que ele entende”.
No âmbito da Coalizão, Furtado diz que se a temática ambiental está com os pontos de vistas mais alinhados entre os diferentes membros, as questões de cunho social – reservas indígenas, por exemplo – ainda apresentam mais assimetrias de pensamento.
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