Magalu (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) saltam 20% em dois pregões com alívio maior sobre fiscal

Movimento também ocorre em um período de menor liquidez dos mercados, o que contribui para movimentos mais acentuados da Bols

Equipe InfoMoney

Galpão do Magazine Luiza: empresa é a líder em compras de startups no Brasil (Divulgação)
Galpão do Magazine Luiza: empresa é a líder em compras de startups no Brasil (Divulgação)

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Desacreditadas na Bolsa e alvos de sucessivos cortes de recomendação, as ações de varejistas ligadas à linha branca e e-commerce registram um rali nestes últimos dois pregões, com altas chegando a superar os 20% no período. Nesta terça-feira (20), os ativos da Via (VIIA3) subiram 10,81%, a R$ 2,46, Americanas (AMER3) teve ganhos de 5,80%, a R$ 9,18, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) disparou 8,05%, a R$ 2,82. Assim, mesmo longe das máximas do dia, acumularam em dois pregões avanços respectivos de 28,8%, 19,2% e 19%, uma vez que já tiveram fortes ganhos na véspera.

O movimento acontece após um alívio na curva de juros desde a véspera, que impulsiona ações de crescimento (mais sensíveis a taxas) em meio a notícias vindas da política e que também impulsionam o Ibovespa pelo segundo dia seguido.

Na véspera, houve a repercussão no mercado da a retirada do Bolsa Família do teto de gastos, na noite de domingo (18), por uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O desfecho do julgamento sobre o orçamento secreto foi considerado positivo, aliviando taxas ao longo do dia. Os vértices curtos fecharam até 5 pontos-base (bps), e os médios e longos, entre 5 e 6 bps.

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Já nesta terça, em continuidade ao movimento e também com as negociações para a PEC da Transição na Câmara, o dia voltou a ser de ânimo para os mercados, com queda nos juros mais longos. O DI com vencimento em janeiro de 2024 tem queda de 15 pontos-base, a 13,78%, o para 2025 cai 37 pontos-base, a 13,36%, o de 2027 cai 44 pontos-base, a 13,19%, enquanto o de 2029 cai 38 pontos-base, a 13,17%.

Mais cedo, havia a expectativa de uma desidratação da PEC da Transição, o que representaria um alívio no risco fiscal que aumentou muito a aversão ao mercado nas últimas sessões.

Na manhã desta terça, os líderes da Câmara dos Deputados fecharam acordo para reduzir o tempo de vigência da PEC da Transição de dois para um ano, mantendo o valor de R$ 145 bilhões para o pagamento do Bolsa Família e o espaço fiscal em cima do excesso de arrecadação, anunciou o deputado Cláudio Cajado (PP-BA) após encontro de parlamentares, incluindo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com membros do governo eleito.

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“Vai ter um destaque do Novo, mais basicamente vai ser por um ano, esse era o pensamento majoritário da Câmara. Vai se retirar do texto empréstimos internacionais e ficará para a PEC o valor de 145 bilhões mais o espaço fiscal dos 6% em cima do excesso de arrecadação e os 23 e pouco (bilhões) em relação ao PIS/Pasep. Então basicamente ficou assim o texto, com 1 ano de validade”, disse Cajado a jornalistas após o encontro.

Questionado se a PEC será aprovada pela Câmara em votação ainda nesta terça, o deputado afirmou que essa é a expectativa, uma vez que o acordo foi fechado pelas lideranças de todos os partidos.

“O sentimento é que haja esse consenso. Na verdade, sempre houve consenso para votar a PEC, a discussão era o valor e o prazo”, disse.

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Aprovada no Senado com folga, a PEC da Transição vinha esbarrando em diversas negociações políticas na Câmara, incluindo a formação ministerial do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou o chamado orçamento secreto.

Cabe destacar ainda que a menor liquidez devido à proximidade dos feriados de final de ano tende a tornar os movimentos mais acentuados na bolsa.

A TC Economatica destaca ser preciso alertar os investidores sobre os riscos da baixa liquidez e volume, apontando a forte alta dos ativos das varejistas, mas seu baixo volume negociado.

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A casa aponta que a Petrobras (PETR3;PETR4) negociou, em 2022, em média, R$ 2,6 bilhões por dia. Ontem negociou apenas R$ 1,4 bilhões, 45% abaixo da média do restante do ano. “Isso pode indicar de fato o padrão do rali de natal, que traz ações com liquidez mais altas que perdem liquidez e volume pela saída dos grandes investidores institucionais”, avalia.

No caso de Magalu, contudo, houve uma negociação na véspera 8% acima da média do ano, com negociação de R$ 763 milhões na véspera, ante R$ 705 milhões na média. Já a Via negociou ontem 70% acima da média do ano, R$ 349 milhões, ante média no ano de R$ 205 milhões.

Cabe destacar que ainda há muita cautela dos investidores com relação às varejistas, com analistas revisando projeções para baixo principalmente de olho no cenário macroeconômico complicado e visão de que os juros vão demorar mais para cair e ficarão em alta por um tempo maior do que tinha sido precificado antes das eleições. Nas últimas semanas, Goldman Sachs, Morgan Stanley, BB Investimentos e Itaú BBA têm revisado para baixo as estimativas para uma ou mais empresas do setor.

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