Ações de Vale e siderúrgicas recuam com minério e China; Petrobras cai 4% com petróleo e fala de Bolsonaro e bancos sobem

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (31)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A ação da Vale (VALE3, R$ 98,68, -1,37%) e de siderúrgicas como CSN (CSNA3, R$ 34,86, -4,99%) e Usiminas (USIM5, R$ 18,49, -0,80%) caíram acompanhando o desempenho do minério de ferro.

Os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de commodities de Dalian fecharam em queda de 5%, a 808 iuanes por tonelada. Já no porto de Qingdao, o minério com teor de 62% de ferro fechou com desvalorização de 1,9%, para US$ 153,67 a tonelada, segundo a Fastmarkets MB.

Cabe destacar que, na China, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial de indústria caiu a 50,1 em agosto de 50,4 em julho, mostraram nesta terça-feira dados da Agência Nacional de Estatísticas, permanecendo por pouco acima da marca de 50 que separa crescimento de contração. Analistas consultados pela Reuters esperavam recuo a 50,2.

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“Os PMIs piores do que o esperado aumentam a convicção de nossa visão de que a desaceleração do crescimento no segundo semestre pode ser bastante notável”, escreveram economistas do Nomura em nota.

A sessão também foi de queda para as ações da Petrobras (PETR3, R$ 27,92, -2,79%; PETR4, R$ 27,19, -3,92%) acompanhando o recuo de cerca de 1% dos principais contratos do petróleo brent e do WTI, com os investidores atentos à reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) na próxima quarta-feira, em meio a pedidos dos Estados Unidos para a reativação da produção da commodity.

Os preços também foram pressionados por preocupações de que interrupções de energia e enchentes na Louisiana, após o furacão Ida, reduzirão a demanda de petróleo das refinarias. Os dados mais fracos da China também impactam a cotação.

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Ainda no radar do mercado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira em conversa com apoiadores que o governo irá “começar a trabalhar” no preço dos combustíveis, mas não adiantou o que pode ser feito além de cobrar, mais uma vez, mudanças no ICMS. “Então agora está saneada a Petrobras, a gente começa agora a trabalhar na questão do preço dos combustíveis”, disse Bolsonaro. “Mas não adianta a gente tratar de preço se o ICMS tiver esse valor variável, que interessa aos governadores.”

O presidente tem sido constantemente cobrado pelo alto valor dos combustíveis e do gás de cozinha, que tiveram aumentos recorde desde o ano passado. Em alguns locais, o litro da gasolina já chega a 7 reais, enquanto o botijão de gás de cozinha está em torno de 100 reais.

No setor financeiro, após as quedas da véspera, ações de bancos como Itaú (ITUB4, R$ 30,94, +1,31%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,43, +0,63%) e Bradesco (BBDC4, R$ 23,15, +0,56%) chegaram a avançar mais forte, mas amenizaram. Ontem, o setor foi pressionado por notícias sobre manifestações de diferentes setores econômicos em defesa da democracia, às vésperas dos atos de 7 de Setembro. Veja mais aqui.

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Ainda em destaque, a SulAmérica (SULA11, R$ 29,35, -0,91%) virou para queda após chegar a subir 3%. A companhia comunicou na segunda-feira que apresentou uma proposta vinculante para a compra de até 100% do Grupo HB Saúde por R$ 485 milhões.

Já a BR Properties (BRPR3, R$ 8,37, +2,70%), que anunciou que vendeu 55% de uma da torres do Complexo JK, em São Paulo, para a JFL Must, por R$ 555,9 milhões, fechou em alta.

A Alliar (AALR3, R$ 12,66, -16,98%), por sua vez, teve forte queda após a Rede D’Or (RDOR3, R$ 68,82, -6,11%) informar que o seu Conselho de Administração se reuniu e deliberou não proceder ao lançamento de uma oferta pública voluntária da Companhia (OPA) visando à aquisição de até a totalidade das ações de emissão da companhia.

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A MRV (MRVE3, R$ 13,69, +1,86%) registrou alta das ações após aprovar novo programa de recompra de até 24.145.100 de ativos.

Confira mais destaques:

Alliar (AALR3, R$ 12,66, -16,98%), Rede D’Or (RDOR3, R$ 68,82, -6,11%) e Fleury (FLRY3, R$ 23,66, -0,42%)

A Rede D’Or São Luiz informou na noite da última segunda que o seu Conselho de Administração se reuniu e deliberou não proceder ao lançamento de uma oferta pública voluntária da Companhia (OPA) visando à aquisição de até a totalidade das ações de emissão da Centro de Imagem Diagnósticos, Alliar.

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Na véspera, o grupo de medicina diagnóstica Fleury afirmou que iniciou estudos preliminares para avaliar uma potencial transação envolvendo a empresa de diagnósticos médicos Alliar.

Segundo a XP, apesar de que a aquisição seria positiva para a Rede D’Or, dado que a Alliar deve ser o caminho mais curto para a companhia se estabelecer no segmento de laboratórios nacionalmente, o término deste movimento de compra não altera a visão positiva dos analistas da casa para a companhia nem para os seus fundamentos. “Nós reiteramos a nossa recomendação de compra com preço-alvo de R$ 88 por ação RDOR3”, apontam.

SulAmérica (SULA11, R$ 29,35, -0,91%)

A SulAmérica comunicou na segunda-feira que apresentou uma proposta vinculante para a compra de até 100% do Grupo HB Saúde por R$ 485 milhões. A transação precisa ser aprovada pelos acionistas da HB Saúde, além da venda de pelo menos 50% mais uma ação do capital votante.

O grupo possui uma carteira de cerca de 129 mil beneficiários de planos de saúde e 25 mil beneficiários de planos odontológicos, e é constituído por uma operadora de saúde, um hospital, oito unidades ambulatoriais, uma clínica infantil, centros clínicos e de diagnóstico, espaços de medicina preventiva, ocupacional e centro oncológico, localizados principalmente nas cidades de São José do Rio Preto e Mirassol, em São Paulo.

Em 2020, a empresa registrou receita de aproximadamente R$ 300 milhões. “A transação, quando concluída, representará um importante movimento tanto para a SulAmérica quanto para a HB Saúde, seu corpo clínico e seus beneficiários”, afirma a SulAmérica em fato relevante.

BR Properties (BRPR3, R$ 8,37, +2,70%)

A empresa de imóveis comerciais BR Properties anunciou na segunda-feira que vendeu 55% de uma da torres do Complexo JK, em São Paulo, para a JFL Must, por R$ 555,9 milhões.

Segundo a BR Properties, a conclusão do negócio e o pagamento serão realizados após a superação de determinadas condições precedentes. A JFL Must é um dos negócios do empresário Jorge Felipe Lemann, filho do bilionário Jorge Paulo Lemann.

Equatorial (EQTL3, R$ 25,45, +0,47%)

O Itaú BBA comentou a proximidade do leilão da concessão de água e esgoto no Amapá por 35 anos, marcado para 2 de setembro, pela B3. O banco diz que espera outro leilão competitivo, com vários atores concorrendo, e diz avaliar que a Equatorial é a vencedora mais provável por conta de sinergias com suas concessões. Outros participantes prováveis são Aegea, BRK e Gs Inima, diz o banco.

Lojas Renner (LREN3, R$ 38,06, +0,21%)

A Lojas Renner afirmou nesta segunda-feira que não há até o momento evidência de vazamento de informações ou dados pessoais, em nenhum dos seus negócios, após ataque cibernético sofrido pela companhia no último dia 19.

A varejista disse que as operações dos centros de distribuição e backoffice foram restabelecidas na última semana. As operações de e-commerce nos sites e aplicativos tinham sido retomadas nos dias 21 e 22. A empresa acrescentou que mantém o trabalho de apuração, documentação e investigação sobre o ocorrido.

CSN (CSNA3, R$ 34,86, -4,99%)

A agência de classificação Fitch elevou na segunda-feira o rating de longo prazo em moedas estrangeira e local atribuídos à CSN de BB- para BB, com perspectiva positiva. Segundo a Fitch, os ratings refletem seus sólidos negócios de minério de ferro e sua forte posição no mercado brasileiro de aços planos, bem como a competitividade de custos dos negócios.

“As elevações acompanham os esforços contínuos da CSN para fortalecer substancialmente sua estrutura de capital, incluindo pagamento de dívidas, refinanciamentos e vendas de ativos”, afirmou a agência do relatório, citando ainda os elevados preços do minério de ferro e a flexibilidade operacional da CSN, que sustenta seu fluxo de caixa por mais de dois anos.

Vibra (BRDT3, R$ 27,19, +0,70%)

Nova joint venture criada por Vibra Energia e Copersucar deverá transacionar em seu primeiro ano de atuação 9 bilhões de litros de etanol, com R$ 30 bilhões de faturamento, tornando-se a maior comercializadora do biocombustível no Brasil, conforme explicaram executivos de ambas sócias na segunda-feira.

Inicialmente, a previsão é que cerca de 90% do volume anual da nova companhia –que ainda será nomeada– seja originado e vendido no mercado doméstico, mas a expectativa é que transações internacionais ganhem mais peso ao longo do tempo, apontaram eles, sem prever montantes.

“Na medida em que o etanol se transforma em commodity global, e a gente acredita que isso vai acontecer ao longo dos próximos anos nessa transição energética que estamos vivendo, os fluxos de exportação e importação serão cada vez maiores”, disse o diretor Comercial e de Operações da Copersucar, Pedro Paranhos.

Nesta manhã, a Vibra fez outro anúncio, de assinatura de acordo de cooperação com a ZEG Biogás para o desenvolvimento conjunto de biometano. “O objetivo é fomentar o crescimento deste mercado no país, levando aos produtores soluções tecnológicas para a fabricação de biometano a partir de subprodutos do processo industrial que origina o etanol”, informou em comunicado.

TIM (TIMS3, R$ 12,46, +1,96%)

Tim elege Camille Loyo Faria para cargo de diretora Financeira e de relações com investidores.

Gol (GOLL4, R$ 19,96, -0,84%) e Azul (AZUL4, R$ 37,73, -0,42%)

O Credit Suisse inciou a cobertura das empresas aéreas Azul e Volaris, e revisou seus números para Gol, atualizando também as estimativas para a Copa. A análise se baseia em dados sobre voos per capita, recuperação de capacidade em meio à pandemia, comparação global com empresas considerando taxas operacionais e de liquidez e revisão de oportunidades em meio a recuperações judiciais de algumas empresas na América Latina.

O banco diz ver forte execução, liquidez decente e oportunidades de crescimento de mercado para a Azul. O banco iniciou a cobertura com avaliação outperform e preço-alvo de R$ 50, frente à cotação de R$ 37,89 dos papéis AZUL4. A avaliação outperform se baseia na execução forte da Azul apesar da pandemia, elevando participação de mercado de 21% em 2019 para 34% no segundo semestre de 2021.

Para a Gol, banco diz ver e estrutura de custos pesada. O banco rebaixou a avaliação da empresa para underperform (perspectiva de valorização abaixo da média do mercado) e preço-alvo de R$ 19, frente à cotação de terça de R$ 20,13 dos papéis GOLL4. O banco diz que a empresa pode ser a mais beneficiada da potencial recuperação de tráfego no Brasil por conta de suas redes em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Mas a baixa geração de fluxo livre de caixa (FCF na sigla em inglês) e maior concorrência da Azul, além de um foco pouco claro em governança ambiental e social (ESG em inglês) torna a empresa menos atrativa, diz o banco.

Engie Brasil (EGIE3, R$ 37,55, -1,03%)

A elétrica Engie Brasil Energia assinou na segunda-feira contrato para a venda do complexo termelétrico Jorge Lacerda, movido a carvão mineral em Capivari (SC), à Diamante Holding, controlada da Fram Capital, por até R$ 325 milhões, informou a empresa em fato relevante. Segundo a Engie, R$ 210 milhões serão pagos no fechamento da operação e até R$ 115 milhões estão sujeitos ao cumprimento de determinadas condições previstas contratualmente.

Stone (STNE)

A empresa de meios de pagamentos StoneCo teve prejuízo no segundo trimestre, com uma provisão extra, após admitir ter sido surpreendida com falhas em seu negócio de crédito.

A companhia anunciou nesta segunda-feira que teve prejuízo ajustado de R$ 150,5 milhões no período, ante lucro de R$ 150,3 milhões um ano antes. Em termos líquidos, a companhia teve lucro de R$ 526 milhões, mas devido a um ganho contábil de R$ 715 milhões com a marcação a mercado de alguns investimentos.

Petrobras (PETR3, R$ 27,92, -2,79%; PETR4, R$ 27,19, -3,92%) e Braskem (BRKM5, R$ 65,99, +5,60%)

A Petrobras  reafirmou na segunda-feira que mantém seu posicionamento em buscar a venda integral de sua participação na Braskem e monitora o processo de alienação da participação detida pela Novonor, disse a petroleira em comunicado. A Petrobras ainda disse que não há qualquer definição ou decisão sobre o assunto.

Rumo (RAIL3, R$ 18,72, -0,69%)

Atenção para uma notícia que pode impactar as ações da Rumo.

O presidente Jair Bolsonaro assinou Medida Provisória que institui o novo marco legal do transporte ferroviário. Segundo informou nesta segunda-feira a Secretaria Geral da Presidência da República, a medida, que ainda será publicada no Diário Oficial da União, visa desburocratizar o procedimento de autorização para construção de novas ferrovias e facilitar a atração de investimentos privados para o setor.

O governo espera assim expandir a capacidade de transporte ferroviário e reduzir custos de logística no País.

A XP destaca ver a MP como positiva para destravamento de novos investimentos em ferrovias no Brasil, sendo posicionando como uma alternativa regulatória pra projetos com visibilidade de demanda.

Em relação ao projeto de extensão da malha ferroviária da Rumo de Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, no Estado do Mato Grosso (MT), os analistas acreditam que a MP não atrapalha o rito em âmbito estadual em curso pela companhia por este ser um projeto intraestadual (começando e terminando dentro do próprio estado).

A MP remete à lei de 2011 (Sistema Federal de Viação) que confere competência Federal apenas às ferrovias interestaduais, inter-regionais e internacionais.

“Por fim, vemos uma leitura adicional de aumento de segurança jurídica para o modelo estadual de Autorização, uma vez que confere aos Estados competência para outorga de ferrovia que não se enquadre na lei de 2011 (como entendemos ser o caso da extensão ferroviária da malha da Rumo até Lucas do Rio Verde [LRV]). Vemos a publicação da MP como positiva para continuidade dos planos da Rumo de obter Autorização estadual para LRV (já em andamento com o governo do Mato Grosso)”, apontam.

(com Reuters e Estadão Conteúdo)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.