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SÃO PAULO – Apesar da alta de 3,71% no mês de setembro do Ibovespa, que seguiu como o segundo melhor investimento do período, atrás apenas do ouro, o cenário ainda é de cautela para a economia global. A Europa segue um rumo incerto, os EUA ainda enfrentam uma recuperação econômica lenta e os anúncios de medidas de estímulo no Velho Continente, China e EUA – que levaram às altas do índice no mês passado – provavelmente não se seguirão em outubro.
Deste modo, as atenções dos analistas se voltam novamente para o cenário interno, devido às perspectivas de melhora na economia brasileira em detrimento ao crescimento fraco da atividade dos outros países. De acordo com o BTG Pactual, os dados nacionais indicam que a economia já atingiu um “fundo” e deve se acelerar, ressaltando a trajetória de recuperação da indústria. Assim, em meio à apatia internacional, a recomendação do banco segue em ações de empresas voltadas para o Brasil, em detrimento aos papéis de setores ciclícos.
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Consumo interno em alta
Em meio ao ambiente considerado “mais promissor” em ações de empresas voltadas para dentro do País, o mês de outubro registrou novamente uma maior exposição para as ações de empresas voltadas ao consumo interno nas carteiras recomendadas. Em destaque, estiveram Ambev (AMBV4) e Pão de Açúcar (PCAR4), que foram citadas em 9 dos 28 portfólios compilados pelo Portal InfoMoney, ficando empatados com a Vale (VALE5) e o Itaú Unibanco (ITUB4) na terceira posição.
O analista Clodoir Vieira, da corretora Souza Barros, avalia que a Ambev, com seu forte portfólio de cervejas e outras bebidas, continuará apresentando boa rentabilidade e consistente geração de caixa, suportando um bom nível de remuneração aos acionistas. Na esfera governamental, a decisão de aumentar as alíquotas sobre cerveja só no ano que vem deve ter um impacto positivo direto sobre a empresa. Por fim, o fato do segmento de cervejas premium tem ainda muito espaço para crescer e registrar uma forte aceleração no volume de vendas, avalia Vieira.
Já com relação ao Pão de Açúcar, vários fatores são apontados pela SLW Corretora para o posicionamento no papel. Dentre eles, a sequência de bons resultados, com melhora de margens de lucro operacionais e crescimento positivo da receita. A equipe de análise destaca ainda a estratégia de conversão de lojas que foi executada ao longo do ano e que já vem resultando em números melhores.
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Hering: destaque dentre as varejistas
Mesmo bem longe das primeiras posições, a Cia. Hering (HGTX3) também parece estar conquistando terreno. A companhia de varejo passou de duas para cinco recomendações no setor, tornando-se a maior aposta dos analistas dentro do segmento de vestuário.
Vendo um potencial de valorização bastante grande para os ativos HGTX3, baseada principalmente em seus bons fundamentos, a Planner Prosper Corretora avalia que a Hering continuará entregando bons resultados na segunda metade do ano, após um primeiro semestre desafiador, principalmente pela força de suas marcas e pelo sucesso no modelo de franquias.
Crescimento econômico afeta bancos positivamente
Em setembro, as ações dos grandes bancos fecharam o mês no negativo, em meio ao ambiente incerto para as instituições financeiras, devido às recentes medidas de corte na taxa de juros pelos bancos. Entretanto, em meio às expectativas de crescimento econômico e vendo os múltiplos dos papéis como atrativos, as casas de análise voltam a recomendar as ações do setor.
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Neste cenário, após alguns meses longes das primeiras posições, as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) e do Bradesco (BBDC4) voltaram a figurar como uma das principais apostas dos analistas, tendo nove e oito votos, respectivamente e figurando em 3º e 4º lugar.
As instituições financeiras representam, para o HSBC, o setor preferido para uma aposta na recuperação da economia doméstica, ainda mais em meio ao forte desconto dos papéis em meio à pressão do governo para reduzir spreads (diferença entre taxa de captação pelos bancos e a cobrada dos clientes).
“Continuamos cautelosos em relação à agenda regulatória, porém, em nossa opinião, existem catalisadores positivos importantes para o setor, como a aceleração no crescimento do crédito após a forte queda verificada em 2012”, afirma a equipe de análise do banco.
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De acordo com a Um Investimentos, o Itaú Unibanco está bem posicionado para continuar ganhando participação do mercado, além de não ter necessidade de aumentar capital para atender às exigências regulatórias, justificando assim a exposição nos papéis da instituição.
Já as perspectivas de bons resultados balizam a recomendação da Planner Prosper Corretora para o Bradesco. O banco se destaca pela sua forte e segura estrutura de captação, base de negócios menos dependente de operações de crédito e principalmente pela forte presença em seguros, avaliam. A qualidade da carteira, níveis de inadimplência melhores do que seus pares e o bom índice de eficiência também são destacados pela equipe de análise da corretora para o posicionamento no papel.
Raia Drogasil e BR Malls: hora de realização
Mas nem todas as ações também de empresas ligadas ao consumo interno, caso da BR Malls (BRML3) e da Raia Drogasil (RADL3). As duas companhias, que estiveram em quarto lugar no mês passado, com nove recomendações, passaram para sete e cinco citações respectivamente, caindo para quinto e sexto lugar.
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Entretanto, de acordo com a Rico Corretora, a saída dos papéis de sua carteira é devido à forte alta no mês de setembro, performando positivamente em 11,3% e 8,7%, respectivamente, objetivando assim a realização de lucros. Vale ressaltar que, no acumulado do ano – até a cotação de fechamento da última quarta-feira (4), as ações BRML3 tiveram o quarto melhor desempenho do Ibovespa, com alta 56,61%, enquanto os papéis RADL3 registraram alta de 87,63%.
Vale ressaltar que a SLW segue com recomendação de compra tanto para os papéis BRML3 quanto para os RADL3. A primeira leva em consideração o fato da empresa ser mais defensiva, ainda mais em um cenário econômico menos aquecido. Já a recomendação para as ações da indústria farmacêutica se baseia na perspectiva dos ganhos com a fusão e na fase de consolidação em que o setor passa.
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