Ações da Petz (PETZ3) caem quase 5% após JPMorgan cortar recomendação para neutra e indicar preocupação com concorrência

Analistas ainda cortaram o preço-alvo das ações para este ano de R$ 13 para R$ 7,50

Rodrigo Tolotti

Petz Reprodução Site
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As ações da rede de pet shops Petz (PETZ3) caíram forte nesta quinta-feira (27), após a companhia ser rebaixada pelo JPMorgan e ter seu preço-alvo cortado em mais de 40% diante de um cenário macroeconômico mais adverso e aumento da concorrência.

Com a avaliação, as ações da companhia já iniciaram o pregão em queda, que durou o dia inteiro, fechando com perdas de 4,87%, cotadas a R$ 6,05. A equipe do banco, liderada por Joseph Giordano, cortou sua recomendação de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para neutra, com o preço-alvo para o fim desse ano saindo de R$ 13 para R$ 7,50 por ação, o que representa uma valorização de cerca de 18% sobre o preço do fechamento de ontem.

Além disso, o JP reduziu suas projeções para as principais métricas da empresa em 2024, cortando a expectativa de vendas em 13%, de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 17% e lucro em 16%. “Negociando a 38 vezes o lucro estimado para este ano e a 21 vezes o do ano que vem, vemos um potencial de alta limitado nos preços atuais,” diz o relatório.

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Segundo a equipe de análise, houve um grande aumento da competição no setor desde que a Petz fez seu IPO em outubro de 2020, com uma concorrência que chega a 35% no mercado em São Paulo. “Isso aponta para um ambiente potencialmente mais acirrado em um momento em que a penetração de produtos alimentícios – que oferecem pouca diferenciação – permanece elevada em cerca de 60% das vendas em meio ao ambiente desfavorável para produtos discricionários”, afirmam os analistas.

Além disso, o banco avalia que o overlap (sobreposição) de lojas de marcas concorrentes num raio de 2 quilômetros das lojas da Petz subiu 15 pontos percentuais desde o IPO da empresa, passando de 44% para 61% em São Paulo, enquanto no Brasil o percentual subiu de 38% para 51%.

Apesar da Petz ainda ser a empresa com maior número de lojas no país, houve um forte aumento do número de unidades concorrentes, principalmente da Cobasi, que agora tem mais lojas em São Paulo (120 contra 109), seguindo sua estratégia de crescer no estado, enquanto a Petz focou no resto do Brasil.

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“A Cobasi deve continuar expandindo a um ritmo acelerado, com a companhia sinalizando entre 40 e 45 novas lojas este ano, em comparação com 35 da Petz”, afirma o JP.

Outro ponto é que o banco vê uma expansão menor que o esperado anteriormente para a Petz, e com uma estratégia voltada para lançamento de lojas menores, sem a área de serviços. Essa mudança de projeção levou o JP a reduzir sua expectativa de áreas de vendas em 12% para este ano e em 19% para 2024.

Nesse cenário, o banco também diminuiu a CAGR (taxa de crescimento anual composta) esperada para a receita da Petz de 23% para 16%, ajudado por uma maior penetração nas vendas online.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.