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SÃO PAULO – A sessão da última quinta-feira foi de expressiva queda para as ações da Eletrobras (ELET3;ELET6), com os papéis ELET6 caindo 6,15% (R$ 31,43) e os ELET3 em baixa de 5,15% (R$ 31,30), acumulando baixa de cerca de 15% no ano.
A forte queda foi motivada pela entrevista dada ao jornal O Estado de S. Paulo pelo candidato à presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que tem o apoio da esquerda ao Palácio do Planalto, de que seu foco são as reformas, o social e as privatizações, mas não a da Eletrobras. “Não vou me comprometer com prazo, é processo longo”, disse Pacheco.
Ele acrescentou ainda que eventos recentes do setor (como apagão no estado do Amapá) levantaram preocupações no Congresso sobre a privatização da Eletrobras.
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Após a declaração, gerando preocupação no mercado sobre o cronograma que já era complicado para a desestatização da companhia, o Bradesco BBI reduziu a recomendação para os ativos ELET6 de outperform (desempenho acima da média do mercado) para neutra até a eleição para a presidência na Casa, prevista para o início de fevereiro.
“Embora consideremos a fala [de Pacheco] com cautela, dado o ambiente eleitoral, não está claro se ele mudará sua posição atual – notadamente, a privatização da Eletrobras poderia trazer cerca de bem-vindos R$ 30 bilhões ao Tesouro Federal”, avalia o analista Francisco Navarrete.
Até agora, o BBI via boas chances (mais de 60%) de que o Congresso votaria no projeto de privatização na primeira metade do ano, possibilitando ao governo vender parte de suas ações da elétrica e tornando-se acionista minoritário, com a companhia se tornando uma corporação difusa. “Agora temos menos certeza”, afirma.
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Para Navarrete, sem um patrocinador forte no Senado, a votação do projeto de privatização da elétrica pode ficar para o segundo semestre de 2021, o que seria negativo. Isso porque, à medida que 2022 se aproxima, os políticos estarão mais focados nas eleições presidenciais e para governo do estado, deixando de lado temas polêmicos como a privatização.
Por outro lado, as ações seguem atrativas em uma perspectiva de risco-retorno, uma vez que o valor justo para a ação da Eletrobras estatal é de R$ 33, sendo que ambas as classes de ações estão sendo negociadas com um desconto de cerca de 6% em relação a este “piso” teórico, aponta o analista.
No entanto, a visão é de que, se a privatização da Eletrobras se tornar incerta e o Congresso diminuir os esforços para aprovar o projeto de lei, a equipe de gestão liderada pelo CEO Wilson Ferreira Jr. poderia sair por falta de visibilidade
sobre o futuro da empresa – ele iniciou o trabalho na elétrica para resgatar a companhia da quase falência e ajudar a privatizá-la.
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Neste cenário, o “piso” técnico esperado pelo BBI seria superado pela especulação de que o desempenho da Eletrobras se deterioraria novamente para se tornar uma estatal “ruim” – em tal cenário, a estimativa de valor justo cairia para R$ 24 (queda de cerca de 22% em relação aos valores atuais).
Assim, como resultado dada a incerteza dos eventos, o analista aponta preferir ficar à margem por enquanto dos papéis.
O banco tem um novo preço-alvo esperado para 2021 de R$ 39,00 para os papéis ELET3 e de R$ 41,00 para ELET6, o que embute uma probabilidade de 90% da privatização não ocorrer, mas as melhorias operacionais da gestão de Wilson Ferreira persistirem, enquanto haveria uma chance de 10% de privatização.
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Confira os cenários para a Eletrobras desenhados pelo Bradesco BBI abaixo:
Caso otimista: Eletrobras é privatizada – ELET3/ELET6 a R$ 57
Caso 1 conservador: ELET continua sendo uma estatal bem gerida- ELET3/ ELET6 a R$ 33/R$ 35
Caso 2 conservador: ELET como uma estatal mal gerida: ELET3/ELET6 a R$ 23/R$ 27
Caso base BBI: preço-alvo de R $ 39,0 para ELET3 e de R$ 41 para ELET6 implicando em 90% de chance de que a privatização não ocorra, mas as melhorias operacionais da posse de Wilson Ferreira persistam.
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