Ações da B3 sobem 2% após vitória no Carf e Renova segue queda após despencar na véspera

Confira os destaques da B3 na sessão desta quinta-feira (17)

Lara Rizério

(Divulgação)

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SÃO PAULO – A sessão foi de leves perdas para o Ibovespa, com os investidores realizando ganhos e atentos aos ruídos políticos envolvendo o governo, além de repercutirem os desdobramentos do Brexit após o anúncio de um acordo gerar algumas dúvidas sobre a aceitação dele.

No noticiário corporativo, o grande destaque ficou com a B3 (B3SA3, R$ 46,15, +2,10%), que subiu após conseguir uma vitória no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) em um caso de R$ 3,3 bilhões. Enquanto isso, a Cyrela (CYRE3, R$ 26,34, +0,61%), após chegar a saltar 4%, amenizou os ganhos em meio à divulgação de sua prévia operacional agradar os investidores.

Fora do Ibovespa, a Tegma (TGMA3, R$ 31,15, -11,56%) caiu forte após unidades da companhia de gestão logística serem alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal nesta quinta, em São Bernardo do Campo (SP).

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Já a Renova (RNEW11, R$ 11,10, -5,45%) teve um novo dia de baixa, mas bem menos expressivo do que a queda de 20,68% na véspera. A companhia informou que a 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca do Estado de São Paulo deferiu o processamento do pedido de recuperação judicial ajuizado pela Renova e pelas demais empresas do grupo, anunciado ontem pela manhã.

Confira os destaques:

B3 (B3SA3)

A B3 informou que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) deu uma decisão favorável à empresa em um caso avaliado em cerca de R$ 3,3 bilhões. O caso refere-se a autos de infração sobre amortização fiscal do ágio nos exercícios 2012 e 2013, gerado por conta da incorporação da Bovespa pela BM&F, em 2008, que deu origem à B3. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional pode apresentar recurso da decisão, acrescentou a B3.

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JBS (JBSS3)

O Valor Econômico traz que a JBS se prepara para apresentar ao mercado, no primeiro trimestre de 2020, uma nova proposta societária e listagem de ações na bolsa de Nova York (Nyse). Segundo a publicação, a empresa busca reunir as operações internacionais, que representam 75% do faturamento do grupo, nesta nova empresa. Já no Brasil, na B3, ficaria listada, no Novo Mercado, apenas a estrutura nacional.

A nova tentativa, ressalta o Valor, acontece após uma tentativa frustrada, 2016, quando BNDESPar, dono de 21,9% das ações do JBS, abortou a operação. Como o poder de veto ao banco expira em dezembro, conforme o acordo de acionistas da companhia, a família Batista, detentora de 42,5% do capital, pretende, agora, retomar o plano.

Renova (RNEW11)

A Renova Energia informou, por meio de fato relevante, que o Juízo da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca do Estado de São Paulo deferiu o processamento do pedido de recuperação judicial ajuizado pela Renova e pelas demais empresas do grupo, anunciado ontem pela manhã.

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A empresa acrescentou que foi nomeada a KPMG Corporate Finance para atuar como administradora judicial. Além disso, informou sobre a suspensão das ações e execuções contra as empresas do Grupo Renova pelo prazo de 180 dias.

Enquanto perdurar o processo de recuperação judicial, a empresa se comprometeu a apresentar suas contas até o dia 30 de cada mês, sob pena de afastamento dos controladores e substituição dos administradores das empresas do Grupo Renova.

Cyrela (CYRE3)

A Cyrela registrou vendas líquidas contratadas no terceiro trimestre de R$ 1,554 bilhão, valor 64,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, R$ 943 milhões). No ano, as vendas atingiram um volume de R$ 4,515 bilhões, 72,6% superior ao mesmo período do ano anterior.

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A participação da Companhia nas vendas contratadas foi de 75% no terceiro trimestre, ante 73% no mesmo período do ano anterior. No ano, a participação da Cyrela nas vendas contratadas foi de 75% ante 68% no mesmo intervalo de 2018.

Das vendas líquidas, R$ 272 milhões se referem à venda de estoque pronto (18%), R$ 505 milhões à venda de estoque em construção (32%) e R$ 777 milhões à venda de lançamentos (50%). Dessa forma, a Cyrela atingiu uma velocidade de vendas (VSO) de lançamentos de 44% no trimestre.

A Companhia lançou 22 empreendimentos no trimestre totalizando um volume de R$ 1,777 bilhão, 93,6% superior ao realizado no terceiro trimestre de 2018 (R$ 918 milhões).
As permutas nos lançamentos foram R$ 56 milhões ante R$ 70 milhões de um ano antes.. No ano, os lançamentos atingiram R$ 4,411 bilhões, alta de 89,0%.

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De acordo com o Credit Suisse, os lançamentos foram principal surpresa positiva. A venda de estoques também foi uma surpresa boa, ajudando na geração de fluxo de caixa livre. Segundo os analistas do banco suíço, se a demanda continuar forte, a Cyrela pode ser mais cíclica e operar acima de R$ 4 bilhões ao ano de lançamentos, o que adicionaria mais valor as ações.

Embraer (EMBR3)

A Embraer anunciou hoje a assinatura de novos contratos de manutenção e extensão de acordos com operadoras da África e Europa, garantindo uma operação eficiente com suporte de última geração do fabricante por meio da TechCare.

O Programa Pool de suporte da Embraer oferece cobertura total de manutenção de componentes e peças, reparo de fuselagem e acesso ilimitado a um grande estoque de componentes nos centros de distribuição da Companhia.

Entre os clientes europeus, a Helvetic Airways, da Suíça, acrescentou ao contrato atual, que já contempla quatro jatos E190, o suporte a mais sete aeronaves do mesmo modelo. A francesa Pan Européenne Air Service já é cliente há mais de dez anos e renovou o contrato de suporte para jatos ERJ 135 e ERJ 145. A britânica Flybe, parceira de longa data, renovou o contrato e continuará se beneficiando do suporte de componentes direto do fabricante para toda a sua frota de jatos E175 e E195.

Na África, a Royal Air Charters, da Zâmbia, assinou um novo contrato de suporte para o recém-adquirido ERJ 145.

A consultoria de investimentos americana Brandes Investment Partners elevou sua fatia acionária na Embraer a 15,06% do capital, representativos de 111,522 milhões de ações, informou a fabricante de aeronaves.

Tegma (TGMA3)

Unidades da companhia de gestão logística Tegma foram alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal nesta quinta, em São Bernardo do Campo (SP).

Foi deflagrada a Operação Pacto, para apurar a formação de um cartel envolvendo “cegonheiros”, empresas de transporte rodoviário de veículos novos. Cerca de 60 policiais cumpriram dez mandados de busca e apreensão em cidades de quatro Estados – além de São Bernardo, foram cumpridos mandados em Santo André (SP), Serra (ES), Betim (MG) e Simões Filho (BA).

A ação foi realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo e com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

De acordo com a PF, a investigação identificou um “acordo anticompetitivo” que fixava artificialmente o valor do frete dos veículos zero km e dividia o mercado entre os participantes do cartel. “A estratégia adotada elimina a livre concorrência e impede a entrada de novas empresas no mercado, o que eleva substancialmente o valor do serviço”, anotou a corporação.

A Polícia Federal indicou que os investigados podem responder por crimes contra a ordem econômica e de organização criminosa, cujas penas, somadas, podem chegar a 13 anos de prisão. O nome da operação faz referência ao acordo anticompetitivo entre as empresas envolvidas, indicou a PF.

Azul (AZUL4)

O presidente da Azul, John Rodgerson, diz que a empresa estuda abrir novas rotas internacionais, mas decidiu não fazer anúncios agora por causa da valorização do dólar ante o real, que encarece e desestimula viagens ao exterior. Rodgerson ressalta ainda que a companhia pretende expandir para 150 o número de localidades em que opera nos próximos cinco anos. Hoje, a empresa atende 114 cidades, sendo pouco mais de 100 dentro do País.
O presidente da companhia aérea afirmou ainda que os investimentos da empresa este ano no Brasil devem somar R$ 6 bilhões, cifra que deverá ser repetida em 2020. “É tempo de acelerar no Brasil”, disse, de acordo com o Valor Econômico, durante evento de apresentação da nova aeronave da Embraer 195 E-2.

O Bradesco BBI aponta que a estratégia de crescimento da Azul com uma frota de nova geração leva à perspectiva de aumento de suas margens operacionais. Os analistas mantêm recomendação outperform para as ações e avaliam que a notícia também é positiva para a Embraer, uma vez que ela poderia fechar novos pedidos firmes de E-2s com a Azul.

Eletrobras (ELET3; ELET6)

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, disse que a proposta de aumento de capital da companhia, de cerca de R$ 10 bilhões, busca preparar a companhia elétrica para o processo de privatização. Com esses valores, a empresa vai limpar e reforçar o caixa, além de poder liberar o pagamento da reserva especial de dividendos, de R$ 2,3 bilhões, referente a 2020. Segundo ele, o governo deve encaminhar este mês PL ao Congresso para privatização.

Ferreira Junior rechaçou ainda a informação de que tenha havido qualquer pressão do governo para capitalizar a estatal, por meio da operação do aumento de capital anunciada na terça-feira, 15, para gerar recursos à União por meio do pagamento de dividendos, para o fechamento das contas do ano. “Houve total independência da companhia na proposição para o Conselho de Administração e na aprovação pelo Conselho”, disse o executivo, durante teleconferência com analistas e investidores.

Ele defendeu que, se o governo efetivamente quisesse os recursos da Eletrobras, seria mais fácil realizar diretamente a capitalização dos cerca de R$ 4 bilhões de Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (AFACs) e com esse recurso pagar os dividendos, alternativa em que a União receberia um volume maior de recursos.

O presidente da Eletrobras ainda afirmou que a companhia não vai recalcular o valor por ação proposto na operação de aumento de capital anunciada pela companhia. O preço indicado para a emissão de novas ações é de R$ 35,72 por ação ordinária e R$ 37,50 por ação preferencial classe “B”, o que tem sido questionado por analistas e investidores.

A companhia justificou que o valor foi definido com base em uma média ponderada das respectivas cotações das ações de emissão da Companhia verificadas no fechamento dos últimos 30 pregões da B3 anteriores à 7 de outubro de 2019 (inclusive), em relação ao preço médio ponderado pelo volume de ações negociadas no período, e considerando-se o deságio aplicado de 15%.

Cosan (CSAN3)

A Raízen, joint venture entre a Cosan e a Shell, fará emissão de debêntures no montante de R$ 900 milhões, com vencimento de dez anos.

BB Seguridade (BBSE3)

A BB Seguridade, empresa de seguros e previdência do Banco do Brasil, informou nesta quinta-feira a renúncia do presidente do conselho de administração, Marcelo Augusto Dutra Labuto.

“Para exercer tal função, os membros do Conselho de Administração elegeram o Sr. Carlos Motta dos Santos, atual vice-presidente do órgão colegiado”, disse em comunicado ao mercado.

JHSF (JHSF3)

A JHSF Participações informou que está estudando a possibilidade de realização de uma eventual oferta pública de distribuição primária de ações. Para tanto, estão sendo conduzidos trabalhos preparatórios em conjunto com instituições financeiras, o Banco BTG Pactual e o Banco Bradesco BBI, além de demais assessores legais para definição da viabilidade e dos termos da potencial Oferta.

“Destaca-se que a efetiva realização da oferta, assim como qualquer operação deste tipo, está sujeita, entre outros fatores, à obtenção das aprovações necessárias, incluindo as respectivas aprovações societárias aplicáveis, às condições políticas e macroeconômica favoráveis, ao interesse de investidores, dentre outros fatores alheios à vontade da Companhia. Caso efetivada, a Oferta será conduzida em conformidade com a legislação e regulamentação aplicáveis”, afirmou.

Yduqs (YDUQ3)

A Yduqs, antiga Estácio, poderá oferecer o curso de medicina em Iguatu (Ceará), conforme programa Mais Médicos II, com o oferecimento de 50 vagas. Dessa forma, a empresa informou que o total de vagas autorizadas para o curso de medicina atingiu 1.111, em 12 instituições de ensino, no Rio de Janeiro, Ceará, São Paulo, Bahia, Santa Catarina e Pará.

Em comunicado ao mercado, a empresa informou que foi expedida, em 14 de outubro, pela Secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, a Portaria nº 460 para revogar os efeitos do artigo 3º da Portaria nº 924, de 27 de dezembro de 2018, a qual suspendia a proposta de autorização de funcionamento do Curso de Medicina em Iguatu.

“Em razão desta revogação, passa a valer os efeitos do Edital SERES/MEC nº 1 de 28 de março de 2018 para autorizar o funcionamento do Curso de Medicina no município em referência, com 50 vagas autorizadas por ano”, afirmou.

Lopes (LPSB3)

A LPS Brasil fará uma oferta pública de distribuição primária de, inicialmente, 21 milhões de ações ordinárias. Com base na cotação de ontem das ações da Lopes, de R$ 7,37, a oferta poderia movimentar cerca de R$ 154,770 milhões, sem considerar as ações adicionais. O preço deverá ser fixado no dia 29 de outubro.

Segundo a empresa, a realização de aumento da oferta, acima do limite autorizado, está condicionada à autorização por parte de acionistas em assembleia geral extraordinária prevista para 22 de outubro. Se aprovada, a companhia o limite poderá atingir 80 milhões de ações.

Taesa (TAEE11)

A Taesa e a Alupar informaram que o Ibama emitiu a Licença de Instalação para sua subsidiária Empresa Sudeste de Transmissão de Energia (ESTE). Com a obtenção da LI, a ESTE está autorizada a iniciar as suas obras.

A ESTE apresenta uma Receita Anual Permitida (RAP) total de R$ 112,2 milhões para o ciclo 2019-2020 e um Capex Aneel de R$ 486 milhões. O empreendimento faz parte do lote 22, do leilão de transmissão nº 013/2015, de outubro de 2016.

O empreendimento está localizado entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com extensão aproximadamente de 236 km de linhas de transmissão. O prazo estipulado pela ANEEL para energização da ESTE é fevereiro de 2022.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.