Ações da Camil (CAML3) caem forte após disparada de 20% na véspera, mas Bradesco BBI vê espaço para novas altas

As ações da Camil (CAML3) abriram a sessão desta quinta-feira (19) em alta, o que parecia ser uma sequência de ganhos após o forte salto da véspera. Contudo, os ativos logo viraram para baixo e fecharam com queda de 5,72%, a R$ 8,57, nesta data.

Mesmo com os ganhos da véspera e a queda nesta sessão, os analistas do Bradesco BBI acreditam que o rali ainda não acabou.

Isso porque a ação ainda não alcançou totalmente a precificação levando em conta o aumento de 15% nos preços do arroz desde 30 de outubro, sendo que seus resultados são bastante correlacionados aos preços do produto. Conforme destacam os analistas da casa, as ações da Camil ainda recuam 10% desde esta data, apesar do movimento de ontem.

Cabe ressaltar que, na véspera, as ações subiram 20,72% após a ação empresa ter a recomendação elevada pelo Bradesco BBI.

O BBI atualizou a classificação da ação da Camil de neutra para outperform (equivalente à compra) na ocasião, ressaltando que o desempenho ruim do ativo recentemente era inconsistente com o aumento dos preços do arroz no Brasil, considerando o forte histórico positivo em relação a esta mercadoria. Quando os preços do arroz sobem, isso geralmente é positivo para a Camil porque ela repassa os custos mais altos do arroz para os consumidores, diluindo os custos fixos e despesas gerais e administrativas e expandindo os lucros.

Segundo o BBI, o aumento nos preços do arroz foi impulsionado pela queda da produção no Brasil, e os estoques de arroz devem cair ainda mais em 2023. O banco prevê uma média de preço do arroz em R$ 90 a saca para 2023, em linha com os níveis atuais, mas acima da sua visão anterior de R$ 75 a saca.

Dessa forma, estima que, levando em conta o fechamento da véspera, a ação tem espaço para subir mais de 25% para refletir totalmente os níveis atuais de preço do arroz e as perspectivas para a companhia, embora o preço-alvo de R$ 12 implique que a ação possa subir cerca de 32% dos níveis atuais até o final de 2023.