Ação do Magazine Luiza dispara 6,7% após resultado; Azul e Gol recuam mais de 2% e bancos caem até 4%

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (26)

Lara Rizério

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SÃO PAULO  – Apesar do Ibovespa ter virado para queda no fim e deixado para trás o ânimo registrado na abertura com uma nova esperança para vacina e com a reabertura gradual de economias, algumas ações tiveram forte alta nesta sessão.

Atenção especial para o  Magazine Luiza (MGLU3, R$ 64,48, +6,75%), com alta que chegou a mais de 10% depois de mais um bom resultado, com um forte destaque para o aumento do e-commerce em meio ao cenário de coronavírus.

Além disso, CCR (CCRO3, R$ 14,69, +2,73%) e Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,12, +1,23%) chegaram a subir forte, com destaque para a primeira ação, que chegou a subir 12%. As duas companhias tiveram a recomendação elevada para outperform pelo Itaú BBA.

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Destaque também para as falas do ministro da Infraestrutura, Tarcisio Freitas, em live promovida na última segunda-feira. Ele afirmou que acredita no sucesso dos leilões de concessão dos aeroportos brasileiros mesmo com a pandemia do coronavírus. A expectativa é fazer o leilão de 22 aeroportos em março do ano que vem e de outros 21 em 2022. Contudo, os papéis diminuíram os ganhos, registrando alta bem menos expressiva durante o pregão.

Enquanto isso, as aéreas Gol (GOLL4, R$ 12,29, -2,46%) e Azul (AZUL4, R$ 14,75, -3,85%) tiveram uma sessão de volatilidade após a Latam Airlines pedir recuperação judicial nos EUA – não incluindo a operação brasileira.

Os ativos abriram em alta e passaram a operar próximos à estabilidade e depois passaram a perder mais força para depois firmarem baixa, de cerca de 4%. Porém, apesar do ambiente de cautela em meio à redução da demanda por conta do coronavírus, a avaliação é de que o pedido da Latam não é necessariamente ruim para as companhias – veja mais clicando aqui. 

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Em mais uma sessão de alta do petróleo, com alta de 2% do contrato futuro do WTI, na casa dos US$ 34 o barril, e ganhos de 1% do brent, a Petrobras (PETR3, R$ 20,55, +1,03%; PETR4, R$ 19,67, +0,98%) viu suas ações subirem cerca de 1%. O movimento da commodity ocorre após projeção da Rússia de que o mercado poderá se equilibrar no início do próximo mês.

Por outro lado, bancos registraram forte queda, caso de Banco do Brasil (BBAS3, R$ 30,79, -2,25%), Itaú (ITUB4, R$ 23,01, -3,96%), Santander Brasil (SANB11, R$ 25,14, -3,23%) e Bradesco (BBDC3, R$ 17,55, -4,52%; BBDC4, R$ 19,21, -4,33%), com os investidores embolsando os ganhos após a disparada da véspera (de até 10% para o BB).

Confira mais destaques:

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CCR (CCRO3, R$ 14,69, +2,73%) e Ecorodovias (ECOR3, R$ 13,12, +1,23%)

O Itaú BBA elevou a recomendação para as ações das concessionárias CCR e Ecorodovias para “outperform”, ou seja, desempenho acima da média do mercado. Segundo relatório encaminhado a clientes, essa revisão leva em conta os efeitos da pandemia do coronavírus, novos projetos e operações de reequilíbrio contratuais.

Na avaliação dos analistas, ambas as empresas possuem uma taxa interna de retorno implícita nos valores de mercado são atraentes, em especial em um ambiente de queda da taxa de juros.

“É também positivo a opção vinda de novos projetos e reequilíbrios contratuais, apesar do momento de resultados negativos esperados para ambas”, ressaltaram.

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O ministro da Infraestrutura, Tarcisio Freitas, acredita no sucesso dos leilões de concessão dos aeroportos brasileiros mesmo com a pandemia do coronavírus. A expectativa é fazer o leilão de 22 aeroportos em março do ano que vem e de outros 21 em 2022.

Em transmissão pela internet promovida pelo Santander Brasil, na segunda-feira, o ministro ainda sinalizou as esferas decisórias no âmbito federal estão unidas para que o programa de desestatização avance.

Já a expectativa para o leilão da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), na Bahia, é que ocorra no final do ano.

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Gol (GOLL4, R$ 12,29, -2,46%) e Azul (AZUL4, R$ 14,75, -3,85%)

Destaque para uma notícia que pode movimentar o setor aéreo, em  meio a um cenário já complicado por conta da pandemia do novo coronavírus. O Grupo Latam Airlines informou em comunicado nesta terça-feira que a companhia e suas afiliadas no Chile, Peru, Colômbia, Equador e Estados Unidos recorreram ao Capítulo 11 da lei de falências americana, que permite prazo para que as companhias se reorganizem financeiramente.

Argentina, Brasil e Paraguai não estão incluídos no processo. No documento, a empresa aérea afirmou que “anuncia reorganização para garantir sustentabilidade no longo prazo”.

No Brasil, a Latam tem conversado com o governo sobre uma saída para a atual situação. Gol e Azul, que possuem capital aberto no Brasil, já avisaram que vão acessar os recursos ofertados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Magazine Luiza (MGLU3, R$ 64,48, +6,75%)

O Magazine Luiza registrou um lucro líquido de R$ 30,8 milhões no primeiro trimestre do ano, uma queda de 76,7% na comparação com igual período de 2019. As receitas líquidas totalizaram R$ 5,234 bilhões alta de 20,9%.

Apesar da queda do lucro, a empresa mostrou avanço no comércio eletrônico. O e-commerce passou de 41,4% do total das vendas no primeiro trimestre de 2019 para 53,3% nos primeiro três meses de 2020.

O Ebitda da varejista ficou em R$ 332,6 milhões, queda de 15,9% na comparação com o primeiro trimestre do ano. A margem passou de 9,1% para 6,4%.

Na avaliação dos analistas do Bradesco BBI, os resultados deixam o Magazine Luiza na posição de um dos vencedores da atual crise. O crescimento do comércio eletrônico, os prazos de entrega e a comercialização de novos segmentos, como cosméticos, foram destacados. “Vemos a queda nos lucros como uma questão menos importante, devido ao progresso estratégico significativo que está sendo feito”, avaliaram.

Para o Itaú BBA, o resultado foi positivo ao mostrar a resiliência da companhia, que conseguiu acelerar as vendas do comércio eletrônico no momento em que as lojas físicas fecharam em meados de março.

A XP Investimentos, por sua vez, destaca que o Magalu reportou resultados do primeiro trimestre que foram negativamente impactados pelo fechamento temporário das lojas no final do mês de março. Entretanto, a operação online cresceu de maneira exponencial no segundo trimestre até o momento.

Conforme destaca o analista Pedro Fagundes, da XP, a receita no período foi em linha com as expectativas, com a operação física apresentando uma queda de vendas no conceito mesmas lojas de -4,5% na base anual (alta de 8,0% ex-Covid), enquanto o e-commerce reportou um crescimento de vendas de 72,6% na comparação anual. Por outro lado, o Ebitda reportado ficou 22% abaixo da projeção da XP, com uma pressão de queda de 3,9 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2019.

“Entretanto, a operação online do Magalu (cerca de 50% das vendas) cresceu de maneira exponencial no segundo trimestre até o momento (alta de 138% na base anual em abril e alta de 203% em maio até o dia 20). Na nossa visão, o ritmo da aceleração é uma surpresa positiva e mostra como a companhia está bem posicionada não só para atravessar os desafios impostos pela crise atual, mas também para continuar acelerando os seus esforços de ganho de participação de mercado e de aumento da monetização da plataforma”, avalia. A XP mantém recomendação de compra e elevou o preço-alvo de R$ 58 para R$ 71 ao final de 2020.

O Credit Suisse aponta ainda que o resultado do Magalu, que era um dos mais esperados da temporada de balanços, não desapontou e passou sinais bastante animadores em termos de vendas para o segundo trimestre de 2020.

Como esperado, os valores de vendas brutas online (GMV) apareceram como grande destaque e avançaram 72,6%, chegando a um total de 53% do GMV da empresa. A rentabilidade sofreu um pouco com a incorporação da Netshoes, investimento em nível de serviço e um mix de vendas um pouco pior. A margem Ebitda caiu cerca de 370 pontos-base na comparação anual e ficou em 5,2%.
Vale ressaltar, contudo, que o Magalu conseguiu aumentar o GMV total em 7% em abril e 46% em maio. O nível de crescimento de GMV online avançou 138% e 203% respectivamente, mesmo com a grande maioria das lojas físicas fechadas.

“As lojas físicas tem uma rentabilidade melhor do que a operação online e acreditamos que a margem no segundo trimestre deva ser um pouco pior. De toda forma, o grande apelo da história está no crescimento e nos parece razoável acreditar que o mercado irá dar um peso maior a este ponto do que a rentabilidade”, avaliam os analistas do Credit.

Eles apontam reconhecer o que consideram um trabalho brilhante feito pela gestão, mas apontam que o papel negocia a um patamar que implica expectativas bastante altas. Assim, possuem recomendação neutra para a ação, que pode ser justificada pelo ponto de que este patamar indica um nível de crescimento excessivamente forte ou então um destravamento de valor de iniciativas ainda incipientes (Magalupay, MaaS, IDPV).

Centauro (CNTO3, R$ 28,27, +2,73%)

A varejista de roupas e acessórios esportivos Centauro (Grupo SBF) vai realizar uma oferta pública de ações ordinárias que pode chegar a movimentar até R$ 928,8 milhões. O Conselho de Administração da empresa enviou nesta manhã à CVM o fato relevante da oferta.

A oferta será feita com esforços restritos e considera 25 milhões de ações ON, mas com possibilidade de um lote adicional de até 35% (8,75 milhões). Considerando a cotação do papel na segunda-feira, R$ 27,52, a operação pode movimentar R$ 928,8 milhões. O período de reserva termina em 2 de junho.

Marcopolo (POMO4, R$ 2,68, -1,47%)

Já a Marcopolo apresentou no primeiro trimestre de 2020 um lucro líquido de R$ 10,7 milhões, uma queda de 60% na comparação com igual período de 2019.

A fabricante de carrocerias de ônibus registrou uma receita líquida de R$ 919,4 milhões, alta de 2,3%. O Ebitda ajustado ficou em R$ 68 milhões, crescimento 13%.

O Bradesco BBI lembra que o fechamento das linhas de produção causado pelo avanço da Covid afetou o resultado da empresa, mas a visão para o resultado da companhia é neutra. “A classificação é baseada pelo provável adiamento dos planos de renovação de frota devido ao impacto da Covid-19; algumas das 4.800 unidades relacionadas ao programa “Estrada para a Escola” do governo federal podem ser canceladas ou adiadas; e os volumes mais baixos devem levar à deterioração da margem” explicaram.

Vale (VALE3, R$ 49,20, -1,80%)

A Vale anunciou, na segunda-feira à noite, que está negociando a venda de sua participação na Vale Nouvelle-Calédonie de forma exclusiva com a australiana New Century Resources.

Segundo comunicado à CVM, as negociações incluem um pacote financeiro para dar suporte a continuidade das operações da Vale Nouvelle-Calédonie.

Para o Bradesco BBI, a venda da VNC é um passo estratégico positivo para a Vale, uma vez que é um ativo de baixo desempenho. “A Vale já havia divulgado que estava analisando sua base de ativos para se concentrar nos ativos principais e rentáveis e que se enquadram na estratégia da empresa”, avaliaram os analistas em relatório a clientes.

JHSF (JHSF3, R$ 4,36, +0,93%)

Já o Conselho de Administração da JHSF aprovou a aquisição, por R$ 3 milhões, da Casa Fasano, que oferece serviços de buffet em todo o território nacional.

CSN (CSNA3, R$ 8,53, -1,27%), Gerdau (GGBR4, R$ 11,95, -3,32%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,90, +0,41%)

A produção de aço bruto foi de 1,8 milhão de toneladas em abril, um recuo de 39% na comparação com igual mês do ano passado. No acumulado do ano, a queda foi de 14,3%, para 9,95 milhões de toneladas, segundo dados divulgados pelo Instituo Aço Brasil na segunda-feira.

As exportações caíram de 1 milhão de toneladas para 732 mil toneladas, uma queda de 28,8% em abril. Entre janeiro e abril, a queda foi de 16,6%, para 3,42 milhões de toneladas.

Devido à pandemia do coronavírus, o uso da capacidade instalada da indústria de aço ficou pouco acima de 40%. Em geral, o uso da capacidade instalada fica acima de 80%.

Embraer (EMBR3, R$ 6,64, -3,21%)

A fabricante de aeronaves Embraer comunicou que a Congo Airways fez uma alteração no pedido firme realizado em dezembro de 2019. Originalmente, o pedido era de duas aeronaves de E175 e passou a ser uma encomenda de dois jatos E190-E2.

A alteração fez com que o valor do contrato passe para US$ 256 milhões, ante US$ 194 milhões do contrato anterior. O início da entrega está previsto para o segundo trimestre de 2022.

Comgás (CGAS5, R$ 162,69, +0,49%) e Cosan (CSAN3, R$ 63,88, +0,20%)

A companhia de distribuição de gás Comgás, que faz parte do Grupo Cosan, registrou no primeiro trimestre do ano um lucro líquido de R$ 379 milhões, uma alta de 89,4% na comparação com igual período do ano passado.

Já a receita líquida registrou alta de 12%, para R$ 2,3 bilhões. O Ebitda, na mesma base de comparação, subiu 52,6%, para R$ 447,1 milhões.

Hypera (HYPE3, R$ 30,50, +7,02%)

A Hypera informou em fato relevante que João Alves de Queiroz Filho concordou em pagar R$ 110,6 milhões como indenização à companhia referentes a pagamentos indevidos realizados na época em que era um dos administradores da companhia.

O pagamento será realizado em quatro parcelas iguais, sendo a primeira à vista e as demais nos anos seguintes.

Os pagamentos indevidos se tornaram públicos em 2016, a partir da “Operação Tira Teima”, conduzida pelo Ministério Público Federal (MPF).

Em relatório, o Morgan Stanley lembra que a investigação federal segue o seu curso e pode resultar em uma multa à Hypera. Os analistas contabilizam que essa eventual multa possa chegar a R$ 200 milhões e uma definição sobre o tema será positiva para a empresa. “Uma definição acabará por abrir espaço para os investidores estrangeiros voltarem à história”, afirmaram.

Minerva (BEEF3, R$ 12,83, +1,58%) e BRF (BRFS3, R$ 22,50, +3,45%)

A Minerva informou que a unidade de Palmeiras de Goiás (GO) foi habilitada para as exportações de carne para a Tailândia, país do sudeste asiático que conta com uma população de 70 milhões de habitantes.

A unidade de Palmeiras de Goiás tem capacidade diária de abate de 2 mil cabeças.

Ainda no segmento de proteína, o Bradesco BBI ressaltou que exige atenção a possibilidade de suspensão das operações dos frigoríficos devido à pandemia do coronavírus. “Continuamos a monitorar como a situação evolui no Brasil e seguimos preocupados com o impacto de possíveis reduções forçadas na produção dos negócios integrados e não integrado devido à Covid-19”, afirmar os analistas em relatório que trata dos casos da doença em uma das unidades da BRF.

A BRF informou, na segunda-feira à noite, que quase 340 dos 5.132 trabalhadores do frigorífico de Concórdia (SC) testaram positivo para Covid-19 e estão afastados. Todas as unidades da companhia estão operacionais.

Ambipar

A empresa de gestão ambiental Ambipar retomou o seu plano de abertura de capital. A companhia entrou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido de reanálise de sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

O registro do pedido do IPO foi feito em fevereiro, mas suspenso com o agravamento da pandemia causada pelo coronavírus.

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(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.