Ação da Marfrig tem novo salto e dispara 11% em 3 sessões; Petrobras cai 2% com nova baixa do petróleo

Confira os destaques da B3 na sessão desta quarta-feira (15)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão foi de perdas para a bolsa com dados fracos do varejo e queda dos bancos, com baixa entre 1% e 2,5% para Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Santander Brasil (SANB11) e Bradesco (BBDC3;BBDC4) em meio aos temores de maior competição e redução de margens (veja mais clicando aqui).

Entre as maiores altas, Marfrig (MRFG3) teve um novo dia de ganhos e avança 11% na semana: na véspera, os papéis já haviam subido com a liberação para exportação de produtos para a Arábia Saudita de plantas no Uruguai e com elevação de recomendação pelo Citi. Além disso, no noticiário de hoje do setor, destaque para o surto de gripe aviária na Romênia, que pode ter vitimado mais de 11 mil aves e pode impulsionar as exportações das companhias brasileiras.

Já a Gerdau (GGBR4) chegou a subir mais de 2% após o Credit Suisse reafirmar recomendação de compra e elevar o preço-alvo, apesar da forte alta nos últimos três meses, mas virou para queda.

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Por outro lado, as maiores quedas também têm relação com recomendações, como é o caso de Embraer (EMBR3), que teve a recomendação reduzida pelo UBS. Pão de Açúcar (PCAR4), que divulgou prévia operacional, e Carrefour (CRFB3), que teve recomendação reduzida pelo HSBC, também caem.

Vale ressaltar que, nesta quarta, saíram dados de vendas no varejo que decepcionaram o mercado ao subirem 0,6% em novembro na comparação com o mês anterior, ante expectativa de alta de 1,2%, o que também impactou ações de outras varejistas como Cia. Hering (HGTX3) e Lojas Americanas (LAME4). Por outro lado, empresas mais voltadas ao e-commerce tiveram um desempenho mais positivo, com destaque para B2W (BTOW3), Via Varejo (VVAR3), enquanto Magazine Luiza (MGLU3) teve leve queda.

Fora do índice, a Valid (VLID3) chegou a subir 7,69% com a notícia de que desenvolverá um RG digital para o Estado de São Paulo, mas amenizou os ganhos. O produto, em formato de aplicativo, será usado inicialmente por policiais civis e, posteriormente, vai ser disponibilizado para toda a população.

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A Petrobras (PETR3;PETR4) tem nova queda: o petróleo teve a sexta baixa em sete sessões, apesar de limitada em 0,3%, após os EUA reportarem aumento nos estoques de gasolina e destilado. De acordo com dados oficiais do Departamento de Energia, os estoques de gasolina subiram o correspondente a 6,678 milhões de barris, ante expectativa de alta de 3,2 milhões de barris. Já o petróleo bruto viu seus estoques caírem 2,549 milhões, acima da queda esperada de 1,1 milhão de barris (segundo projeção do Wall Street Journal).

A cotação da commodity também foi impactada pela notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) projeta uma demanda menor de petróleo em 2020 para os países do bloco mesmo se a demanda global subir, já que os produtores rivais estão aumentando participação e os EUA podem alcançar um novo recorde de produção.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
MRFG3 4.84155 11.91
GNDI3 2.76368 72.88
BTOW3 2.57498 70.11
VVAR3 1.49813 13.55
IRBR3 1.4549 41.84

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
COGN3 -3.44019 12.35
HGTX3 -3.27327 32.21
RAIL3 -3.21705 24.97
CIEL3 -2.93725 7.27
B3SA3 -2.68757 43.45

Confira os destaques da sessão:

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Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4)

Os analistas do Credit Suisse mantiveram a Gerdau como top pick no setor de siderurgia, apesar do forte desempenho dos ativos nos últimos três meses, com alta acumulada de 62%. Os analistas ainda elevaram o preço-alvo de R$ 21 para R$ 26 por ação.

Os analistas avaliam que a ação GGBR4 ainda tem potencial de valorização, com o período positivo do ciclo de construção no Brasil apenas começando.

Para eles, o resultado do quarto trimestre de 2019 não deve ser muito forte dada uma sazonalidade pior em diversos mercados, com Ebitda consolidado de R$ 1,21 bilhão, mas não deve ser uma indicação do que vem para frente.

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Petrobras (PETR3;PETR4

A Petrobras concluiu ontem a venda de 50% da participação que a Petrobras International Braspetro BV (PIBBV) possuía na Petrobras Oil & Gas BV (PO&GBV). Quem adquiriu a participação foi a Petrovida Holding B.V. (Petrovida), que pagou US$ 1,45 bilhão (R$ 5,87 bilhões) pelos ativos que eram da Petrobras na África.

A Petrovida é detida pela Africa Oil Corporation, empresa de capital aberto controlado pela canadense E&P. A Africa Oil extrai petróleo na costa da Nigéria e tem ativos em desenvolvimento no Quênia.

Na Nigéria, a empresa realiza exploração de petróleo em águas profundas. A Africa Oil está listada na Bolsa de Valores de Toronto, Canadá. “Com o fechamento desta transação, a Petrobras encerra integralmente suas operações na África” informou a petrolífera brasileira.

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Bancos

Matéria do Valor destaca que, dentre o universo das iniciativas do Banco Central de ampliar o acesso a fintechs e pequenas instituições financeiras, o governo prepara medidas para flexibilizar o pagamento de contas de serviços públicos e tributos. Atualmente, o serviço é altamente concentrado nos grandes bancos e impede o cliente de realizar o pagamento de forma eletrônica caso a empresa prestadora de serviço não tenha convênio com o banco. “A medida pode pressionar o setor dado que a ampliação da oferta de serviços pelos bancos digitais é um forte diferencial competitivo”, avalia a XP.

Azul (AZUL4

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras anunciou na terça-feira (14) um acordo de oferta vinculante de compra da empresa aérea regional TwoFlex por R$ 123 milhões.

Com 14 horários diários de partidas e chegadas em Congonhas, principal terminal doméstico do país, a  TwoFlex oferece serviço regular de passageiros e cargas para 39 destinos no Brasil. Segundo a Azul, apenas três cidades regionais são sobreposições, ou seja, atendidas por ambas as empresas. Com a aquisição, portanto, a rota da companhia é ampliada.

A frota da TwoFlex é composta por 17 aeronaves Cessna Caravan próprias, um turboélice regional monomotor com capacidade para nove passageiros.

O Itaú BBA e Bradesco BBI avaliaram como “positiva” a aquisição da empresa de aviação regional TwoFlex pela Azul, que foi anunciada ontem.

O BBI destaca que a aquisição tem “valor estratégico” para a Azul, justamente por causa dos 14 slots que obteve no Aeroporto de Congonhas (SP) e das sinergias resultantes, como substituir os aviões ATR pelos Caravan e atender a rotas da TwoFlex no Sul do País. O BBI mantém preço-alvo de R$ 80 para a ação da Azul e uma nota “outperform” (desempenho acima da média do mercado).

Já o BBA está com o preço-alvo da ação e a recomendação da Azul em revisão. Os analistas destacam, contudo, que a aquisição tem valor estratégico para a companhia, ao evitar que a TwoFlex fosse adquirida por sua concorrente Gol e, ao mesmo tempo, abre novas possibilidades de acordos entre a Azul e governos estaduais. “A Azul tem acordos de redução do ICMS em alguns Estados e uma empresa aérea de menor porte pode aumentar a lucratividade”, avalia.

Pão de Açúcar (PCAR4)

O Grupo Pão de Açúcar informou nesta quarta-feira que seu faturamento bruto atingiu R$ 16,5 bilhões no quarto trimestre de 2019, em expansão de 8,4%. No ano de 2019, o faturamento bruto foi de R$ 59,1 bilhões, um incremento de 10,3% sobre 2018. Esses dados não incluem a operação varejista do Grupo Éxito na Colômbia, que o Grupo Casino da França adquiriu no ano passado e agrupou no GPA. Incluídas as operações do Éxito, a receita bruta foi de R$ 18,9 bilhões no quarto trimestre e de R$ 61,5 bilhões no ano inteiro.

O Pão de Açúcar destacou a operação do atacadista Assai, que em 2019 abriu 22 novas lojas e iniciou operações nos Estados de Tocantins, Amapá e Rondônia. Segundo o GPA, considerando o total de lojas, a expansão de vendas do Assai foi de 22%; considerada as vendas “mesmas lojas”, o crescimento foi de 6%. A receita bruta do Assai totalizou R$ 30,4 bilhões em 2019, um pouco mais que a metade da operação brasileira e em expansão de 6,3% sobre 2018.

Recomendações

A Embraer (EMBR3) teve ADR rebaixado de compra para neutra por UBS, com preço-alvo  de US$ 21, o que implica uma alta de 6,7% em
relação ao último fechamento.

Já o HSBC reduziu a recomendação para Carrefour Brasil (CRFB3) teve recomendação revista de compra para manutenção, enquanto a Via Varejo (VVAR3) foi rebaixada de manutenção para redução.

Sobre a Via Varejo, os analistas destacam as mudanças de gestão na companhia como positivas, assim como todas as iniciativas para melhorar os negócios nas lojas físicas. Porém, dada a forte alta das ações, com ganhos de 27% desde dezembro, os analistas reduziram a recomendação. Também por conta do valuation, os analistas reduziram a recomendação para CRFB3.

Helbor (HBOR3)

A Helbor informou que vendeu três imóveis, no valor de R$ 175,1 milhões, para investidores profissionais. A operação foi feita, segundo a empresa, para a redução de estoques e do endividamento da empresa.

Com a soma, a Helbor pretende quitar as debêntures do CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliário) constituído em julho do ano passado. Os três imóveis são o Neolink Office, Mall & Stail, no Rio de Janeiro; o One Eleven, em São Paulo; e o The Cityplex, em Osasco (SP). Segundo a Helbor, “a expectativa é que ocorra uma nova tranche da operação dentro do primeiro semestre de 2020, envolvendo mais três imóveis”.

RNI (RDNI3

A RNI Negócios Imobiliários informou que contratou a corretora BTG Pactual para atuar como formadora de mercado das suas ações ordinárias na B3. Segundo a RNI, a corretora do BTG Pactual inicia hoje seu trabalho, com validade por um ano. O objetivo do contrato é “aumentar a liquidez das ações no mercado”, informou a RNI. A empresa tem 42,2 milhões de ações ordinárias em circulação no mercado.

Cemig (CMIG4

A Cemig enviou um comunicado de resposta à CVM, no qual afirmou que ainda não tomou nenhuma decisão para vender a sua fatia de 45% na geradora de energia Aliança para a mineradora Vale. Segundo uma reportagem publicada pelo jornal Valor no dia 14, a participação da estatal mineira de energia elétrica na Aliança é avaliada em R$ 2 bilhões. A Cemig estaria considerando a venda como parte do seu plano de desinvestimentos em curso.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O secretário-especial de Desestatização e Desinvestimento, Salim Mattar, anunciou nesta terça-feira (14) que a meta do governo para este ano é arrecadar R$ 150 bilhões com a venda de cerca de 300 ativos públicos.

O objetivo inclui empresas controladas pelo governo, como a Eletrobras, além de subsidiárias, coligadas e participações societárias. Ele ainda deixou claro que Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras não serão privatizadas.

Além disso, o secretário explicou que os Correios estão na lista de privatizações, mas que a venda da companhia está prevista apenas para o fim de 2021.

Já a coluna Painel de hoje do jornal Folha de S. Paulo informa que o governo federal estuda o que fará com 40 mil dos 100 mil funcionários dos Correios, que possivelmente serão demitidos antes da privatização da estatal, agora prevista para 2021. O governo não pretende absorver os demitidos, segundo a matéria, porque isso criaria um precedente para outras privatizações. Segundo a matéria, o fundo de pensão Postalis tem um passivo de R$ 11 bilhões e o plano de saúde dos funcionários tem outra dívida de R$ 3 bilhões. Todas essas questões serão discutidas no desenho de privatização.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.