Ação da BRF (BRFS3) desaba 11,2% com corte de recomendação e cautela sobre balanço do 3º tri

Citi cortou recomendação de BRF de compra para "neutra/alto risco", enquanto elevou de Marfrig; JP destaca 3º tri desafiador para BRFS3

Equipe InfoMoney

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As ações da BRF (BRFS3) foram destaque de queda do Ibovespa nesta terça-feira (25) com uma visão mais cautelosa dos analistas em relação ao terceiro trimestre da companhia e também com cautela quanto as perspectivas para a companhia após a troca de comando. Os ativos da dona da Sadia e Perdigão caíram 11,24%, a R$ 12,24; na véspera, os ativos já tinham caído 7,70%.

Analistas do Citi cortaram a recomendação de BRF de compra para “neutra/alto risco”, enquanto o preço-alvo foi reduzido de R$ 29 para R$ 18, ainda um potencial de valorização de 30,5% frente o fechamento da véspera. Os analistas apontaram esperar uma retomada da rentabilidade após a mudança no comando. Para o Citi, a companhia deve ter foco em restaurar a rentabilidade e reduzir os estoques em excesso.

Cabe destacar que, em agosto, Lorival Luz renunciou ao cargo de presidente-executivo da companhia, sendo substituído por Miguel Gularte, que atuava como CEO da Marfrig Global Foods (MRFG3).

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O Citi elevou a recomendação de Marfrig de equivalente à neutra para compra, ainda que com o preço-alvo sendo cortado de R$ 26 para R$ 17. A ação fechou com leve alta de 0,45%, a R$ 11,24, após avançar 4,92% mais cedo, a R$ 11,74.

Eles observam que a Marfrig controla a BRF em nível de diretoria, mesmo com 33% de participação eco.nômica. Além disso, destaca o bom posicionamento da Marfrig na América do Norte e a perspectiva positiva para a América do Sul levando em conta a demanda por carne bovina no Brasil.

Além do Citi, o JPMorgan cortou o preço-alvo para as ações da BRF, de R$ 16,50 para R$ 15 (upside de 9%), com expectativa de dados fracos para o terceiro trimestre, com tendências desanimadoras sobre os preços de alimentos processados no Brasil. A companhia divulga seu resultado em 9 de novembro, após o fechamento do mercado.

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Confira o calendário de resultados do 3º trimestre de 2022 da Bolsa brasileira

“Nós acreditamos que os negócios no Brasil devem mostrar pouca melhora devido à recuperação econômica instável, mercado superabastecido e preços internos em queda”, afirma a equipe de análise, liderada por Lucas Ferreira.

Os custos menores de milho não devem ser observados neste trimestre, eventualmente apenas no final do último trimestre do ano, apontam os analistas.

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A dinâmica fraca do Brasil não deve ser compensada pelas operações internacionais, uma vez que os melhores preços de exportação para a Ásia devem ser contrabalançados ​​pela normalização das margens no Halal, que estavam mais altas no segundo trimestre.

A estimativa é de um  lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 1,316 bilhão no terceiro trimestre, reduzindo as estimativas para o Ebitda no ano e em 2023 em 11%. Para 2023, agora esperam Ebitda ajustado de R$ 5,486 bilhões, ante projeção anterior de R$ 6,190 bilhões.

O JP tinha atualizado recentemente, em 27 de setembro, a recomendação dos papéis para “neutra”, apontando que a relação risco/retorno parece interessante. “Mas a velocidade de recuperação do mercado doméstico é frustrante, levando-nos a adotar estimativas mais conservadoras para o quarto trimestre e para 2023”, apontaram.

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Assim, apontam os analistas, antes de ficarem mais otimistas, esperam uma recuperação mais estável dos resultados dos negócios no Brasil e sinais de nova estratégia para entregar uma recuperação do fluxo de caixa livre (FCF).

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