Abiquim: vendas internas de produtos químicos caem 38%, afetadas pela crise

SÃO PAULO – “A crise financeira internacional, que causou um desalinhamento de estoques e preços no mercado mundial de diversos produtos, impactou os resultados
apurados pela Abiquim para os últimos três meses do ano passado”.

Com esta constatação a Associação Brasileira da Indústria Química inicia o relatório com os índices de produção, vendas internas e preços de produtos químicos no último trimestre de 2008. Em relação ao quarto trimestre do ano anterior, a queda em termos de volumes na produção foi de 19,56% e nas vendas internas de 38,03%.

A associação afirma que o consumo de produtos químicos caiu em diversos locais, sobretudo nos Estados Unidos, na Europa e também na Ásia, notadamente na China. A queda dos preços das commodities, como o petróleo e a nafta, derrubou a cotação dos produtos químicos de uso industrial no mercado internacional.

Adiando gastos em compras

Como esses produtos estão na base de diversas cadeias produtivas e há uma forte dependência por matérias-primas importadas, os efeitos nocivos da crise foram
rapidamente refletidos nos principais indicadores que medem o desempenho do segmento de produtos químicos.

Desta forma, em virtude da grave situação no mundo e no Brasil, pelo menos no curto prazo, as empresas consultadas pela Abiquim estão, na medida do possível, adiando gastos e compras, e também tentando diminuir estoques com a intenção de gerar caixa, uma vez que o acesso ao crédito está difícil, além de muito mais caro.

Estatísticas

Em dezembro de 2008, o índice de produção caiu 17,11%, após recuo de 3,85% em novembro. Com relação ao índice de vendas internas, houve queda de 8,34% em dezembro e de 14,11% em novembro.

O último bimestre também foi negativo em termos de índice de preços, que exibiu redução de 17,70% em dezembro e de 2,41% em novembro.

No acumulado de 2008, o índice de produção teve recuo de 8,31% e o de vendas internas de 11,88%, enquanto o índice de preços encerrou o ano com elevação de 5,26%. A utilização da capacidade instalada foi de 81% em 2008 contra 87% no ano anterior. O consumo aparente nacional dos produtos do RAC (Relatório de Acompanhamento Conjuntural) também foi afetado pela crise e encerrou o ano com queda de 3,36% sobre os dados de 2007.

Todavia, alguns grupos tiveram elevação do CAN (Consumo Aparente Nacional), como é o caso do de resinas termoplásticas, que cresceu 8% em 2008.